27.10.14

Bonitão sorridente

Desde o 1º turno das eleições, uma velhinha de 83 anos da sessão onde trabalho fazia questão de votar neste candidato. Ao aparecer a foto, ela expelia um gritinho de satisfação. E foi assim que o  mesmo ficou apelidado...
Bem, parece que o "Bonitão Sorridente" não fez devidamente a lição de casa e o preço foi pago! Nem todos escolhem um candidato por ser "Bonitão Sorridente" ou "magrelinha", e santo de casa precisa caprichar nos milagres.
Acontece que o voto não é um instrumento democrático, é absolutamente instrumento de poder - quem detém a maioria sempre vence.
Na quinta-feira, fiz um gráfico de cores com os miúdos e estrategicamente iniciei a votação. Escolhi a cor verde, dizendo ser minha "favorita, predileta e preferida"; fiz a maior propaganda em favor desta cor. Adivinha qual ganhou?
Após passar os dados do gráfico para uma tabela, não fiz a análise matemática habitual sobre os resultados. Fiz questão de debater com eles justamente sobre o que levou a cor verde a ser vitoriosa, sendo que já fizemos gráfico de cores e o verde recebera votação inexpressiva.
Neste nano espaço debatemos sobre o quanto podemos ser influenciáveis, visto que quando não opino e nem voto, a turma tende a votar no item que está ganhando, mesmo que não seja seu preferido. Segue a massa no ensejo de fazer parte dos vencedores.
Se o voto é um poderoso instrumento de poder, quais instrumentos seriam mais democráticos? Possivelmente o diálogo inteligente, o debate de ideias maduras, o consenso entre grupos opostos, um acordo avançado onde ambas as partes cedem em prol do bem comum.
Espero sinceramente que as alianças futuras favoreçam atitudes democráticas que transcendam a política partidária e  avancem em prol do Brasil como um todo.
É importante salientar que temos uma preciosa janela de oportunidades até a meados da década de 2030, com um balanço equilibrado entre o número de crianças e idosos para serem sustentados pelos economicamente ativos.
Justamente neste período deveremos fazer reserva financeira, sobretudo em prol da Previdência Social. Fechada esta janela, poderemos declinar para um país de idosos, com todas as implicações sociais, econômicas e de saúde pública daí decorrentes.
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4 comentários:

  1. Anônimo28/10/14

    Querida Cristina,

    sou fã de seus textos porque têm uma fluência tão agradável e também bom humor. A realidade da vida brasileira está estampada nos posts e assim, apreciamos mais a sua cidade e o interior, tão precioso do Brasil.
    Sobre a influência que temos sobre as pessoas, concordo muito. E gostaria de ressaltar, que é desafiante ter um blog, mantê-lo, e guardar conosco a Boa Palavra, pois ela influenciará milhares de outros olhares.
    Que nosso caminho seja repleto de Luz,
    abraços,
    Denise Bomfim

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  2. ~
    ~ ~ Nós somos um país de idosos...
    ~ ~ Os nossos jovens estão a partir todos os dias.
    ~ ~ Temos uma grande quantidade de professores desempregados à custa de formarem turmas enormes e a UE já disse que temos de despedir mais professores e polícias!!

    ~ ~ O nível de ensino regrediu em mais de 30 anos!! Quem diria!!

    ~ ~ Os pais andam desesperados com filhos emigrados ou desempregados e sem acreditar no futuro do seu país.

    ~ ~ ~ ~ Abraço triste. ~ ~ ~ ~

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    Respostas
    1. Oi, Majo!
      O Brasil, que era um país de jovens, pode vir a se tornar o oposto ainda na década de 2030. Então enfrentaremos os mesmos problemas de países como Portugal.
      Nossa janela de oportunidades para compor uma poupança nacional fechará logo.

      Admiro tanto a educação portuguesa! No "PISA", vocês ficaram entre os melhores da Europa. Pena os políticos deixarem-na sucateada e a UE não colaborar.
      Eu, que tenho o "Fiotão" comigo até hoje, aproveito para estreitar muito os laços e mantê-lo zeloso ao pai.
      O Carlos, nosso colaborador, também se preocupa muito com o futoro de seu maravilhos Portugal...

      Abreijos esperançosos

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  3. Olá, Denise!
    Fico-lhe grata pelo elogio, é bondade sua.
    Temos mesmo que estar atentos ao que escrevemos e também ao que lemos, pois é na troca com o outro que nos recriamos sempre.
    Um final de semana iluminado e outro abraço!

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