15.9.13

Tromba d'água



Nesta época de seca, lembrei-me da tomba d'água de maior impacto em minha vida: eu estava na escolinha rural, segunda série - 1972. Tinha sete anos e meio.
Possivelmente era março, época de enchentes, pois no segundo semestre fomos para o prédio novo.  A professora sozinha com a criançada, a escola sendo inundada, o pânico.
Um balde gigantesco estava sendo jorrado sobre o frágil telhado com goteiras, sorte não haver muitos raios e trovoadas...
Foram poucos minutos - talvez 15, todavia a água não parava de subir, atingindo nossos joelhinhos. Só havia uma casa por perto, contudo apenas adolescentes e crianças estariam lá.
Fomos dispensados mais cedo - talvez 16 h. As crianças que subiam a estrada, caminhavam vencendo a correnteza que se formou na estradinha, fazendo o som "tchoc, tchoc, tchoc".
Para trás, a sala alagada; as carteiras  eram daquelas pesadas, presas ao chão - de ferro fundido e madeira bruta, estavam com água até o acento. A cadeira da professora foi posta sobre a mesa - desolação.
Nós acompanhamos costumeiramente a professora até a rodovia, onde ela aguardava o ônibus. Para tal, ela retirou os calçados e seguiu conosco, enquanto a água escoava rapidamente para o "Rio da Prata".
Ao passarmos sobre a ponte da rodovia, o rio estava bufando, quase a transbordar... subimos a ribanceira rumo a nossas casas, e ali nada acontecera. Apenas chuviscos. Ufa!
Google Imagens.

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