Imagem: esta
Hoje me lembrei de uma cena vívida: Lá pelos 8 anos, na roça, numa tarde (possivelmente de sábado), aguardávamos o Vovô Eurico que havia ido à Cidade.
O empregado do sítio vizinho, outro senhor italianinho, parecido a ele, seu Otávio (Tavico) teve a mesma iniciativa.
De repente, desponta alguém lá longe, na porteira da fazenda do Tio Antenor. Puxei meu irmãozinho e corremos bastante para nos encontrarmos com o "Vovô".
Óbvio que não era bem a presença dele que queríamos: é que sempre se traziam balinhas às crianças.
Quando vencemos a curva, sob uma árvore onde o corguinho riacho oferecia feixes de agrião, encontramos o Sr. Tavico.
Quanta timidez! Como explicar a confusão? Sem pronunciar um som, fomos recebidos naturalmente por aquele homem "de casa".
É que ali, estava tudo fora do contexto... Nem sei se ele percebeu, todavia retirou umas balinhas do bolso, nos ofereceu e segurou meu irmãozinho pela mão.
Voltamos felicíssimos com nosso avô postiço. Ao nos aproximar do lajeado de pedras, arranquei um broto de melissa (chá) e segui, me embriagando naquele aroma.
O deixamos em sua casa, antes de nosso sítio, e seguimos sem comentários. Foi uma tarde maravilhosa!
E não é que ao vir morar nesta rua, me deparo com ele vivendo ao meio ao quarteirão de cima? Novamente vizinhos... Ele faleceu de forma suave em casa, no ano de 2003, seus descendentes ainda vivem ali.
Só posso avaliar como um envolvimento de almas isso, pois por duas vezes este senhor esteve perto de você, com certeza vocês são espíritos que se atraem por simpatia, por empatia, por vidas passadas, sei lá quanta coisa, mas a verdade é que se gostavam muito, né mesmo?
ResponderExcluirGostei das tuas reminiscências.
beijinhos cariocas
Então Beth... O Sr. Tavico era bem parecido ao Vovô!
ResponderExcluirE eu o reencontro 20 anos depois, praticamente na mesma distância entre as casas.
Grata´pela visita, e outros beijos caipirinhas.
Cristina, adoro essas lembranças, pois eu mesma não me lembro de nada da minha infância. Nada é nada mesmo, sabia? Às vezes me dá aflição, mas converso com um irmão ou com a mãe e vou sabendo das coisas...rsrs
ResponderExcluirUma linda coincidência esse reencontro seus.
Beijo e bom domingo.
Bem vinda, Lucia!
ExcluirMe lembro de cada detalhe...Sinto meus pezinhos no brejo, sinto a fluidez ao pular de uma árvore à outra!
Aos poucos, vou registrando.
Outro beijo e bom domingo também.
As balinhas (rebuçados em Portugal) são sem dúvida uma parte importante da vida quando se é criança. Era tudo bem mais simples, que saudades! Gostei dessa história com um final feliz... :)
ResponderExcluirAbraços de uma Suécia gelada (-10C!)
Ai, ai, Joana!
ExcluirLi os livros de "Laura Ingalls Wilder" em "seu" português...
Que saudade dos rebuçados, da palavra carreiro, encarnado, quinta. Adoro!
Abraços quentes do Brasil (26C por ser manhã).
Salam,
ResponderExcluirseu texto é poético e belo como a lembrança vívida em sua mente.
São esses momentos que devem ser eternizados dentro de nós, pois propiciam saúde e bem estar. Seria tão bom se as nossas mentes começassem a pensar mais assim, o que acha?
Um abraço e muito obrigada pela informação sobre o véu de sua tia.
@>-------
Oi Denise!
ResponderExcluirMinha infância na roça foi muito intensa. Éramos poucos naqueles confins, todavia unidos.
Outro abração.
@=------