23.9.14

Canastra - aventura

Seguir por estas longas e desconhecidas estradinhas de cascalho requer horário - preferivelmente pela manhã; veículo correto (tracionado, alto, com bom estoque de óleo diesel se for o caso) e mapa (GPS perde sinal).
Uma visita prévia para ambientar-se é ideal; senão, contratar um guia ou levar companheiros é o correto. 
Veja quantas serras sobrepostas (apesar do tempo nublado).
Uma dupla de ciclistas que nos deu dicas: um deles é guia. Após estas placas próximo ao nosso veículo, nada mais nos orienta e nem sempre temos sorte de encontrar companhia. E tem muito chão aí para cima.
 Nos  muitos mirantes, vale parar e contemplar cada um dos pontos cardeais.
Uma nova pousada, à esquerda, numa trilha quase invisível. Há um jipe laranja na estrada e pessoas a pé.
Um dos ciclistas, lá atrás nesse morro íngreme. Corajoso à beça! O solo é sempre assim, pedroso, arenoso, esbranquiçado, sem terra viva, derrapante.
Logo atrás deste mirante, uma porteira na encruzilhada e um aviso: "Abotoe a porteira" - para manter a tramela posta, não apenas encostar. É que aqui venta muito e ela se abrirá sozinha na madrugada, ficará batendo se não abotoarem a tramela.
Condomínio de pedras. Na volta, cruzamos dois veículos traçados com turistas de nossa idade.
Planalto deserto, perto apenas das duas fazendas citadas no post anterior. Aqui, quase nada se planta devido às pedras, só gado perambula solto.
 Fomos e voltamos; o cavalo não sai de baixo da árvore... 
 Bem lá embaixo está a represa de Furnas, "mar vazio de Minas".
 No lado oposto, a Canastra emoldurando todo o planalto. 
Na volta, estrada não pavimentada rumo Glória. Há os povoados "Olhos d'água" e "Babilônia". Cruzamos cerca de sete pontes com rios grandes e pequenos. É pouca água límpida descendo as montanhas.
Só pelos rios e pontes improvisadas, já vale o passeio. As estradas estão ótimas e aqui a paisagem muda muito em relação ao entorno do parque. São fazendas com muita banana, café, cana e sempre o gado.
Continuamos por terra até Jacuí, e até Monte Santo - uma aventura longa, com mapa, GPS (que perde sinal nessas brenhas de terra batida) e valiosas informações de moradores.
Paisagens únicas, contudo estradas desérticas. Totalmente desaconselhável para quem não tem olho treinado, sob risco de se perder nas encruzilhadas traiçoeiras e sem sinalização alguma.

12 comentários:

  1. Cá por casa adoramos esses passeios!!!
    Beijinho

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    1. Olha, Marina, lembrei-me do talento de seu marido quando me deparei com os ciclistas obstinados!

      Abreijos

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  2. Lindo, lindo, lindo. Amo paisagens assim. Subi num lugar assim lá onde nasci, interior. Pena que não estávamos com carro apropriado e não deu pra subir mais. Mas é incrível, única e insubstituível a sensação de contemplar o mundo assim. ♥

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    1. Ah, Companheira, então você também já foi caipira? A paz de espírito e a carga de energia boa são alimentadores da alma. Amo Minas.

      Bjs

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  3. Que mini férias deliciosas! Adoro este tipo de aventuras :)

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    1. Oi, Ana!
      Com este Brasil imenso, há muitas maravilhas a conhecer.

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  4. Quem é da roça sabe como fazer estas aventuras.
    Lá na minha Minas a gente andava desbravando mas era a cavalo.
    Um abração Cristina e flores de Primavera amiga.
    Assusta a seca em varias cidades de Minas que afeta São Paulo.

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    1. Oi, Tonin!
      A cavalo é " mió qui bão"!
      Dependemos da preciosa água de Minas... e que a primavera traga além de flores, muita água!

      Grande abraço caipira

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  5. Oi, Cristina!
    Não parece distante, até você olhar no mapa e constatar que para sair de onde você morava no Sul de Minas, até lá o percurso demoraria 6hs. e 30min e de onde você está agora, demora 12hs. Ter que ir de carro, só rodando daqui até lá! Acho que vou ficar na vontade, na admiração das fotografias e na degustação dos queijos que chegam aqui :)
    Um belo passeio! Você gosta de aventura, não é mesmo? (rs*)
    Beijus,

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    1. Então você vivia no sul de Minas, quase minha vizinha?

      Olha, Luma, e pelas estradinhas de terra batida o tempo dobra... na ida gastamos três horas e na volta, 6. É verdade que o sabor também dobra.
      Arrume um drone e se dependure! Aeroporto só em Franca ou Uberaba, a uns 200 km.

      Beijão telúrico

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  6. ~
    ~ ~ Seca, só para apreciadores.
    ~ ~ Vi cumes de montanha na série "A Muralha" e são, de facto, espetáculos soberbos.

    ~ ~ ~ Abraço telúrico. ~ ~ ~

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    1. Este parque tem as encostas magníficas. A população local, de tradição cabocla, guarda uma cultura fantástica, explorada pelo programa "Globo Rural".

      Telúricos abraços

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