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As estrelas cadentes e os relâmpagos com nuvens de tempestade eram um caso à parte. Cadê as tantas luzinhas que xispavam o tempo todo, cruzando o céu em qualquer direção? E aquelas nuvens carregadas, feito naves sombrias atirando raios mortais prá depois desaguar escandalosamente, formando rios momentâneos montanha abaixo?
Morando numa montanha defronte à outra bem próxima, eu tinha a visão do vale abaixo, e no seu mais profundo o rio escorregando sentido nordeste a sudoeste. E acompanhando o rio, a rodovia, agora com pavimentação asfáltica e a ponte nova trocando as duas serpentes de lugar.
A visão das paineiras de verão, manchas rosa pincelando as matas: quarenta, cinquenta delas, e na beira da estrada o tapete de pétalas... E as lixeiras em setembro (Aloysia virgata) branqueando e perfumando a borda de capoeiras. Ah, esse perfume de infância, de plenitude, de serenidade!
Guardo com nitidez os tons de verde e castanhos, os muitos aromas e sons da mata, o ruído de folhas secas e galhinhos se quebrando sob nosso tropel. Pássaros, muitos; e ninhos artísticos, e ovos de tamanhos, cores e pintinhas.
A textura e refrescância gelada do sereno aglomerado nas folhas de grama. Aquela trilha fininha com o sereno nos beijando as canelas nuas, aquele brilho prateado, com gotas obesas enquanto o sol ainda tentava romper a montanha.
A textura da fruta no pé e sua beleza feito árvore de natal, o néctar temperado, as bicadas de passarinho na fruta mais bela, aquele chão forrado de frutas após uma noite de ventania, a escassa fruta temporã em meados de agosto.
A felicidade do (minguado) encontro humano: a visita de parentes que viviam distantes, a vinda de amigos de outras fazendas, alguém sei lá de onde que aparecia muito de vez em quando naquele ermo vai-volta.
A moita de bambuzal e os muitos sacis que por lá viviam. A casinha que se formava em seu oco interior sem brotos, alto e seco, forradinho com as folhas secas se acumulando a décadas - aconchego total envolta naquele bailar constante nas longas e finas ramas que circundavam o centro oco.
A adstringência da areia fina ao fundo do regato límpido! A areia sempre a escorregar, a abraçar, a se mover. Os passeios por dentro do regato e as lindas folhagens viçosas das margens e o barranco e a pinguela, e os peixinhos barriga-podre espelhando os raios de sol.
Os bichinhos silvestres que por lá perambulavam, os predadores, nossos animais domésticos, insetos, assombrações.
Os bichinhos silvestres que por lá perambulavam, os predadores, nossos animais domésticos, insetos, assombrações.
~ O isolamento contribui para que se aprecie melhor a natureza.
ResponderExcluir~ ~ ~ Beijos amigos. ~ ~ ~
Quantas cenas da vida silvestre presenciei! éramos tão acostumados ao mato, que nunca me feri gravemente, nem quebrei um osso sequer...
ResponderExcluirAbreijos procê também