5.3.14

Alongada

Sim, passei todo o carnaval alongada no mato... estamos em obra, pois o telhado de meu "puxadinho" em anexo ao casarão da Avó, estava todo corroído por cupins.
Houve uma chuva de pedras granizo a quatro semanas, que contorceu e derrubou galhos de árvores no caminho, destruiu plantações e destelhou um canto do nosso quartinho.
Chegamos lá e encontramos fiação caída pela estrada, e consequentemente falta de energia elétrica; telhas pelo terreiro e um espaço aberto no teto; uma folha do portão da garagem atirado longe...
Veja  como ficaram as folhas do mamoeiro! Aliás, ontem fui retirar as folhas danificadas e notei uma "folha" enroladinha, cinza e estranha. Ao derrubá-la, notei que era um enorme mandarová.
Sinto muito, mas não deixei vivo um ser horrendo, tão próximo à casa. É o único bicho a que tenho pavor medo. Media cerca de sete centímetros.
Para literalmente assassiná-lo, atirei um caco de tijolo cinco vezes. Batia no "molusco", ele se contorcia e ambos pulavam: o tijolo pr'um lado, ele pro outro, e nada de morrer.
Aquela casca elástica é muito resistente. Por fim, saiu algo verde e logo vieram duas galinhas brigar pela "comida".
Parei de tremer e voltei à lida; não me crucifiquem, só matei 1!
A enchente, após a chuva de granizo, arrastou muitas goiabas, mas ainda não é a verdadeira "enchente das goiabas", famosa por aqui. Após uma semana, estão todas secas.
O chuchuzeiro sobre o jirau teve as folhas estraçalhadas e parou de frutificar.
Quantos mamões sob tão poucas folhas boas... eu trouxe alguns prá mãe fazer doce (e goiabas).
Este cafeeiro está bonito, todavia é exceção. A serra sofre: primeiro foi a seca absurda em janeiro (que ainda persiste), depois o granizo a judiar dos frutos. Os primos estimam safra de apenas 30%, e justamente neste ano, que era de safra gorda.
Não quero ver o casarão da Avó tal qual este, dos falecidos Tio Nísio e Tia Dita... abandonado enquanto corre o inventário. 
Uma casa centenária, onde criaram três filhos e cinco filhas. O primogênito casou-se e continuou conjuntamente, anexando esposa e três filhos.
Esta sou eu, toda suada e desgrenhada, bisbilhotando num sítio lá no alto da serra (no alto mesmo). O cajado, apesar de desproporcional, é necessário na trilha íngreme.
A vista é deslumbrante e o ar aromático, houve-se macacos na mata. Dá prá enxergar parte da Cidade a vinte km (no cantinho direito). O sítio da Avó está lá embaixo.

10 comentários:

  1. ~ Olá, Cristina.
    ~ Então granizo, depois da seca!
    ~ Por aqui dizem que as desgraças são como as cerejas, nunca vem uma de cada vez.
    ~ Apesar do trabalho, calculo que deves ter te sentido muito bem, nesse sítio.
    ~ Tudo se vai recompor. Melhores dias virão, amiga.
    ~ Presumo que os Pavani são de ascendência italiana. Em que ano chegaram ao Brasil?

    ~ ~ ~ A b r a ç o ~ ~ ~

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    1. Oi, Majo!
      A tempestade foi rápida, a aguaceira escorreu e nem penetrou em terra.
      Os Pavani eram da região de Pádova, e vieram em levas. Meus ancestrais chegaram na virada do séc. XIX para XX para cuidar de café nas fazendas da região sudeste brasileira.

      Outro abração a ti.

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    2. ~ Gostei de te ver, Cris, mais um pequeno esforço e vais ficar uma deusa...
      ~ Esse bordão pesado deve fazer parte do regime!

      ~ Abração, querida amiga.

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    3. Só se for a deusa da roça! Exercício, na serra se faz de sobra.
      Outro abraço terno.

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  2. Que linda tua foto com o cajado e deves ter vivido dias lindos e diferentes por lá! tanto a ver, tanto a fazer! bjs, chica

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    1. Olá, Chiquinha!
      A serra é mesmo revigorante, com uma biodiversidade tremenda.

      Beijocas caipiras.

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  3. Que paisagem bonita! Bom exercicio!

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    1. Oi, Catarina!
      O verde está meio apagado devido à seca fora de hora, mas a serra é mesmo linda.
      Grande abraço.

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  4. Oi, caríssima amiga! Tô voltando!
    Menina, estes mamõezinhos devem ser docinhos né?
    Adoro estar no meio do mato também, principalmente nesta época chata e barulhenta aqui da cidade grande.
    beijos cariocas


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  5. Olá, também caríssima Alfazema!
    Os mamões são doces e orgânicos, é só colher de-vez e aguardar na fruteira, para que amadureçam.
    Imagino o agito carnavalesco aí no Rio, também prefiro a calma. Neste final de verão há frutos por toda parte, uma fartura.

    Abreijos saudosos.

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