Usava uma camiseta da empresinha de seu pai, chinelinho aos pés e estava sozinho. Vi como se babava para um quadriciclo infantil, que funciona de verdade verdadeira.
Não me aguentei de comichão e fui puxar um "dedin" de prosa: ele me disse que já tem uma igual à vizinha do quadri, é uma "motinha" motorizada, e sabe pilotar (acredito).
E não é que a máquina lhe deu a maior bola? Foi uma empatia mútua: ele, igual um moço, observava cada detalhezinho, e educado como só, não tocava no objeto de desejo.
Vistoriava pneus, engrenagem, e olha de cima, fica agachadinho por baixo, rodeia pela esquerda, pela direita...
Comentei com o "Gnomo" (Os mecânicos daqui têm cada apelido!) e ele imediatamente orientou o "rapaz" para que montasse. Antes do ato, a criança perguntou o preço. R$ 1.500,00.
Perguntei se o preço estava bom, e ele confirmou, emendando que já possui uma parte. Foi trepando na maquininha laranja e simulando direção, estasiado!
Roncava o motor no silêncio absoluto, conquanto se fazia de ensurdecedor pela fisionomia e linguagem corporal.
Roncava o motor no silêncio absoluto, conquanto se fazia de ensurdecedor pela fisionomia e linguagem corporal.
Me despedi, e desejei boa sorte. Meu olhar de pedagoga fixou-se naquela cena perfeita, enxergando o cerebrozinho funcionando a mil lá dentro da cabeça do garoto, enquanto eu seguia com minha própria moto...
Imagem daqui
Coisas que enchem os olhos e esvaziam os bolsos.
ResponderExcluirO encantamento é fatal.
Abraços.
É de segunda mão, mas a prosa com o menino, esta foi de primeiríssima!
ResponderExcluirOutro abração, e até mais.