24.9.13

Férias

O fim do ano vem chegando, semana que vem já é outubro e as crianças, meus alunos, querem descanso.
Após tantos relatos de longas viagens de lazer em blogs pela Europa, vejo o quão é cultural esta questão.
Em minha região, poucos passam mais que quatro dias na praia, ou mais que um fim de semana prolongado no campo (emendado com um feriado). 
Apenas quem viaja ao exterior, uma parcela pequena, faz saídas mais demoradas que uma ou duas semanas.
Para alguns dias, não há necessidade de períodos de repouso clássicos. Muitas pessoas vendem suas férias, ou parte delas aos patrões, com o dinheiro dão entrada numa moto, reformam o carro, ou pagam contas.
Não conheço muita gente que faz financiamento para viajar na parança anual. Um deslocamento ao Nordeste, de no máximo uma semana, pode ser pago em um ano,  após o gozo. 
Não temos propriamente um mês típico para o ócio digno em empresas, apesar de que janeiro e julho são preferenciais devido às pausas escolares (para famílias com filhos).
Professores, como eu, tiram sua quietação obrigatoriamente nestas datas: férias em janeiro e recesso em julho. Sem opção.
Em janeiro chove demais, e os riscos nas estradas aumentam. É também o mês mais caro - alta temporada em áreas turísticas, com superlotação em locais badalados, falta de espaço para estacionar, maior risco de contratempos e estresse.
Em julho é frio para curtir praia ou até mesmo o campo, os dias são mais curtos, sendo a época mais aconchegante para permanecer  no lar e fazer curtos passeios diurnos. 
Antigamente, os parentes de São Paulo, "arranchavam" na casa dos pais ou outros parentes próximos aqui no interior. 
Chegavam a ficar entulhados na casa dos outros durante um mês inteiro, pois as esposas não trabalhavam fora. Davam o maior trabalho.
Quando minha avó morava no sítio, os irmãos, primos e até tios dela baixavam acampamento lá, e de mãos abanando! Sem contar as famílias de filhos casados, mas estes não ficavam tantos dias quanto aqueles.
Essa fase passou. Raramente hoje alguém hospeda parentela por tanto tempo. Hotéis e pousadas são caros, e com as mulheres no mercado de trabalho, raramente a família toda consegue o descanso longo na mesma época. 
Eu adoro viajar em abril, na interrupção de páscoa: clima ameno, sem riscos de temporais, sem superlotação, todavia com poucos dias livres.
Para quatro dias, Minas Gerais é a dica de viagem com cultura marcante, tranquila e barata, principalmente em cidadezinhas não turísticas, uma por dia ... além do litoral norte paulista. Nosso cantinho na serra também estará sempre à espera.
Não conheço estabelecimentos comerciais que fechem para desafogo, exceto parada de uma semana no fim do ano.
Aqui na oficina, nunca fechamos, não é possível deixar tudo na mão de empregados: certos serviços somente são feitos pelo Par, e a administração é apenas nossa. Assim, alívios longos distante daqui são difíceis.
Eu particularmente, adoro ficar lagarteando em casa, lendo bons livros, cozinhando, passeando de bici, caminhando, crochetando, navegando pela net, zanzando pelas cidades das redondezas.
Eu de azul - litoral norte. 
Par e Fiotão - sítio da avó.

16 comentários:

  1. As férias são mesmo bem esperadas. No entanto,. basta parar a confusão, os compromissos, nem mesmo precisamos ir pra muito longe. Eu adoro e procuro sempre praia. Agora mesmo estou quase dando uma voltinha pra uma delas, beijos,chioac

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    1. Ah, Chiquinha!
      Pena ser longe, pois acordar de madrugadinha e pisar na areia, para lá e para cá... delícia!
      Aproveite por ti e por mim, visto que as crianças já começam a subir pelas paredes de agora em diante.

      Beijos.

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  2. Taí Cris,
    um olhar pra lá de oportuno sobre o significado das férias, que podem ser lá ou aqui, mas que proporcionem momentos de lazer e descanso em boas medidas.Se houver chance de estender-se o olhar,maravilha! Se não puder ser tão lá longe, aqui pertinho também é bom demais.
    Bjkas,
    Calu

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    1. Boa noite, Calu!
      Nós, professoras, sabemos que de agora em diante, a criançada começa a subir pelas paredes da escola... difícil acalmá-las.
      A esperança de férias é um grande acalanto: para eles e para nós também.

      Abreijos também a ti.

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  3. Lembro destas ferias escolares nos anos 60, que a gente ficava quase tres meses de ferias e sempre na casa da avó lugarejo perto. A férias de julho tinham 30 dias. Agora tudo mudou parecem mais recesso. A analise/reflexão sobre férias está perfeita com as devidas situações. é caro fazer turismo no Brasil em alta estação e nas baixas as é impossível deslocar com tantas adversidades além do custo.
    Assim vem esta questão de venda de ferias e ou mesmo fraciona-la em duas.
    Meu abraço amiga.

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    1. É, Toninho, parávamos em 15 de novembro e somente voltávamos em março... depois os dias letivos subiram de 180 para 200.
      Saímos agora em 20 de dezembro e retornamos em 1º de fevereiro.
      Até a próxima prosa.

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  4. Férias é sempre bom!
    Mas por cá, os alunos começaram mesmo agora a ter aulas....
    Férias, agora, só pelo Natal...
    Beijinho para si!

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    1. Olá, Vieira!
      Estou de ponta-cabeça em ralação a ti.
      Nosso ano letivo termina em 20 de dezembro, mas as crianças vêem os irmãos mais velhos pararem antes, e ficam reclamando.
      Abreijos do hemisfério sul.

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  5. Anônimo25/9/13

    Olá Cristina
    Por aqui acabei as férias. Ontem. Com a minha chegada começaram as primeiras chuvas e depois virá o Inverno. Felizmente, em Janeiro, rumarei para o hemisfério sul. Em trabalho, mas que associo a férias,porque me reencontro com o Verão
    Beijinhos

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    1. Oi, Carlos!
      Sim, janeiro temos calorão... e chuvarada! Nos dias chuvosos, a temperatura cai e torna-se bem aconchegante.
      Estou indo terminar de ler seu relato de férias (já estou na metade).
      Outros beijos.

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  6. Oi, Cris!
    Férias no Brasil é cara até para os gringos. Amigos estrangeiros quando veem passar as férias aqui, reclamam dos preços e também por isso, os brasileiros quando podem, preferem viajar para fora.
    Eu gosto muito de ficar em casa nas férias e pegar uma praia enquanto está tudo calmo. Quando chega perto do natal e ano novo, costumo viajar porque a cidade é invadida por mineiros :D A cidade que tem 130 mil habitantes, ultrapassa 1 milhão. É o caos!
    Depois do ano novo, o mês de janeiro é bem família. Os pais voltam para o trabalho e as mães ficam com as crianças. Passam o mês inteiro e muitas vezes mais que isso. Fico bem admirada, pois dá a impressão que brasileiro não trabalha. Aliás, todo fim de semana a cidade enche.
    O Brasileiro não viaja nas férias, mas viaja quase que todo fim de semana. Ao contrário que lá fora, as férias são sagradas porque eles só saem fora desse período em feriados muito especiais, como o dia de Ação de Graças.
    Beijus,

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    1. Olá, Luma!
      Você tocou num ponto bem interessante! Realmente as viagens aqui na região são bem picadinhas.
      Vira e mexe meus alunos somem alguns dias porque foram à praia, às termas de sei lá onde, à alguma excursão.
      Esta região é turística, mas minha cidade não. Então é sempre calmo, a população não oscila muito durante o ano.
      Tem uma cidadezinha turística aqui ao lado, que aos domingos à tarde é invadida por ônibus de excursão que fazem determinadas rodas, abrangendo diversos pontos turísticos nas imediações. O forte dela é servir derivados de milho no café da tarde, em barraquinhas.

      Adorei prosear, um beijão.

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  7. Oi, Cristina!
    Você desenhou bem o sentido de férias, e é isso mesmo, uma parada no cotidiano, seja onde for, até mesmo na nossa casa, lagarteando, é tudo de bom. Aliás, é o que eu e maridex vamos fazer por 15 dias a partir desta sexta-feira, vamos pra casa na montanha e vai ser lá nossas férias de calmaria. Só não quero cozinha, já avisei a ele, pois isto é coisa que não me faz sentir em férias de verdade.
    um beijinho carioca


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    1. Olá, Betinha!
      Para mim, que seio de casa às 6 h 20 e somente volto à noite (a passadinha durante o almoço nem conta), ficar no lar é um luxo aguardado.
      Lá na roça também me realizo, há toda a história de meus antepassados italianos, e ainda vivem tantos primos. Me embrenho pelas pastagens, pelos regatos, pelas trilhas.

      Outros beijos procê.

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  8. Oi Cristina,

    Viajando ou em casa, férias sao sempre merecidas...

    Obrigada pela visita

    Abçs

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    1. Olá, Vanessa!
      Grata pela visita.

      Realmente, descansar é necessário, contudo existem pessoas aqui na região, que nunca ficam mais de um ano no mesmo emprego, e consequentemente não têm direito a férias. Tudo é consequência!

      Outro abração.

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