Atribuição

Esta palavra gera traumas e arrepia os cabelos do professorado nesta época do ano.

Atribuir classes para 2014 é função do diretor de escola, que deve usar de bom senso para atender às necessidades de toda a comunidade escolar.

Não adianta atribuir uma classe de alfabetização a uma professora que está acostumada com 5º ano. Será prejudicial a ela e sobretudo aos alunos.

Nós temos uma ficha para renovar a pontuação todos os anos, em outubro. Ali são anexados os pontos de novos cursos, retirados cursos que prescreveram e anexado o tempo de trabalho, que neste município pesa muitíssimo.

Por eu ser antiga na escola, há apenas duas pessoas na minha frente: a vice diretora, que a partir de agora deixa o cargo e passa a professora novamente, e a coordenadora pedagógica.

A vice voltou porque já tem mais de dez anos no cargo, então não lhe compensa mais financeiramente. Tem a vantagem de trabalhar 30 horas, com o mesmo salário (de 40).

Então, após elas escolherem, ainda sobraram todos os 1ºs anos do período da manhã. Fiquei em minha mesma sala pelo terceiro ano consecutivo. Já estabeleci meu local de querência naquela "toquinha".

Quase todas as professoras preferem o período da manhã, então é o primeiro que acaba, e elas devem se contentar com o que há no período da tarde.

Aquelas que dobram período, em duas escolas diferentes, enfrentam o desafio de conseguir de manhã onde são mais antigas, pois à tarde é fácil. Porém, nada é fácil e elas ainda devem conciliar  a noite de reuniões. 

Se numa escola as reuniões de professores acontece às segundas-feiras (o mais comum), na outra não pode calhar, daí em outubro começam as negociações, os bastidores, as entrelinhas. E salve-se quem puder.

De minha parte, estou tranquila a muito tempo, pois garanto minha sala de manhã e fico na oficina à tarde. Já estou virando patrimônio da escola, estou lá desde o final do ano 2000.
Imagem: daqui