5.9.13

Mamadeira



Lá em casa, todos mamamos no peito; não tinha mamadeiras. Em relação à criançada adjacente, uns tinham, outros não. Algumas eram só um "bicão" preso à boca da garrafinha.
Num domingo à tarde, as filhas dos caseiros da fazenda vizinha vieram buscar costura - minha mãe costurava prá fora.
Trouxeram os dois filhos mais novos da fazendeira (eram quatro, e os mais velhos já eram quase de nosso tamanho).
Na zona rural, as crianças eram criadas por outras, mais velhas. Nada de grave acontecia, a vida era mais "relex".

Vinham com suas mamadeiras, retirando águas dos regatos para "mamar" a sede. Naquela época não havia paranoia com bactérias (eu faço isso até hoje sem culpa)...
Gente, que coisa mais linda! A da garota tinha um anel rosa e a do menino era azul. Eu fiquei tão encantada com aquelas simples mamadeiras plásticas, que recordo tão bem.
Ficaram as duas por lá (na mesa da cozinha) enquanto brincávamos. Ao voltarem para casa, acompanhamos até boa distância (era hábito local).
Adivinha quem foi colocando água nas mamadeiras a cada corguinho (córrego)? Puxa, se eu fosse rica, compraria uma para a boneca (que eu tinha e não brincava).
Um daqueles dois fazendeirinhos pequeninos (o garoto) veio aqui na oficina trazer uma roda de trator para arrumar. Lembrei-me desta tarde, mas nada disse.
A mãe é uma conhecida escritora de crônicas para um jornal local e conta lindas histórias da roça. Desta aqui ela não sabe...

Imagem Google.

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