15.1.13

Ablação do clitóris

Livro - Flor do Deserto
Fonte: http://www.submarino.com.br/produto/200481/livro-flor-do-deserto
Esta amputação injuriosa de parte da vulva, incluindo lábios vulgares, trata-se da exacerbação do androcentrismo. Há também os casos de clitóris minguados com ferro quente.
É a sujeição das mulheres em prol da ampliação do desejo sexual masculino, e sua "honra" como esposo.
O domínio sobre elas, através desta prática criminosa (e proibida), visa refrear o desejo sexual feminino, evitando que se tornem "fogosas".
As mães as levam para realizar a mutilação genital feminina para que fiquem puras, limpas, pois uma moça não infibulada não consegue marido.
A prática cruel consta do livro autobiográfico "Flor do Deserto" da modelo somali "Waris Dirie" (imagem cima).
A extirpação clitoriana recebe aval de mulheres influentes na comunidade, que amputam sem anestesia ou assepsia, usando uma lâmina de barbear, mediante pagamento.
As garotas não conseguem descrever a dor, passam mais de uma hora desmaiando e acordando, lavadas em sangue.
Ao costurar (inclusive com espinho de acácia, na África subsaariana), deixa-se uma abertura do tamanho da cabeça de um fósforo, tornando difícil urinar. Nos primeiros três meses, o ardor é medonho, evitam tomar água para conter a urina.
Quando menstruam, tudo fica empossado no canal vaginal, levando duas semanas a escorrer. As cólicas são hediondas devido aos espasmos corporais para tentar desobstruir a passagem.
É uma barbárie que mutila corpo e alma, inclusive de meninas pequenas, levando a infecções que chegam à morte.
Na noite de núpcias, o desconhecido marido corta novamente ou penetra-a à força, chegando o sangue a espirrar, sob gritos angustiantes.
No parto, ela deve ser reaberta a cortes. Se o bebê irrompe antes, a rasgadura pode atingir o ânus, e afetar o crânio ou coluna vertebral do recém-nascido pelo descomunal esforço.
A parteira deve coser novamente, deixando a mínima abertura, e assim sucessivamente a cada parto.

Menina de quatro anos é circuncidada em Sulaimaniyah, no Curdistão iraquiano, em abril de 2009 (Foto: AFP)
mutilação
Fonte da imagem:  http://g1.globo.com/mundo/noticia/2010/07/e-impossivel-descrever-dor-diz-modelo-sobre-circuncisao-feminina.html
Procurem por mais informações, ajudemo-nos nesta batalha contra o horror! 

Versão do livro em e-book (esta ainda não li - está em português de Portugal - que adoro):

13 comentários:

  1. Anônimo16/1/13

    Salam, Cristina!

    precisamos denunciar essa terrível prática, mas também devemos ter um compromisso em revelar que essa circuncisão feminina nunca foi uma prática islâmica, pois NÂO é ordenada no Alcorão. Trta-se de uma prática cultural que, infelizmante, tem o apoio de muitas mulheres de várias etnias. Fato lastimável.

    Um abraço fraterno e ótimo final de semana.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá Denise!
      Muito bem lembrado...
      Esta prática parece ter surgido na África, remontando a 4000 anos, bem anterior ao Islã.
      Pela imagem publicada, pode aparentar alguma relação, contudo foi a imagem mais forte que consegui.
      Eu a escolhi focada no sofrimento (inútil e alongo prazo) da garotinha. Terrível!
      Outro abraço a ti, amiga,

      Excluir
  2. Cris,
    nem consegui terminar de ler teu relato.Sei, há tempos assombrada, desta bestial prática.
    Vamos sim, mostrar repúdio a esta tortura.
    Abraços,
    Calu

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Então, Calu! Em pleno século XXI esta barbárie com tantas sequelas...
      Grata pelo apoio.
      Outro abração.

      Excluir
  3. Nossa Senhora!! Deus nos livre de tal absurdo!!
    Oh Cris, vendo essas coisas dá uma tristeza profundissima na alma, como podem fazer tal coisa com as menininhas???

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Nina, querida... Neste exato momento pode estar havendo uma amputação destas.
      São quase trinta países praticantes, embora a ONU esteja atuante.
      Grata por auxiliar com seu comentário.

      Excluir
  4. Anônimo26/6/13

    Depois de ver isto passei a odiar os africanos que praticam esta violência contra a mulher! Aqueles africanos dos países que apregoam esta prática e estiverem no Brasil, devem ser expulsos para nunca mais voltarem, e que não botem os pés aqui nem para visitar! Queria ver se cortassem o saco deles, duvido que a cultura iria se manter! É patriarcalismo absurdo de gente com mente pouco desenvolvida e fazem qualquer atrocidade em nome da religião! E também deveriam receber retaliações de outros países para que se acabe com esta prática!

    ResponderExcluir
  5. Oi, Anônimo... bem vindo! Gostaria de saber seu nome.

    Concordo que a ONU deveria ser muito mais enfática quanto à prática bárbara. Ela tem estado muito reticente...
    A ablação não acontece apenas na África, e me parece ir além à religião - refere-se à "pureza" como desculpa.
    Debater o tema já é um começo para tentar eliminar a mutilação,
    Grata pela visita.

    ResponderExcluir
  6. Patricia4/4/14

    Isso é o fim do mundo. Apesar de ser cultural ou religioso, isso é um terror, fico chocada com tudo isso. Essas pessoas irão pagar , isso é crueldade pura. E isso um dia, espero que seja pra ontem, termine.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá, Patrícia!
      Realmente precisamos usar da comunicação para tentar frear esta barbárie machista. Infelizmente ainda é um sadismo usual executado na surdina por grupos fundamentalistas.
      Grata por apoiar a esta luta!
      Um abraço.

      Excluir
  7. Caí nesse post e me dá muito nervoso só de pensar. Nossa... E não bastasse toda a dor, comprometimento da saúde, tristeza, dor de novo, ainda tiram dessas meninas e mulheres uma coisa tão maravilhosa que é o nosso clitóris. É, sim, muito cruel.

    ResponderExcluir
  8. Olá, Companheira!
    Cultura machista absurda... como pode ocorrer ainda no século VVI e com tantas sequelas futuras - físicas e emocionais?
    Nos usurpar o clitóris é o mesmo que nos deixar careras.

    ResponderExcluir

Desativado

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.