18.9.14

O laico e o sacro


O período de eleições vem se aproximando e esta questão tem gerado comentários aqui no interior, sobretudo pelo fato d'uma candidata ser nitidamente evangélica.
Eu, como professora numa escola pública laica tenho na grade curricular uma aula semanal de ensino religioso. Tal fato, criticado nos curso de formação junto à especialistas da UNICAMP, por exemplo, se deve à força das diversas bancadas religiosas em Brasília.
É aquela antiga questão: governa-se em prol de minorias ou o foco legislativo se concentra na maioria populacional? Depende da política de cada país.
Há em minha cidade, um seminário diocesano com "Instituto Diocesano de Filosofia", um belíssimo e inefável sonho acadêmico! 
Na época do curso de Pedagogia, eu e uma amiga vizinha deste seminário, ansiávamos estudar lá (naquela época a esposa de um juiz recebeu permissão).
Apesar do valor de um curso assim, há um baixíssimo número de propedeutas e seminaristas atualmente: fruto dos tempos. O estilo de vida monástico, tanto masculino quanto feminino, requer grandes considerações sobre fé e razão.
A igreja sempre utilizou o esplendor da arte para ligar seus fiéis ao esplendor de Deus, e tem funcionado. Um especialista em arte sacra com ideias interessantes sobre este campo é Cláudio Pastro. Inclusive, deixou seu rastro numa capelinha na "Casa das Irmãs de Santo André" aqui no Município.
Um templo evangélico de uma vertente não tradicional, construído a alguns anos no centro da Cidade, ostenta luxuosidade de grande fruição estética, demonstrando a metamorfose religiosa atual.
O casamento em que compareci no sábado passado, contou com uma cerimônia totalmente laica, onde o mestre de cerimônias ligado a um cartório local nada deixou a desejar em emotividade e simbolismos.
A evolução da sociedade não se faz em linha reta, tipo montanha acima, porém em forma espiral, contornando em diversas voltas esta montanha evolucional, tendo 360 graus em ângulo de visão para recriar-se constantemente. Assim, o laico e o sacro coexistirão... sempre?
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6 comentários:

  1. Cris,
    em minha opinião, sim...coexistirão sempre,pois abraço a tese do quantitativo místico que habita cada ser humano, em menor ou maior grau ou até em grau inexistente, porém, estabelecido nos ensinamentos e práticas da vida social.Também defendo um estado e uma escola laica sem preconceitos de nenhuma ordem e com respeito em observação a tal posicionamento: o da distinção entre democracia e religião.Cada qual no seu quadrado.
    Fiquei no intento de encompridar muuuuito esta boa conversa que vc nos promove.
    Bjos,
    Calu

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    1. Pode encompridar à vontade, Calu, é sempre um prazer!
      Há momentos em que ficamos "entre a cruz e a espada" na sala de aula, com conteúdos que certos pais interpretam segundo sua própria religião...
      Por vezes, o cultural se mescla ao religioso, como carnaval, festa junina. Uma simples "amarelinha" onde há "céu e inferno", pode gerar polêmica.
      E assim seguimos convivendo com o laico e o sacro concomitantemente (sem falar no sincretismo)!

      Beijos prá ti também

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  2. Oi, Cristina!
    Conheço um pouco da história de vida da Marina e pelo que consta, ela nunca misturou religião com política, apesar de sempre evocar à Deus. Ela realmente acredita que esteve para morrer e foi vítima de um milagre. Foi nessa época que ela se converteu. Antes disso ela era católica e saiu do mato para ser empregada doméstica - diz a antiga patroa, que ela queria ser freira e que, quando não estava trabalhando, estava ajoelhada em seu quarto rezando. A conviccão religiosa dela veio antes de ser protestante e ela se sente predestinada. O que posso pensar disso é algo vejo algo positivo em quem acredita em Deus. De antemão, voto no Aécio.
    Beijus,

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    1. Oi, Luma!
      O povo aqui do interior ainda está dividido entre os três. Até eu! Trabalharei nas eleições e sentirei o burburinho...
      Dilma tem a vantagem da prática; Aécio é nosso vizinho aqui de Minas; Marina é ambientalista.

      Beijão, e até lá

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  3. ~
    ~ ~ Olá, amiga.

    ~ ~ Admiro muito a Marina, a sua inteligencia e luta em prol da ecologia, mas confunde-me o facto de ser capaz de mudanças tão drásticas.
    ~ ~ Eu, durante duas décadas, dizia-me agnóstica, mas a verdade é que quando me via aflita, pedia o auxílio de todos os santos e santinhos e se o caso fosse mesmo grave, clamava por toda a corte celestial, incluindo todos os anjos e arcanjos.
    ~ ~ Desisti de me afirmar agnóstica. É difícil modificar a religião de berço.

    ~ ~ Importa é que seja qual for o eleito, saiba como atenuar as diferenças entre ricos e pobres e que esteja ao lado dos mais desfavorecidos e débeis.

    ~ ~ ~ ~ Grande abraço outonal. ~ ~ ~ ~

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  4. Olá, Majo! Eu gosto muito da Neca Setúbal (criadora do SENPEC), que trabalha na campanha da Marina - seria uma excelente ministra da edução.
    Se ao menos o Aécio fosse mulher, facilitaria a escolha...

    Abraço primaveril procê!

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