30.6.15

Síndrome de Burnout

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É o esgotamento profissional físico e psicológico. Muita gente sofre sem saber que esse fenômeno acomete milhares de pessoas no mundo.
Atualmente, todos devem obrigatoriamente gostar de seus empregos, estar felizes aos domingos à noite para a "deliciosa semana" que se iniciará.
É exigência da época atual, nova tendência comportamental: Não se trabalha por dinheiro apenas, porém pelo prazer!
E quando isto torna-se o oposto? Aquele emprego é uma tortura... A emoção diz para abandoná-lo, porém a razão, nesses tempos de crise, impede o ato.
Quando é emprego menos qualificado fica mais fácil, pois a pessoa não tem muito a perder; todavia em cargos de chefia, empregos concursados, há que se ponderar muito.
Tanta gente estava relativamente bem no trabalho, de repente recebe uma promoção, e o que seria melhora, transforma-se em situação infernal.
Ou passa no concurso ao qual estudou tanto, inicia o trabalho que teoricamente era tudo de bom. Na prática a teoria é outra...
Nem sempre é possível voltar ao cargo anterior, menos possível ainda é jogar todo o emprego para o ar, e justo após a sonhada promoção? 
Surgem então os sintomas: melancolia aos domingos à tardinha; estômago revirado ao acordar na segunda; mal estar na terça-feira, na quarta. Será a entrada num processo de depressão ou não?
Extremo cansaço físico e mental, pesadelos, insônia às duas da manhã, gastrite, o trabalho martelando na cabeça o tempo todo.
Quinta-feira tudo vai clareando... Sexta é dia de êxtase. Na manhã de sábado é só flutuar. Você pode estar com a Síndrome de Burnout!
Tive isto no ano de 2003, após alguns anos com classes numerosas e aquela porcentagem básica de alunos com temperamentos difíceis.
Meu sonho de consumo era pedir as contas... todavia a minha vida dependia daquele sonho pesadelo realizado: ser professora.
Investi na faculdade (e curso magistério), vários cursos de pós graduação. E agora?
Aguentei firme. No meu caso, sem procurar médico. Sabia que se tirasse licença, entraria em pânico ao retornar. Frequentei os "Neuróticos Anônimos".
No grupo de auto ajuda, eu não podia, como os outros, desabafar. Como iria expor alguns alunos que estavam me "torturando"? Quem é louco de falar mal de uma criança? Como adultos podem ter medo de certos garotinhos?
Numa tardinha, quando ia pelo pátio com duas enormes filas de meninos e meninas, para entregá-los aos pais, a Diretora (a qual nunca fui íntima) disse:
_Você está magrinha demais!
Percebeu o quanto eu estava exaurida, abatida... Segui de cabeça baixa. De volta prá casa a pé, chorei no caminho todo. Chorei a realidade e o estresse, chorei as angústias por crianças desajustadas, chorei o reconhecimento dela, chorei a existência!
Mudei para o período da manhã em 2004 (tinha pontuação suficiente para conseguir a vaga). Meus problemas melhoraram muito com esta simples mudança!
Hoje amo o que faço, mesmo com alunos apresentando Transtorno Desafiador Opositor.  Sempre haverá dias difíceis, sempre haverá alunos difíceis. 
Meu conselho é: Não só faça o que goste, porém aos poucos, aprenda a gostar do que necessite fazer!
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8 comentários:

  1. Nossa, eu imagino sua lida diária neste trabalho!
    É por isso que eu admiro cada vez mais professores e sinto muito pela forma que está sendo conduzida a Educação em nosso país.
    Só posso dizer-lhe que se cuide, não deixe a coisa piorar, olhe pra você com carinho.
    Tudo de bom!
    bjs cariocas


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  2. Ainda bem que nunca mais tive, porém os professores são profissionais que necessitam e tiram muitas licenças médicas.
    Todo profissional com alto grau de estresse e exigências corre este risco.
    Fico grata por seu carinho e amizade. Te admiro!
    Meu beijo paulista para ti...

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  3. Olá Cristina!! Realmente a profissão de professor é uma das mais estressantes. Tenho duas irmãs que são professoras e, além dos alunos, muitas vezes as mães não participam da vida escolar dos filhos e acham que a responsabilidade total é do professor. Triste.
    Que bom que você identificou em tempo os sintomas, seguiu em frente, e encontrou uma solução! Gostaria que todos os professores fossem valorizados como merecem. Um abraço e boa semana!!

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  4. Puxa Sandra! Que bom você compreender este universo!
    Fico muito grata, escrevo para que a sociedade saiba sobre nossas dificuldades.
    Adorei a visita, outro abraço e boa semana também para ti...

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  5. Gostei do post. Obrigada por partilhar a sua experiêcia!
    Beijos e uma boa semana!

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  6. Olá Joana!
    Grata pela visita.
    Quando o trabalho vira motivo de doenças...
    Boa semana a ti também e outro beijão!

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  7. Olá Cristina, muito obrigada por me ter encontrado, li seu post e isso é mesmo como eu me sentia e em conjunto com todo osofrimento, não estou a receber o meu vencimento porque a empresa está mal, e neste momento em Portugal é dificil encontrar emprego, mas desisti de tanto sofrimento, estou de baixa médica e quando estiver melhor vou procurar outro emprego, nem que seja num supermercado, mas quero ir trabalhar feliz!!!!
    Vou passar a visitar-te.
    Obrigada

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  8. É assim mesmo, Marina!
    Viva um dia a cada vez, como lema dos Neuróticos Anônimos (a que frequentei): "Só por hoje".
    Trabalho não faltará, e qualquer ofício enobrece. Eu mesma prefiro os trabalhos mais braçais.
    Um beijão do Brasil.

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