2.11.14

Escolher alimentos?

Preferir os orgânicos, regionais - frescos e de época, além de procurar feiras de produtores, variar ao máximo as famílias botânicas e fazer recolecção catar no mato (para quem vive no interior), é crucial numa alimentação saudável.
No meu caso, não adianta chegar à banca e pedir orgânico ou isento de agrotóxico. O velhinho não entenderá. Eu pergunto:
_ Qual o senhor "surfatou" menos (é importante usar o dialeto correto, com R retroflexo bem proeminente)?
E ele responde que é aquele "picado" por insetos.
Há alimentos em versões menos e mais interessantes. A azeitona preta, por exemplo, deve ser preferível à verde, que é o fruto imaturo e a preta é o mesmo amadurecido. O pigmento arroxeado da azeitona preta contém niacina (vitamina B) e defensores do coração. Os nutrientes da verde podem ser supridos por folhas verde escuras e outros alimentos verdes isentos de versões.
O pimentão vermelho deve ser preferível ao verde pelo mesmo motivo, e sobretudo pela drástica redução do antinutriente solanina. Bom lembrar que cozimento não elimina solanina. 
O pigmento vermelho possui vitamina A, assim como o licopeno na abóbora madura, cenoura, melancia, caqui, goiaba vermelha, papaia, pitanga. O tomate deve ser escolhido bem maduro em detrimento do verdolengo pelo mesmo problema da solanina. Cozido, intensifica o licopeno e deve ser preferível ao cru.
A batata inglesa, outro solanáceo, produz glicose muito rapidamente, é bombardeada por agrotóxicos e deve ser preterida pela baroa, inhame, batata-doce, mandioca, banana da terra, cará, taro (ou cará-moela), raiz de bardana, abóbora madura, que são carboidratos complexos. 
Se a inglesa estiver com a casca esverdeada, descarte. A solanina, que é uma toxina produzido para defesa da planta, está potencializada ali. Se cozinharmos a babata com casca e mascarmos esta casca após o cozimento, sentiremos o amargor da solanina.
A abobrinha deve ser preferível à berinjela também pela solanina, contudo a casca roxa da berinjela nos atrai pelos nutrientes. Ao consumir o legume, devemos aumentar a ingestão de água para eliminar a toxidade (deixá-la de molho em água e sal antes do preparo também reduz o amargor - veneninho).
Imagem das principais solanáceas daqui

4 comentários:

  1. Oi, Cristina!
    Não sabia da existência da solanina e fui pesquisar... Faço tudo errado! Está cada vez mais difícil se alimentar, heim?
    Onde moro não tem feira e compramos legumes, frutas e vegetais em lojas de hortifrutigranjeiros, que é melhor em aspecto que em supermercados. Estou n'água!
    Beijus,

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  2. Oi, Luma!
    Faço esses textos para estudo; é um tema que gosto.
    Aos poucos, vamos aprendendo a equilibrar os flavonoides (benéficos) com alcaloides (toxinas protetoras) que quase todo vegetal possui, em maior ou menor graus.
    Aqui chamamos de "sacolões" a essas quitandas grandes, e são boas opções. Acho lindas e perfumadas!

    Beijão aprendiz

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  3. ~ ~ Nada sei da batata baroa, também chamada mandioquinha, mas a mandioca é uma raíz muito tóxica, também devido a alcaloides, desta vez, cianogénicos que se decompõem em cianeto. A utilização culinária só é possível depois de passar por processos de eliminação do citado veneno.

    ~ ~ O inhame possui ácido oxálico, pelo que não deve ser consumido cru. Algumas espécies são muito tóxicas.

    ~ ~ Importante é variar bastante os alimentos e tomar as devidas precauções.

    ~ ~ É muito interessante verificar como este estudo nos apaixona.

    ~ ~ ~ Abraço muito amigo. ~ ~ ~

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  4. Tenho estudado este tema com ênfase a um ano. Antes, só pincelava. Também não encontrei antinutrientes para a baroa, aqui chamada de batata salsa. É meu carboidrato favorito.
    Aumentei o consumo da abóbora madura, lembrando que as sementes possuem toxidade - mas são deliciosas!

    Abraços aprendentes

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