22.12.12

O nome da Rosa

Fonte da imagem: criticanarede.com/ids_nomedarosa.html   23/03/2004
A quase um mês estive degustando / regurgitando este livro: Há episódios instigantes com magníficas palavras em desuso e um cenário deslumbrante;  e outros monótonos, com parágrafos imensos e frases em latim. 
A trama transcorre na idade média italiana, num monastério. Numa semana tudo acontece, com a chegada de um monge e um noviço, investigando eventos estranhos.
O narrador é o Noviço, que teria deixado um manuscrito ao final da vida. É um aula de História da Educação.
Retrata a vida monástica, com monges copistas, sodomitas; a forte hierarquia (burlada), relíquias estranhas, a fé (real e falsificada), as diversas ordens religiosas e heresias,  as intrigas sutis, a vida clériga abastada contrastando com a comunidade circundante, em miséria. 
O tratamento dado à mulher, e o próprio conceito de mulher, aparecem quando uma moça presta serviços "corporais" secretos ali, em troca de alimentos, como um coração de boi. 
Ela se envolve com o Noviço. E  ele se enamora dela, contudo nem sabe seu nome, e lastima-se disto.
O título: "O nome da Rosa" poderia referir-se superficialmente a ela, conquanto trata-se de algo maior, relacionado à filosofia e à biblioteca!
Ali está a alma da Abadia: O conhecimento (centrado na Igreja), livros apócrifos, o trabalho dos copistas,   os segredos, as proibições, os cargos hierárquicos e as paixões pederastas.
O ato corriqueiro de molharmos o dedo indicador em saliva para folhearmos um livro, tornou-se ali, algo extraordinário!
O autor não filosofa sobre os "Manuscritos do Mar Morto", ou sobre um evangelho apócrifo (de Tomé, Madalena ou Filipe); ele cria um "Livro de Aristóteles".
Os dogmas sobre a importância da utilização do medo, do terror, da tortura, como instrumentos de poder e domesticação de subalternos (e do povo), contrapõe-se à arte da irrisão interpretada como anarquia, perda de controle.
Eu mesma me lembro, na infância roceira, o quanto era incutido pelos idosos em forma de religião, a importância do sofrer para se alcançar a glória. Alegria e felicidade não eram vistos com bons olhos.
Diversas pessoas passavam as sextas-feiras da quaresma a pão e água. Na sexta-feira Santa - jejum! Nada de bacalhoada, era pecado. As famosas "promessas  e penitências religiosas" eram por vezes, cruéis.
Ser feliz é um conceito muito moderno para a "plebe": A frase de efeito em minha adolescência era: "Casar-se cedo para lutar cedo!"

O atual nome da rosa poderia mesmo ser "Internet"? 
Um manuscrito do "mar Morto". Aqui há vestígios dos dedos dos antigos monges leitores!
Fonte da imagem:  jeffersonmagnocosta.blogspo.com.br  , 27/10/2010

Boas festas a todos, com muitos sorrisos, comédias, brincadeiras, diveritmentos, piadinhas, gracejos!

Um presentinho:
 www.cursoraizes.com.br/resources/O_NOME_DA_ROSA_-_Umberto_Eco.pdf

4 comentários:

  1. Querida Cristina!
    Como sabes, estive em férias, viajando por duas semanas, mas voltei pro natal em família e estou aproveitando este momento para enviar meus sinceros votos de um Natal cheio de luz e muito amor para você e sua linda família.
    Foi muito bom interagir contigo por aqui neste ano, espero que nossos laços se fortaleçam para 2013.
    Feliz Natal, mil beijinhos da amiga carioca, Beth Lilas.


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  2. Olá querida amiga!
    Meus votos e sentimentos lhe são recíprocos.
    Aprendi muito através das reflexões suscitadas por seus escritos e sua personalidade límpida!
    Muitos beijos também a ti e família (certamente teremos um 2013 com mais proximidade ainda)!

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  3. Feliz Natal, Cristina! Já vai quase tarde, mas acho que ainda vale. Como dizem, o Natal é quando a gente quer. Tudo de bom para você e para a sua família! Beijos de Portugal!

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  4. Olá Joana!
    Divirta-se em Portugal... Ótimas festas para ti e toda a família também.
    Outros beijos brasileiros.

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