26.9.14

Abortar?

Se houvesse uma amplitude maior do direito ao aborto nas favelas e periferias, incluindo-se casos de vulnerabilidade social, as estatísticas de violência seriam outras? Lá, chefes do tráfico possuem poder de engravidar diversas meninas ao mesmo tempo... seus futuros "generais".
O Planetinha está saturado e ainda aumentando o contingente de humanos, todavia certos países já se preocupam com o excesso de idosos e seus custos. Se preocupam também com a polêmica da migração / choque cultural.
O trauma gerado por uma gravidez acidental pode ser tão severo quanto o trauma d'um aborto. Seja ele legal ou clandestino. E debate-se o risco d'ele ser usado como método contraceptivo. E há que se pensar na eficácia, abrangência e falhas dos métodos contraceptivos convencionais.
Numa situação hipotética eu seria contra o aborto até uma ex-aluna de 14 anos em vulnerabilidade social engravidar. Será que seu bebezinho lindo, daqui a 11 anos não estará de arma em punho? Aqui no interior, bandido tem mãe e avó, e a gente conhece. E a gente sabe de antemão os casos de risco iminente.
A sociedade tem um discurso moralista-religioso em prol da gravidez, mas é ineficaz em mudar o destino desse feto em vulnerabilidade social. E 10 anos passam rápido. Uma criança no útero choca mais que uma criança na rua?
Uma decisão abortiva deveria ser debatida e ponderada por toda a família, indo além do casal em si? Há outras opções? Quais? E riscos (criminais, físicos, sociais, psicológicos), tanto da manutenção quanto da interrupção?
Por que pensamos "isso não é comigo"? Como foi a gestação de tantos adolescentes infratores vagando na madrugada? Não é mesmo comigo?
O empoderamento da mulher, levando-a a cobrar do Estado a ampliação do direito à interrupção da gravidez, visto que a ela incide a carga decorrente, vem sendo debatido cada vez mais. O que pensar? Como se posicionar? Com qual argumento?
Em casos especiais, como gravidez na adolescência, uma equipe multiprofissional no serviço público deveria oferecer respaldo familiar para que a decisão pudesse ser a mais acertada, tanto em manter, quanto interromper a gestação?
Todo a sociedade pagaria pelos altos custos deste serviço polêmico ou continuaria pagando mais tarde, num círculo vicioso de pobreza e crescente criminalidade?

Por exemplo: uma brasileira vivendo na Suíça engravida solteira. Ela tem o direito ao aborto, mas a decisão de abortar ou não É DELA e envolve muitíssimas questões. Há alguns posts emblemáticos no blog da Liana, após esta postagem, que nos fazem ruminar o tema; vale a pena procurá-los.
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