5.7.15

Síndrome da Atração Sexual Genética

Fenômeno macabro? Quem não conhece o impraticável e tenebroso mito grego "Édipo e Jocasta"?
Na faculdade de pedagogia temos muitas aulas de psicologia. Na época, estudamos (debatemos) esta manifestação estranha, ainda sem fundamentos científicos.
É um imenso tabu antes discutido abertamente apenas na ficção, porém mais comum do que imaginávamos. Muitos desses casais espalhados pelo mundo  provavelmente nunca souberam / saberão do parentesco.
Hoje, duas décadas depois, ainda paira uma nuvem negra sobre esses eventos cada vez mais frequentes com a era internética - paixões avassaladoras sem explicação entre parentes consanguíneos que não se conheciam.
Será que a genética dissemina entre os seus um componente espiritual obscuro? Será que os laços genéticos são tão fortes que no reencontro são interpretados com ímpeto sexual? 
A tormentosa e sinistra atração (aos olhos da sociedade - não dos envolvidos) pode acometer tios, meio irmãos, gêmeos ou até mesmo avós / pais e filhos.
A combinação entre sentimentos de perda e trauma associados a ser entregues em adoção e a emoção  fantasiosa de uma reunificação pode vir a gerar vulnerabilidade para tal atração. Pertencimento é o amálgama da relação (uma variante do narcisismo).
A descrição de alguns envolvidos é de que literalmente "voam faíscas" numa libido instantânea, selvagem, desmedida e incontrolável, mesmo quando plenamente conscientes sobre o ato (que não consideram) incestuoso. 
A síndrome é descrito como a descoberta da alma gêmea! Deixam à deriva cônjuges, filhos, normas sociais para viver tal ímpeto.
Geralmente esses impulsos obsessivamente ternurentos não duram muito tempo, sobrando uma turbulenta cicatriz psicológica onde os envolvidos se sentem vítimas da própria situação social.
Os casos que vingam devem ser isentos de preconceitos / pecados / contravenções por parte da sociedade que enquadra o certo e o errado sem considerar o amplo espaço entre ambos.
Portanto, um acompanhamento profissional é fundamental para moldar adequadamente tal fascinação e sublimar o "complexo de édipo" (Freud explica).
Num pico melancólico, surge uma culpa dilacerante, visto ser o repúdio ao incesto (que qualquer cultura) um traço forte a nos distinguir dos outros animais.
Inclusive há até relatos de suicídios e condenações judiciais devido a seu caráter ilegal. Países com maior pena são USA (alguns estados), Austrália, Escócia, dentre outros. No Brasil, apenas não permitem casamentos formais nesses termos.
A porcentagem em que ao menos um dos parentes envolvidos nesse processo apresente a síndrome é grandiosa: Estima-se em quase 50%.
O antropólogo finlandês Edward Westermarck, contemporâneo de Freud, pregava que o excesso de familiaridade apaga qualquer traço de desejo sexual. Então o contrário o exacerbaria?
Bárbara Gonyo apaixonou-se platonicamente pelo próprio filho (ao reencontrá-lo) e escreveu o famoso livro autobiográfico que ilustra a imagem: " I’m his mother, but he’s not my son ":   "Sou a mãe dele, mas ele não é meu filho" - em tradução livre.
Ela possui um site com grupo de apoio para pessoas que passam por esta situação assustadora, onde na maioria das vezes a catástrofe fica submersa no mais profundo segredo familiar.

Eis o único trabalho acadêmico que encontrei sobre o assunto.

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