Trata-se de um típico caso de gravidez na adolescência / vulnerabilidade social; ela fora abandonada pela mãe e posteriormente criada por outra pessoa. Os outros filhos dela são todos do companheiro atual, porém a avalanche se fez: foi engravidando cedo, os métodos anticoncepcionais falharam, talvez por mal uso aliado à baixa escolaridade.
É uma moça miudinha, com jeitinho de menina de treze anos. Aparenta ser anêmica e está tão fraca que de agora em diante a vizinha buscará o menino na escola. Encontra-se preocupada com o peso de manter mais um filho e feliz ao mesmo tempo.
Os dois meninos dela, meu atual e meu ex aluno, são inteligentíssimos e sou convicta que tem a ver com a genética, pois o ambiente familiar não propicia estimulação precoce alguma.
Apesar da carência financeira, ela é mãe zelosa em relação aos cuidados básicos; recebe bolsa-família e a escola fornece todo o material escolar. O companheiro realiza serviços braçais e tem um sistema antiquado e machista de educar a prole.
Aqueles meninos deveriam ser tratados feito pérolas pelo poder público, pois são casos de "altas habilidades" e vulnerabilidade social ao mesmo tempo. Taí um buraco imenso na educação - tratar a todos igualitariamente. A equidade, se aplicada, faria com que alunos acima da média tivessem aulas extras e especiais como em certos países do primeiro mundo.
Caso fosse o contrário (ele não aprendesse), teria reforço escolar no período oposto e eu professora seria orientada a dar atendimento especializado em sala de aula. O nó educacional é que minhas crianças com defasagem sugam-me tanto, que aos prodígios nem sempre sobra o "algo mais".
Crianças com altas habilidades precisam de mais, porque senão é um tédio para elas... isso também leva ao abandono escolar. Mas em muitos países desenvolvidos, o sistema escolar não está preparado para essas crianças... é uma pena! Bjs
ResponderExcluirExatamente, Ana! Desperdiçamos talentos por falta de políticas públicas.
ExcluirSeria tão bom haver um centro psicopedagógico onde encaminhá-los no período oposto ao escolar para potencializar as habilidades.
Bjs a ti também
Oi, Cristina!
ResponderExcluirA interação casa/escola/capacidade individual parece estar 'pela metade'... ou será que se quer nivelar por baixo???
Abração
Jan
Este nivelamento "para baixo" desperdiça talentos que no futuro poderiam fazer a diferença em prol da sociedade: cientistas, empreendedores, profissionais liberais.
ExcluirGovernar com equidade é amparar essas crianças com sede de aprendizagens complexas; crianças com cérebros privilegiados.
Outro abraço do leste paulista
~ Veremos se este passa, ontem não passou.
ResponderExcluir~ ~ Li numa revista social "on line" que no inicio do ano escolar, os reis da Bélgica levaram os filhos à escola. A rainha levou as meninas e o filho mais velho a uma escola, o rei levou o filho mais novo para outra escola, porque tem dificuldades de aprendizagem.
~ ~ Assim, constatei que o ensino integrado está completamente ultrapassado nos países evoluídos e só é praticado por falta de recursos nos pobres, o que é uma lástima.
~ ~ Será um pecado os referidos meninos, seus alunos, não singrarem em boas carreiras.
~ ~ ~ ~ Beijos de colega afetuosa. ~ ~ ~ ~
~ Ps ~
~ ~ Tenho acompanhado a Célia Rangel e lamento verificar que nunca a comenta. Ela escreve muito bem.
Majo, o que mais me dói é não ter para onde encaminhar crianças com potencial bem acima da média, que nasceram com cérebros privilegiados.
ExcluirUm leve investimento seria uma alavanca preciosa para a carreira deles, e a comunidade se beneficiaria no futuro.
Fala do blog da Professora Célia? Também gosto de lê-la; por falta de tempo não comento...
Afetuosos beijos procê também