http://luzdeluma.blogspot.com.br/2013/08/por-que-sou-ativista-da-amamentacao-2.html |
Esta blogagem coletiva (link acima) me pegou em cheio: eu aqui, me lembrando do Cláudio pequenino, e puf! No blog da Calu encontro um tema tão relevante.
Fui mãe com vinte e um anos e dois meses. De início, tudo transcorreu naturalmente: as mamas cresceram bastante na gravidez, o bico do seio não partiu, o bebê aderiu rapidamente ao ato de mamar.
Após um mês, num domingo, tive febre e dores na mama esquerda, que apresentava estranha vermelhidão. Meu sogro e esposo foram "ao pastinho" colher "erva lanceta".
Fiz um chá com a erva, e banhei muito a mama, deixei uma fralda embebida sobre o seio para que desenflamasse. Não estava adiantando; eu fiquei mole, sem forças, e tinha que cuidar do bebê e todo o serviço da casa.
Fiquei assustadíssima: como iria amamentar com febre? Faria mal a ele? Então com o que o alimentaria? Eu não tinha telefone, nem sogra, a mãe longe... médico, só na segunda-feira.
Afortunadamente, uma amiga chegou em casa e me ensinou a virar o bebê com os pezinhos para trás, mamando ao contrário do habitual.
Com o apoio dela, ele foi sugando as glândulas mamárias que não estavam tão ativas e aos poucos fui melhorando. A amiga tinha uma filha de um ano e passara por esta situação. Ufa!
Nesta época, eu fazia crochê "prá fora" e enquanto ele mamava calmamente, no sofá eu ajeitava-o com almofadas, ia fazendo crochê e ele mamando em mim, trabalhávamos em equipe.
Eu conversava ou cantava para ele, e ele dava aquelas paradinhas, fitava-me nos olhos, comunicando-se. Emoção pura! Jamais esquecerei...
Aos quatro meses, o leite diminuiu, e apesar dos chás, sucos, canjicas, cerveja preta (detesto cerveja), tive que aderir à mamadeira no período noturno, pois ele puxava e nada saía das mamas - frustração.
Além de saudável, imunizante, prático e gratuito, o leite materno era fator de interação afetiva entre nós. Aos seis meses, ele secou de vez e fiquei apenas na mamadeira. Me senti menos mãe que as outras... por uns dias, depois me habituei.
Dava mais trabalho higienizar a mamadeira que o peito, a preocupação em comprar o leite bovino fresquinho todo dia, e reservar para os domingos e feriados, pois naquela época não havia estabelecimentos abertos nestas datas.
E o que acrescentar? Era hábito não fornecer o leito puro, e certos leites em pó custavam muito caro. Então, até um ano e meio, eu usava um daqueles farináceos que vêm enlatados, e leite bovino integral (de saquinho - que fervia e derramava, lambuzando o fogão, pois longa vida não havia).
Tudo muito mais trabalhoso que o peito, principalmente nas madrugadas, tendo que ir à cozinha, aquecer o leite (não havia micro-ondas), sujar louça, acrescentar a mistura enlatada (que eu não podia deixar acabar).
Após ele completar um ano e meio, passei a fazer mingau de fubá. Era mais trabalhoso ainda, pois necessitava cozer bastante, e a preocupação com o sistema digestório dele (que sempre foi bom) ... até que aos três anos, ele passou ao leite no copo. Até os 25 anos de idade, tomava um litro por dia.
Oi, Cristina!!
ResponderExcluirSua amiga caiu do céu!! Foi o anjinho da guarda do seu filho que a chamou :) E você fez o que pode! São histórias de vidas compartilhadas, que você contará para o seu filho. Eu faço isso com o meu... "quando você era bebê..." ou "quando você era pequeno"... e chegará um tempo que contará para os netos: "Quando seu pai era pequeno". De vez em quando, conto para mim mesma, para não esquecer tantos momentos bons... como se isso fosse possível, não é mesmo?
Obrigada por participar da blogagem!!
Beijus,
Olá, Luma!
ResponderExcluirEstou grata por poder participar de sua blogagem, sobre este tema elogiável!
A pressão comercial/ econômica faz com que as mães saiam para trabalhar, tornando inviável a amamentação até os dois anos (o que seria o ideal).
Creio que o mínimo possível deva ser tentado, ao menos enquanto durar a licença maternidade...
Quanto às histórias, aderi rapidamente à blogagem para que esta minha experiência não se perca, e eu possa ler quando tiver netos.
Incrível seu profissionalismo na condução de seu blog!
Outros beijos.
Nossa,Cristina, que depoimento tocante. é difícil imaginar hoje essas dificuldades q passou qdo temos td à mão.
ResponderExcluirBJ,
Marília
Então, Marília, o papel desempenhado pelas enfermeiras hoje na Europa, em 1985 era executado pelas tradicionais farmácias da cidade, principalmente aqui no interior.
ExcluirAcontece que naquela época, o comércio não funcionava aos domingos, tudo era suspenso...
Me lembro que raramente se ia ao médico, os farmacêuticos eram muito requisitados e respeitados.
Outros beijos!
Que lindo teu relato,Cristina e ninguém é menos mãe por isso! Claro que todas querem amamentar, mas nem sempre podemos!
ResponderExcluirbeijos,chica
Oi, Chica!
ExcluirÀ época, eu deixei um emprego de seis anos, dois meses antes dele nascer, para que pudesse me dedicar plenamente à maternidade.
Então, foi frustante sim!
Outras beijocas.
Olá Cristina
ResponderExcluirMuito assertivo este seu post, sobre um tema candente e ...premente
Beijinho
Oi, Carlos!
ExcluirSão relatos viscerais, que de vez em quando, necessitamos externar.
Beijos brasileiros.