12.3.14

E foi assim:

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O professor de informática chegou com a turma, reclamando dum casal, pois ele bateu nela. Pediu que eu resolvesse... não foi na minha aula, mas tudo bem.
Levei a dupla ao corredor, pedi que um explicasse ao outro sua queixa. Já aprenderam a não falar prá mim, vão diretamente à fonte. Eu só fico de juiz.
Ele, já choroso, reclamou a ela que o fato de  ficar esfregando-lhe a mão sobre a cabeça (assim, ó), foi para incomodar. Foi muito irritante, ela não parava e ele lhe bateu mesmo.
Ela, "lisa" como só (pois já a estou conhecendo bem), com a carinha mais deslavada do mundo, disse a ele que a intenção era apenas lhe fazer um carinho. Sei!
No olhar do professor de informática, que não conhece bem a classe, a grande vítima foi a garota, pois a pobrezinha apanhou, todavia se analisarmos o contexto, veremos que ela instigou, incomodou, teimou, até que ele perdesse as estribeiras. Cruzes, parece briga de marido e mulher!
Após deixar que resolvessem sozinhos, a meu lado, expliquei, orientei, admoestei a atitude de ambos e perguntei se estava resolvido. Confirmado, pedi que se dessem um aperto de mãos olho no olho, e voltassem ao trabalho (que a classe estava sozinha, "pegando fogo").
Eu sempre faço com que as próprias crianças aprendam a ter autonomia ética, dialogando entre si e refletindo sobre atos impróprios. Não sou eu quem decide, apenas administro. É tão bonitinho, quando por si só, eles chamam o "ajudante do dia" para intermediar seus perrengues!
Esta é uma atitude que se repete ao menos uma vez ao dia, anos a fio. Ao adentrar a sala, dá trabalho para acalmar a turminha que ficou sozinha por minutos; inclusive, pode haver novos conflitos.
Resta-me pedir aos sete céus que nenhuma das duas mães venha "tirar satisfações" no portão da escola, amanhã cedinho, em meio à toda a platéia, senão minha luta por autonomia vai por água abaixo.
Tem mãe que acha bonito defender os filhos, acha inclusive, que é sua obrigação. Não lhes dá o direito e o  prazer de serem capazes. Basta ensiná-los várias vezes, seus aprendizados nos surpreendem.

4 comentários:

  1. Ola

    Penso que você fez bem. As crianças têm de aprender a responsabilizar-se pelos seus actos. Agora o problema é que muitas vezes os pais ainda sao piores do que as crianças com o pretexto de estarem a proteger-las. Quantas vezes ja vi historias de professores agredidos pelos pais so porque estes deram uma reprimenda nos filhos ou mais absurdo ainda deram mas notas. é o mundo ao contrario. A disciplina, a educação e o respeito sao postos em causa. E com estas atitudes dos pais, além de darem maus exemplos aos filhos, preparam-nos mal para o futuro pois eles pensarão que têm o direito a tudo e nenhuma obrigação.

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  2. Olá, Bruno!
    Compartilho seu pensamento.
    Há mais de década fiz um curso de "Moralidade Infantil", inspirado em Jean Piaget. A professora é vinculada à UNICAMP, uma universidade conceituada aqui do Brasil.
    Olha, nós deveríamos todos ter aulas de ética e moralidade, nem que fosse pela TV, pois é a heteronomia moral que leva a tantos conflitos... as pessoas se sentem incapazes de resolver desavenças com racionalidade e tantos problemas simples se tornam complexos.

    Abraços, e até mais.

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  3. ~
    ~ Muito bem, Cris.

    ~ Fico muito orgulhosa por nos termos tornado amigas.

    ~ Deveria haver, uma vez por outra, uma palestra ou reunião para formação dos pais.

    ~ ~ ~ ~ ~ Abraço intercontinental. ~ ~ ~ ~ ~

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    1. Olá, Majo!
      É realmente importante a conscientização familiar, com psicólogos na escola, porém eles são raros.
      Na reunião de pais, abordo o assunto rapidamente, contudo o tempo é escasso.
      A TV brasileira poderia abordar o tema, visto que é uma concessão governamental muito pouco usada para fins educativos.
      Olha, também adorei termos nos tornado amigas, e aguardo seu blog, hein?
      Outro abração do Brasil.

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