23.1.14

Elogios

Logo recomeçam as aulas e estou cá, me preparando. Chegando novinhas, de uma "escolinha", as crianças precisam de elogios, de limites, de cafuné, de firmeza. 
Necessitam de exemplos positivos: de mim e sobretudo dos coleguinhas, com quem aprendem mais rápido (o bom e o ruim) nesta nova escola, grande e assustadora. 
Os limites precisam ser aplicados sobre a ação, não enfocando a criança em si; assim:
_ Eu gosto de você, porém detesto quando você chuta um coleguinha. Essa ação negativa, terá consequência negativa.
Massagear com uma pomadinha o local que ficou vermelho, no colega, é uma forma da criança reparar seu erro e perceber o sofrimento do outro. Surte muito mais resultado que ficar no canto, pensando (em outras coisas).
Ficar pensando num canto é bom para acalmar as birras, os escândalos que incomodam os outros. Nestes casos, ficar um pouco à parte é benéfico (sobretudo para os demais), ali na escola ela não é única. 
Retirar a criança da sala, abaixar-se à altura dela, no corredor, e falar firme, é uma boa tática nos casos mais sérios. Ela fica mais "balançada" e tende a prestar mais atenção nos fatos.
Os cafunezinhos na cabeça, passando de um a um, enquanto trabalham, reforçam o pertencimento. Dar, sempre que possível, duas opções de escolha, fará com que ela aprenda a escolher, argumentar, decidir por si.
As críticas devem ser feitas ao ato, e não há criança em si. "Aqui nesta atividade há um problema" e nunca  "você é um problema".
A firmeza diz respeito às regras: poucas, contudo cumpríveis. Trocar a palavra "não" pela palavra "evite" faz com que a criança não fique sempre "do contra". Exemplo: "evite chutar o colega" - se disser: "não chute", ela pode chutar apenas para contrariar.
Quanto aos elogios, também não podem ser dirigidos à criança, e sim às ações: "você é lindo,  inteligente, é esperto,  caprichoso, carinhoso" são termos vazios, que massageiam o ego e estimulam a preguiça e sobretudo o medo de errar (e deixar de ser tudo isso). Essas interpretações não são ações palpáveis e levam à instabilidade emocional, à dependência de um adulto.
Devemos estimular o esforço, a persistência, a tentativa, a ajuda ao outro, o carinho real que ofereceu ao coleguinha, a dizer a verdade - seu ponto de vista, para que continue a haver ações cada dia mais evoluídas. A autonomia emocional (resistência à frustração) será alcançada pouco a pouco.
É importante demonstrar a evolução à criança, a ação positiva e seu resultado concreto, e refletir com ela no sentido dela também se conscientizar para o avanço real.
Pense num atleta: se já bateu um recorde, fica desestimulado, com medo de tentar novamente e decair. Todos que estão sobre o topo ficam mais frágeis, e queremos crianças fortes, determinadas, que evoluam. 
O aperto de mão, para selar um acordo, firme e decididamente, ensinando a criança a colocar ênfase e força, surte bom resultado porque ela se sente menos bebê com o importante ato simbólico e tende a cumprir o combinado.
Imagem daqui

2 comentários:

  1. Como você é cuidadosa no preparo para o próximo ano letivo!
    Gostei do cafunezinho neles, muito carinhoso este preparo.
    Bjs cariocas

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  2. Então, Alfazema, temos que deixar tudo pronto para a acolhida... são crianças de cinco anos e meio a seis e meio. Pequetitas!
    Buscamos sempre embasamento teórico para aplicarmos na prática cotidiana... certas teorias são inviáveis, outras, excelentes.

    Abreijos.

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