29.9.13

Ensino Religioso


Este livro me rendeu um belo debate com a criançada.

Fiz a exploração da capa, leitura instigante da resenha, e apresentei autora e ilustradora.

Com a luz apagada, todos debruçadinhos em "bracinhos de travesseiros", iniciei a "leitura deleite".
Passamos então ao debate: meninos X meninas. Comigo, somou-se oito contra treze. Uma briga feia!
Essa comum guerra dos sexos, na observação da autora, ganha poesia. E a mulher ganha empoderamento.
Os dois sexos se olharão nas diferenças (que não são apenas culturais) e também nas semelhanças, com mais prazer e tolerância, fortalecendo a convivência mútua.
Eis uma canja:

Menina sabe que não é princesa de verdade, e nem flor, mas é organizada.
Eles não são heróis, corajosos e espertos. Fortes são mesmo.
Meninas ficam de mal e são fofoqueiras. Meninos ficam de mal humor e são porcalhões.
Meninas surram com a língua, eles surram com o muque.
Eles são impacientes, do contra e fazem xixi em pé, além de gostar de insetos asquerosos.
Menina é dedo-duro e adulto acredita, menino faz piada boba e é folgado...
Menina é vaidosa ou fresca? Prefere ficar diante do espelho que diante da TV.
Garotos sabem que ninguém morre se não tomar banho. Eles fecham os olhos para escolher as roupas!
Eles adoram chulé, palavrões e selvageria. Ralar o joelho e puxar cabelo de menina é troféu.
Só de vez em quando eles protegem as garotas ou emprestam algo. Elas também ajudam de vez em quando com as tarefas!
 É que elas têm femininice e eles, masculinice.
_ Eu só gosto de uma das meninas. Uminha só.
_E eu, apenas de um dos garotos. No máximo um.

O livro no Youtube, em forma de teatro:   aqui

4 comentários:

  1. Ola. Nao percebi que tipo de livro é esse e o que tem a ver com o ensino religioso. Pode esclarecer por favor?

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  2. Oi, Bruno!
    É literatura infantil, e trata da questão dos gêneros (masculino e feminino), abarcados numa questão mais ampla, do auto conhecimento, da auto imagem.
    A autora aborda as principais características femininas e masculinas, levando a uma reflexão sobre "eu e o outro".
    Faz parte do ensino religioso, pois entra-se no campo da filosofia e também da sociologia.
    Nestes debates, as crianças externizam suas sensações, frustrações, e compreendem-se melhor.
    Aceitam tanto a si próprios, quanto ao outro, com as devidas semelhanças e diferenças.

    Um abraço.

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    1. Ola.

      é sem duvida importante que as crianças aprendam a conhecer-se a si proprias como às outras mas nao concordo muito que faça parte do ensino religioso. Parece que se quer falar do tema às crianças apenas de um ponto de vista. A religiao tem uma certa ligaçao com a filosofia mas é apenas uma parte.

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  3. Boa tarde, Bruno!
    Eu também não concordo muito em ter que lecionar "ensino religioso", num estado dito laico, apenas porque existe no Congresso Nacional, uma bancada forte, com poder de voto.
    Sabemos o quanto o voto é um instrumento de poder, por vezes avassalador e nada democrático, senão eles não estariam lá.
    Aproveito a abertura existente no currículo anual de ensino religioso, para levar os miúdos à criticidade, à reflexão, à posicionar-se com crescente autonomia.
    Aliás, adoro a forma como você se posiciona... se parte de meus aluninhos chegarem próximo a este patamar na vida adulta, as inúmeras seitas religiosas do Brasil farão menos estragos.

    Até a próxima prosa!

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