15.10.14

Dividendo demográfico


Vista aérea da cidade
Este tema me instiga, pois as professoras que lecionam para crianças maiores alertaram que neste município, o número de falecimentos vem superando os nascimentos, ou apenas empatando, dependendo do mês.
Fui buscar 2ª via da certidão de casamento (que estava desmanchando), e constatei: em setembro tivemos 84 casos de óbito e 82 nascimentos. A cidade possui cerca de 83.000 habitantes.
Não sei dizer se será bom ou ruim a médio prazo, contudo é uma inversão que reflete a tendência mundial (com exceção de certos países africanos, alguns de administração islâmica radical como Afeganistão... ).
Temos uma boa quantidade de migração nordestina para cá, contudo o advento de políticas sociais vem mantendo-os por lá e até levando alguns de volta.
Temos também muitos jovens que passam a semana fora, a trabalho ou estudo, mantendo o vínculo citadino através dos pais.
O Prefeito precisa levar em conta estes dados, passando a investir mais em políticas sociais voltadas ao idoso, como "creches" ou casas-dia.
Minha residência fica em meio a quatro creches infantis, podendo ser acessadas a pé no máximo em 15 minutos. No município todo não há sequer um local para abrigar idosos enquanto os familiares trabalham. Muitos passam o dia sozinhos, pois cuidadores geralmente custam mais que sua aposentadoria.
Na última década tem-se construídos muitas escolas, com prédios imponentes visando o período integral. Muitas casas populares estão sendo entregues, e famílias que moravam precariamente, muitas vezes em dois cômodos de fundos, agora ficarão melhor alocadas. Ao menos nessas casas há prioridade para idosos.
Temos asilos pagos (clínicas) com mensalidades em torno de cinco salários mínimos. Pouquíssimos podem pagar. A Prefeitura disponibiliza alguns centros residenciais, com casinhas individuais em alguns bairros, todavia o idoso deve cuidar-se sozinho e as vagas são limitadíssimas.
Entidades filantrópicas mantém um asilo pago, com mensalidade a partir de dois salários mínimos e a fila de espera é grande, sem contar que idoso com problemas graves de saúde não são aceitos. Há também casas individuais filantrópicas; e em todos os casos o idoso com demência é excluído.

4 comentários:

  1. Oi Cristina!
    Sou cadeirante e também idosa, mas não TÃO idosa...
    Para não sobrecarregar a família, tenho empregadas/cuidadoras.Atualmente, o que me dá mais trabalho e despesa é o que eu chamo de ´RH DOMÉSTICO' e fico imaginando a tristeza de quem não pode arcar com a própria dependência...
    "E aí, os véio pira"! ;-(

    Abração
    Jan

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  2. ~ ~ Também, em Portugal, ainda não se resolveu o problema dos idosos.
    ~ ~ Estamos mais pobres do que nunca!
    ~ ~ Temos crianças a passar fome.


    ~ ~ Mas hoje foi dia do professor em Terras de Santa Cruz.
    ~ ~ E não disseste nada! ! Embora com atraso, não vou deixar de te deixar o meu tributo.

    ~ ~ ~ As minhas maiores felicidades profissionais, colega amiga. ~ ~ ~

    ~ ~ ~ ~ ~ Abraços e beijos amigos. ~ ~ ~ ~ ~

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  3. Olha, Jan, você é uma privilegiada em poder arcar com cuidadoras. A grande maioria de aposentados tem proventos que nem passam de um salário mínimo. Vejo-os subindo o morro para ir ao posto de saúde aqui na esquina: sozinhos, lentos, debilitados.
    Admiro muito sua garra, Garota!

    Outro abraço

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  4. Então, Majo, a demografia tem suas incógnitas... se a população diminui, a economia se agita e a natureza se alegra.
    A política mal feita empobrece-nos também.

    E parabéns a nós duas pela nossa data! Merecemos.
    Um abraço apertado

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