Era um círculo vicioso, reproduzindo a miséria das gerações anteriores, e onde um homem se sentia felicíssimo em não ter gerado.
Um Portugal muito diferente da atualidade, onde o pequeno país tem uma das menores taxas de fertilidade da Europa, todavia esta realidade ainda é atual em alguns locais da Ásia e sobretudo África. O Brasil rural também viveu este quadro até meados das décadas de 60 / 70.
A fictícia vila de Cerromaior é rodeada por plantações, onde se destacam duas classes sociais: os latifundiários e os trabalhadores diaristas, que só encontram trabalho em períodos sazonais, sobretudo em época de colheitas.
As mulheres, presas a seus casebres e filhos, lavam roupas para fora e afins, para complementar o orçamento. Os homens, tentando-se menos "presos", vão e voltam, cada vez mais velhos e fracos, devido a vida madrasta desde o acidental nascimento.
A opressão e prepotência do fazendeiro sobre o trabalhador avulso, a necessidade absoluta do trabalho para aqueles homens se sentirem gente, bagunçam a cabeça do protagonista: um jovem burguês que perde parte dos bens para os primos, e pela lembrança da mãe que morreu jovem, acaba ficando do lado dos pobres, apesar da relutante indiferença.
O primeiro capítulo é o final do livro; todo o restante das 251 páginas, é a justificativa deste final. O romance foi adaptado para o cinema em 1980. Escrito em português de Portugal, é gostoso de se ler.
O exemplar faz parte de uma "sacolada" de livros que minha amiga colheu numa doação feita pela Biblioteca Municipal: me caiu "de paraquedas".
Meu exemplar é da editora "Portugália"; emprestarei para a esposa de nosso colaborador português, creio que ela vá gostar, apesar dele ser do norte.
Imagem: aqui
Meu exemplar é da editora "Portugália"; emprestarei para a esposa de nosso colaborador português, creio que ela vá gostar, apesar dele ser do norte.
Imagem: aqui
Deve ser interessante!
ResponderExcluirJá leste "Levantado do Chão" de José Saramago?
O objetivo do livro é o mesmo: divulgar a dura vida rural na época dos latifúndios
Foi o seu primeiro romance, escrito em 1980.
Também foi o primeiro livro que li do escritor, marcou-me pela estranheza que senti ao constatar a sua inovação no campo das regras gramáticais.
Gostei muito do livro, o que nem sempre aconteceu com algumas obras do laureado.
~ ~ ~ Abraço ~ ~ ~
Olha, já ouvi falar deste livro, contudo nunca li. Também leio certos livros de autores consagrados e nem gosto, mas para certas pessoas isso é pecado!
ResponderExcluirConhecer autores não tão visíveis é muito bom, pois não temos a amarra da fama atrapalhando.
Saramago é famoso no Brasil, porém eu não conhecia Manuel da Fonseca.
Abreijos, Majo!