17.5.14

Equidade

Dia da Bandeira / Flag Day
Com as novas manifestações, acabo de ler um blog de brasileiro "européisado", ainda deslumbrado, que "desce a lenha" na porcaria do Brasil. Ora bolas, eu também sou terminantemente contra quebra-quebra e outras manifestações ostensivas.
Sou igualmente terminantemente contra os eventos de copa do mundo e olimpíadas, pelos mesmos motivos de todo brasileiro "pé no chão".  Na hora do jogo, aproveitarei para andar de bicicleta com o Par, tendo as ruas desertas só para nós, pois boicotar é menos mal que depredar.
Gastar nossos tão suados impostos nestes eventos faraônicos é o mesmo que eu comprar uma avioneta da fábrica onde o "Fiotão" trabalha, sem ter dinheiro para manutenção, sem saber pilotar, sem uma banheira de hidromassagem, sem ter um carro zero, sem uma casa em bairro nobre.
Justamente isso acontece: pula-se a primordial saúde pública e cuidados ao idoso, a segurança, educação, transportes públicos decentes (nas grandes cidades) e vai-se direto ao oba-oba. Agora quero ver quem pagará o pato destas decisões arbitrárias. Os políticos foram avisados com um ano de antecedência.
Quanto à equidade , quero chegar até os europeus e ao vômito de alguns brasileiros expatriados. Todos sabem que o Brasil é um país adolescente. Também sabem que a população europeia está envelhecida. 
Senhores de 60 anos não têm disposição para sair às ruas reivindicando, só querem um asilo para envelhecer em  paz. E a Europa já tem boa infraestrutura acumulada em "milênios". Em 1500, o Brasil estava na era neolítica; seus habitantes (nativos) sequer conheciam o metal.
A população brasileira ainda é predominantemente jovem, cheia de vigor. Jovens com baixa escolaridade, que fazem mais besteiras e espetáculos que populações idosas. Precisamos entender esta importante diferença.
A Alemanha, por exemplo, quando tinha sua população ainda "caliente", fez o holocausto. Quando a Itália era "fogosa" tinha máfias terríveis. E por aí vai... Entenderam a equidade?
Que eles parem de cuspir no prato onde se alimentaram e respeitem-nos, visto que estamos aqui dentro, arregaçando as mangas para tentar educar (sem muita surra) esse Brasil adolescente rebelde. 
Será que é tão difícil um brasileiro expatriado explicar esta equidade lá fora? Precisa sujar ainda mais nossa imagem?
daqui a Bandeira.

6 comentários:

  1. Disparadamente perfeita tua análise, Cris e a ela me junto aplaudindo e co-afirmando cada linha desta tua tão bem colocada declaração. É muito fácil criticar-se sem embasamento e de fora do clamor real.
    Todo esse estado de perplexidade tem fundamento e melhor seria se os protestos fossem de natureza razoável.
    Boa semana pra ti.
    Bjkas,
    Calu

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  2. Olá, Calu! Fico grata pela compreensão.
    Obviamete a maioria dos brasileiros expatriandos não tripudia sobre nossa agonia, contudo alguns ruidosos causam mais estragos dos que já temos.
    Quisera eu acordar amanhã e encontrar um Brasil manso, maduro, ajuizado, devidamente escolarizado, pipocando benfeitorias por todo canto, apto a curtir pacificamente um belo torneio futebolístico internacional.
    Nós, na profissão de professoras, nos desdobramos em prol de uma juventude menos heterônoma, que domine as rédeas de suas próprias vidas, que assuma as consequênicas de seus próprios atos.
    Tomar decisões individuais quando os problemas são coletivos (emigrar em busca de vida melhor), é uma decisão pessoal sem maiores implicações.
    O que incomoda, é alguns poucos, chafurdarem sobre o nome do Brasil apenas porque seus próprios umbigos estão a salvo.
    Nos comentários de textos assim, lemos outros brasileiros fazendo apologia à alvejação, então prefiro desabafar aqui.

    Uma semana de muita paz a ti também.
    Autras beijokitas apreensivas.

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  3. ~ Tens toda a razão no que disseste e no direito à tua indignação!

    ~ Só tenho ouvido referências ao grande problema da violência. Segundo o depoimento de um blogue amigo, parece que pouco se liga ao valor da vida humana.

    ~ ~ Por mim, adoro o Brasil. as suas gentes generosas . a sua música e cultura. Por isso, eis-me aqui como grande admiradora e amiga deste blogue.

    ~ ~ ~ Abraço muito amigo e solidário com o teu ressentimento. ~ ~ ~

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    1. Excelente tardinha, Majo!
      Fico feliz que ainda veja o Brasil além da violência, fenômeno que nos magoa e machuca muito.
      Minha região é calminha, interiorana, conforme retrato no blog; contudo tenho pavor das nossas capitais, com uma desigualdade social constrangedora.
      Fico muito agradecida por seu apoio e da Gê, portuguesas grandes amigas!

      Outro abraço bem apertado.

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  4. Palmas para ti Amiga:) Clara e explicita no teu pensamento!
    É isso aí!!!!!
    Portugal...berço de tanta gente...é hoje un caixão aberto...

    Jinhooooooosssss Portugas:)

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    1. Olá, Gê!
      Os dois extremos etários apresentam seus problemas: a nossa juventude pouco (e mal) escolarizada, e país com grande população idosa, como vários dos europeus.
      Os nossos são mais gritantes que os vossos, muito mais! Principalmente nas capitais, pois estão relacionados à desigualdade social, causando violência extrema.
      Sei da minha responsabilidade quando ministro aulas de Ciência Sociais aos miúdos, para sua formação cidadã.

      Outros beijitos apreensivos (nãovejo a hora que o evento se acabe - e em paz).

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