5.3.14

A obra

Subimos a serra por três semanas consecutivas, e continuaremos. Neste feriado, foi a parte mais suada: entelhar a estrutura metálica, e destelhar o velho anexo. Nunca carreguei tanta telha!
A parentalha da cidade? Não apareceu uma alma viva sequer! Fizemos tudo sozinhos: o "Par" e eu (muito mais ele, que eu). 
Enquanto ele não precisava de ajuda, cozinhei refeições e fiz muito doce de goiaba em calda (meia-lua), que fica uma gostosura batido com leite. Há 5 potes na geladeira para o ano, pois as goiabas não esperam, estão caindo ou sendo comidas por pássaros. 
Na ida, quase atropelamos um teiú, com a caminhonete carregada. Havia muitas folhas na estrada sombreada e ele se camufla. Comia frutinhas vermelhas bem no meio do caminho, e não saiu. 
Creio que ficou traumatizado e se fingiu de morto... tive que cutucá-lo com uma vareta, para que subisse ao barranco. Ficou assim: apenas com a cabeça escondida (cérebro de bebê).
Será que estava em pânico? Eu poderia pegá-lo tranquilamente. Era um exemplar adulto, medindo cerca de 70 cm, da cabeça ao final da cauda. Os primos disseram que eu deveria levá-lo a eles, pois comeriam o pobre. Não mesmo!
A estrutura que o "Par" está fazendo sobre o teto com cupins. Aproveitamos para fazer a varanda à frente. Não fizemos de madeira porque ele não é sua especialidade.
Foi "brabo" ajudá-lo a erguer cada telha pesada, esta bancada foi a salvação. Definitivamente mulher não tem a mesma força bruta dum homem.
Aqui, eu aguardo pela telha, sobre a bancada. Ele ficou tão cansado que ao final do dia andava abaixadinho, meio travado. Nada que uma noite de sono na roça não resolvesse.
Haja protetor solar, e o chapéu não parava na cabeça. Fervi litros e litros de água da mina, enquanto monitorava o quanto tinha na geladeira, ainda geladinha. 
 Esquecemos o prumo, mas ele improvisou com as garrafinhas e água.
 Ufa! Pouco a pouco toma forma, e parafusa cada uma, para não deslizar.
Há madeira podre por todo lado, mas já está melhorando. Reativaremos também este sanitário (vitro à esquerda).
Encontramos muitas aranhas, algumas venenosas, com marcas amarelas. Essas, eu matei. 
Estes ovinhos são de calango - menores que uma ervilha, porém grandes para a calanguinha botar.
Os primos farão o trabalho de pedreiro, após finalizarmos a estrutura.
Estou  com os pés e mãos ressecados, pernas e braços arranhados, esfolados, contudo foi ótimo - um carnaval diferente.
Levei três ferroadas de marimbondo caboclo, mas não dói tanto, é maneiro e faz bem pro sangue. Nos preocupamos com segurança e tudo correu bem.
O "Fiotão"? Estava em Itanhaém. Não iríamos mesmo incomodá-lo, pois não frequenta o sítio (não curte muito).
Ainda resta levar material para os primos trabalharem, serão várias viagens. Depois mostro o resultado de meu "Resortinho".

8 comentários:

  1. Anônimo6/3/14

    Salam, Cristina!

    o seu relato é muito aconchegante, dá uma vontade enorme de estar aí também e compartilhar contigo as emoções puras da vida.
    Vou gostar de ver o "resortinho" pronto! Boa obra!
    Abraços

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    1. Oi, Denise!
      É tudo muito matuto, muito caipira. Neste anexo, fico independente do casarão, que por vezes fica lotado. Usamos apenas a cozinha conjuntamente, pois comer agrupado é melhor!
      Outro abração.

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  2. ~ Mas que grande azáfama Cris!

    ~ Esta valente disposição acontece quando há sangue de pioneiros correndo nas veias.
    ~ O esposo parece que combina muito bem contigo.

    ~ Em breve, gozarão os regalos do edifício recuperado.
    ~ Têm energia elétrica?
    ~ Esou a pensar no computador.

    ~ ~ ~ Beijos navegados. ~ ~ ~

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    1. Oi, Majo!
      Tem eletricidade, mas não tem Internet; não pega - fica longe das antenas.
      Há TV com parabólica, contudo não tenho paciência para assistir; prefiro curtir a natureza e conversar com os primos roceiros.
      Quanto à disposição, é necessidade! O teto acabaria nos caindo à cabeça, e o marido não teve escolha.
      Grande beijo.

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  3. Olá, querida Cristina
    Amo roça... gosto do interior e de tudo que lá tem...
    Bjm fraterno

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    1. Oi, Rosélia!
      Que bom você gostar de mato... há pessoas que não se acostumam, têm medo dos insetos.
      Outro beijão prá ti.

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  4. ~ Que tudo corra bem.
    ~ Sorte, amiga.
    ~ X ~

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  5. Grata, Majo!
    Tudo de bom a ti,
    Beijão.

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