9.11.14

Hormônios - nossos generais!

Quando as feministas mandam dar bonecas aos meninos e colocar meninas no futebol, elas se esquecem que são os hormônios que regem este departamento. Por volta dos nove anos de idade, garotas recebem doses extras de testosterona, precedendo a puberdade.
Me lembro desses rompantes de agressividade, força, uso de carrinho de rolemã e enfrentamento aos meninos, tão diferentes de meu comportamento habitual (fiquei machona), que fizeram sentido na aula de neurociência que tive com Ivan Capelatto.
A adrenalina também é expelida em doses generosas, porém por toda a infância - por isso crianças são tão felizes, se contentam à toa, vivem criando brincadeiras. Por volta dos dez anos ela começa a diminuir e na puberdade o comportamento muda drasticamente, adicionando-se outros hormônios.
Aquela criança meiga, animada, cheia de sonhos e desenvoltura corpórea, se transforma num sisudo adolescente desanimado e com manias. É que já passou a vulnerável fase infantil e está na hora de se virar sozinho, então a dose extra se esvai - vem o risco do uso de substâncias para repor o natural prazer perdido.
A ocitocina, hormônio do amor, é o verdadeiro nome do extinto "instinto materno". Ao olhar o filho pela primeira vez, começamos a produzir ocitocina para o bem cuidar - e nos escravizamos aos bebês, dando-lhes inclusive mais do que necessitam. 
A adoção, cuidados com animal doméstico e até mesmo a paixão doentia envolvem ocitocina, que amplifica sentimentos. O pai que cuida do bebê também secreta ocitocina, daí a importância da licença maternidade (mas não para ficar no bar comemorando). 
A melatonina e cortisol controlam nosso ciclo de sono e vigília, portanto é crucial mantermos uma rotina disciplinada mesmo aos fins de semana, sem trocar o dia pela noite. Se dormirmos mal, a melatonina passará o dia brigando com o cortisol e o cansaço crônico se instala, assim como ficar acordado à noite gera estresse adicional (trabalho noturno). 
Dentre tantos, há o glucagon que metaboliza carboidratos, aumentando a glicemia e contrapondo-se à insulina (outro hormônio vital) O antidiurético, se descontrolado, pode causar diabete insípida (incapacidade renal de controlar a química da urina). O paratormônio aumenta a absorção de vitamina D, influi no cálcio e fosfato.
A tiroxina tem a ver com a tireoide e sua disfunção - hipo ou hipertiroidismo, além de causar bócio (papo) e deficiência visual (com olhos saltados), causa ansiedade, cansaço ou insônia, tremores, aumento da sudação, falta de ar, alteração de peso.
Somatotrofina é hormônio do crescimento, produzido pela hipófise e atuando na massa muscular e prolongamento ósseo. Repõe células e também causa acromegalia: crescimento exagerado de pés, mãos, orelhas e nariz em homens idosos. Pessoal de academia aderiu, contudo pode haver efeitos colaterais...
A prolactina é responsável pela lactação. Nas vacas, é injetada artificialmente, associada ao hormônio do crescimento para mantê-las mais tempo em ordenha, inclusive enquanto grávidas, prejudicando o leite que compramos. Há quem acuse aumento do crescimento de possíveis células cancerígenas!
O estrogênio e progesterona, bombas femininas, fazem com que após a puberdade tenhamos as quatro estações do ano dentro de nós em quatro semanas.
A fase lútea, após o período fértil,  é marcada pela progesterona. Equiparada ao outono, ocasiona mudanças emocionais, insônia, cansaço e introspecção. A mulher se sente feinha e gorda, vê defeitos em seu homem; uma necessidade desesperada por doces se instala. Quem é acometida por TPM, é no final deste "outono" (semifase pré-menstrual) que ela se manifesta. É uma longa fase em torno de doze dias, incluindo-se os dias pré-menstruais.
O inverno é a fase menstrual, onde o endométrio é eliminado e a mulher se acalma, fica leve. No primeiro dia menstrual a falta de apetite é visível, passa-se horas sem comer e a fome não vem. Os hormônios Luteinizante (LH) e Folículo Estimulante (FSH) passam a ser secretados para "incubar" o óvulo, aumentando os níveis de estrogênio até a ovulação. Dura em média cinco dias.
A fase proliferativa é a primavera, preparação para fecundar, onde a mulher é mais indulgente e se enfeita mais, usa salto e maquiagem à toa, fica em frente ao espelho se achando linda, compra roupas e acessórios e procura passeios /encontros com intuito de acasalar; e o estrogênio aumentando... Dura em média uma semana.
No verão menstrual, um "esguicho" de Hormônio  Luteinizante (LH) e Folículo Estimulante (FSH) libera o óvulo para possível fecundação, durando aproximadamente quatro dias. Encerrada a última das quatro fases, todo esse ciclo se refaz, acionando a "montanha russa" hormonal / sensorial.
Meu próprio ciclo se iniciou aos onze anos, e agora aos cinquenta, continua regular, estável, absolutamente normal. Eu poderia ter tido vinte bebês... De certa forma os tenho em sala de aula. 
Será que o convívio diário com a vivacidade das crianças induz hormônios que retardam nossa menopausa?
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2 comentários:

  1. ~ ~ Muito interessante e divertido. ~ ~

    ~ ~ ~ Beijos amigos. ~ ~ ~

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  2. Os hormônios comandam nosso comportamento o tempo todo: os adolescentes são prova cabal!

    Beijos de cá, e bom domingo

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