10.11.12

Confraternização no trabalho...

Trabalhar é gratificante, é superação, nosso meio de vida!
Temos momentos felizes, de gargalhadas... Há horas em que ansiamos sumir prá Saturno.
A maioria de nosso cotidiano trabalhista, no entanto, é de rotina.
Rotina esta, que para alguns se traduz em tédio, para outros em sossego, ou um misto dos dois com  determinados temperos.
Para as Professoras, é sempre uma ebulição. Não tem como retirar a mente dali, por um instante sequer.
As solicitações são constantes, e diversas ao mesmo tempo.
Há uma evolução neste "vulcão" ao longo do período: inicia-se morno, esquenta até o recreio.
Na volta deste recreio, tudo ferve, quase explodindo! Assopramos, assopramos e a temperatura baixa.
Meia hora antes do final, a "cratera" passa a transbordar com lavas, e a atirar detritos.
Não há leque que diminua a temperatura: quase um caos... Eis meu cotidiano:
Ontem fizemos produção textual, e os miúdos surpreenderam! Dominam parcialmente parágrafo, alguma pontuação, escolhem as melhores palavras.
Para escrever sobre um garoto que "caiu com tudo no chão", acharam horrível, queriam palavra de gente grande.
Após um debate, sugeri o dicionário e elenquei algumas. Escolheram "estatelou-se".
Foi tão emocionante que marejei os olhos!!!
Então vem o outro lado da moeda...
Quase onze da manhã, um garoto surtou (um pouco mais que seu normal).
Ai!  Tenho mais de meia hora!  Tudo vai explodir!
Tive que lecionar segurando-lhe pelas duas mãozinhas, pois atirava tudo, arrastava os materiais das carteiras, tudo ao chão.
Dava tapas sorrindo, feliz e  satisfeito. Quando só lhe restaram as pernas e boquinha, era chutes e gritos de baixo calão!
Quarta-feira, ele fez mais um eletroencefalograma (viajou à cidade de Casa Branca para tal).
Devemos ser pacientes,  todavia há outros três... e mais três que se aproveitam da situação.
Meu diploma de "toureira" está garantido!
Dez minutos antes do final, levei-o à Diretoria para acalmar os tais seis. 
Após cinco minutos estava de volta... Juro! Custava deixá-lo lá até bater o sinal?
Nem deu tempo de acertar a bagunça e abrandar o "vulcão": faltavam dois (dos seis) para uma admoestação verbal.
Em casa, chorei por mim mesma, pelo garotinho e sobretudo por meus miúdos assustados...
Depois fazem confraternização natalina? Abraços e beijos? Equipe unida? Escola harmônica? Tô  bem longe!
Fonte:   aqui  

5 comentários:

  1. Cristina, bom dia!
    Ler seus textos sobre o dia a dia numa sala de aula, reforça em mim a certeza de que eu não aguentaria exercer esta profissão. Profissão esta, tão bendita, tão maravilhosa e tão pouco entendida, até mesmo pelos corpo docente da escola.
    Realmente, porque não seguraram mais um pouco, até o término da sua aula, tais alunos?!
    A impressão que tenho é que todos querem se livrar dos problemas que as crianças apresentam, tanto pais, quanto professores.
    No seu caso, percebo a tão boa vontade e carinho que tem pela sua turma e como precisava de uma boa direção ou pedagoga para facilitar-lhe o trabalho.
    um beijo carioca

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  2. Olá Beth! A gente se apaixona pela profissão.
    Eu poderia ficar o dia todo ajudando na empresa do Esposo, todavia não consigo nem imaginar...
    E sabe que o eletroencefalograma de meu garotinho não deu certo? Terá que repeti-lo.
    E assim vão se alongando as perspectivas de mudança nos fármacos.
    O que mais me preocupa nele, é que a "Ritalina" não tem surtido efeito: está com baixa estatura e com defasagem na alfabetização.
    Outro abração caipira para ti!

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  3. Oi Cristina,
    vim trazida por uma recomendação da Beth e agradeço à ela tê-la feito.
    Prazer colega,sou professora do 1º ciclo.Estive na ativa até 2009...e vc já adivinha o que vou lhe escrever:conheço muito tudo isto.O panorama não muda, infelizmente.
    Não sou a favor da inclusão conforme está posta.O acontecido em tua rotina, vc o sabe bem, é mais constante do que se quer,e todos saem desfalcados da situação.
    Ao diploma de magistério embutiram o de especialista em todas as deficiências, incluindo as de formação social.
    È toureira, como vc, já segurei muito touro brabo.Tive uma aluna do 2ºano que se pendurava na grade do ar condicionado e dava chutes ao léu.
    Confraternização????
    Receba meu abraço fraterno.
    Calu

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Olá Calu!
    Já vi seu comentário em algum blog. Irei te visitar...
    A nossa rotina, por vezes chega a ser incompreensível aos leigos.
    A quantidade de crianças é grande, assim como os problemas e dificuldades.
    O professor é um dos poucos profissionais que atende ao atacado, aos montes de cada vez. Milagre é impossível.
    Sendo a inclusão educacional uma realidade, os respaldos também deveriam sê-lo.
    Um abraço também prá ti.
    (desculpe refazer, digitei uma palavra errada)

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