29.1.14

Segunda mão

Nestas férias, tenho tempo para ir toda quinta-feira à lojinha de usados da igreja aqui perto. Cabulo metade da tarde na oficina, peço folga ao "patrão".
Minha mãe e suas vizinhas são voluntárias, duas a cada tarde. Ali, torna-se  um ponto de encontro das senhoras idosas da redondeza, que vão doar e/ou comprar roupas, calçados, acessórios e utilidades domésticas, ou simplesmente prosear. Adoro as histórias de tempo antigo que elas contam.
Na semana passada, a esposa do primo de minha mãe contou sobre seu casamento "fugido". Era hábito fugir com o namorado para poderem se casar, porém ela tinha 14 anos e ele, 17. Não puderam se enlaçar, voltaram "murchos" para suas casas.
Não se contentaram, fugiram novamente. Então ficaram com a família dela, que era bem mais pobre que a dele, por isso a "italianada" dele não queria o casório. Só após um tempo, se casaram "no papel" e foram para o sítio dele, melhor estruturado.
Na primeira fuga, vieram para a cidade: cerca de sete km a pé, no inverno. Ela com um casaquinho e ele em mangas curtas, na madrugada gélida da roça. Enquanto venciam o mato do paraíso, que não acaba mais,  "viram" assombração, ouviram o tropel da mula-sem-cabeça. 
Chegaram de manhãzinha e bateram à porta da irmã dele, que se assustou. Acolheu-os, mas não deixou ficarem juntos (era assim). Ele foi tentar acertar papéis e nada conseguiu, foram devolvidos intactos.

Semana passada fui a pé até esse brechó, levei umas blusas que já não uso. Pela rua, fui observando e fotografando: É hábito local, deixar água ou resto de almoço na sarjeta, para cães soltos (ou de rua).
Ainda é comum as pessoas (mais velhas) deixarem seus cães darem uma volta pelo bairro, quando são vira-latas, apesar do risco de atropelamento.
Aqui em casa não deixamos restos nos pratos, e o que sobra do almoço guardo para o jantar (se ainda sobrar, congelo, faço sopinha, bolinho de arroz assado aos montinhos), mas ao limpar carnes, separo as rebarbas, ponho sobre um plástico e levo à calçada. Rapidinho se vai.
Na foto, uma senhora havia acabado de esvaziar a panela.
 Na esquina, já vem um grandão, me olhando ressabiado... ele tem dono, pois está de coleira. Bonito!
 Na volta: não havia sobrado nem o aroma.
Comprei estas lindas polainas. Estão novinhas e me servirão para trabalhar cedinho no inverno. Com a moto, as canelas sofrem... é assim, no verão se compra bons produtos invernais.
Também comprei esta bolsa de couro, bem acabada. É pequena, a tiracolo, especial para usar com moto. Fecha-se bem, com uma grande aba.
Por dentro, ela tem três divisões, uma delas com zíper. Dentro daquela de baixo,  há uma subdivisão também com zíper.
 Eu a lavei, sequei à sombra, engraxei duas vezes e guardei, pois a minha atual ainda está boa.
Devido ao horário de verão, ao voltar, às 17 h 30, ainda fiz meu pé sossegadamente. Em época de trabalho, tenho que fazê-lo às pressas, após o almoço de domingo, a cada 15 dias.
Detalhe - apenas tiro cutícula dos dedões! E fica bom do mesmo jeito.

2 comentários:

  1. OLÁ CRISTINA

    O TEMPO PASSA E EU SEM TEMPO PARA FALAR AOS AMIGOS, PASSEI E LHE DEIXO 1 BEIJINHO!!!

    LÍDIA

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi, Lídia! Estou com saudades de seus poemas...
      Estou muito feliz com sua visita, e aguardo mais fotos de um Portugal que você tão bem sabe encontrar.

      Outros beijos a ti.

      Excluir

Desativado

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.