4.1.15

Aiuruoca - casarão Matutu

Estive lá no dia de natal à tarde, então o centro comunitário estava fechado. Focado no turismo, achei estranho fecharem justamente em feriados...
Magnífico casarão, sede da antiga e imensa fazenda leiteira. Imagine as mocinhas na janela! 
Com alicerce em pedras, o energético porão não foi senzala, pois a casa fora construída em 1926. À minha esquerda há um alicerce lateral também magnífico, com escadinha.
A escadaria com mais de dois metros de altura é um amontoado triangular de grandes pedras e corrimão arcaico. Um perigo noturno. Possui um poder de sedução... Vejo antigos caboclos pitando cigarros de palha sentados ali.
Toda em taipa e com vidraças (um luxo raro), hoje é loja de artesanato local e centro cultural.
Os botijões de gás (abaixo, à direita) ficam sem corrente, soltos e sozinhos à venda.

Histórico do imóvel aqui.
Aqui também é um centro de artesanato, ao lado do casarão. Esta é antiga tulha, mas dizem "paiol". 
Toda fazenda tem uma tulha grande para armazenar grandes produções de grãos para venda: milho, feijão, café... E um paiol menor para acondicionar os grãos e raízes para estoque anual e consumo: arroz com cascas, batata doce, amendoim, abóboras maduras, réstias de alho e cebola, milho prás galinhas, pipoca, pinhão...  
Esqueci o galão d'água na pousada e tinha muita sede. Uma talha na varanda foi providencial - tomei três copos!
Vide o pico do papagaio pertinho, mas não é perto. A trilha na mata é íngreme e sinuosa.
Atrás da tulha, esse é o verdadeiro paiol - bem menor e com magníficos pilares para afastar ratos. Geralmente a escadinha é móvel. Tem coisa mais linda?
Os fundos do casarão - vista do paiol. Lugar mágico. Mais aos fundos mora gente aparentemente "de fora".
Pelo que entendi, os locais remanescentes da antiga fazenda trabalham como guias, artesãos e funcionários na pousada. Queria ouvir a versão deles...
O forno do outro lado, aparentemente refeito para assar quitutes. Vendem um café típico (pena estar fechado).
O casarão para quem está sobre a ponte, na chegada. Pena que ninguém nos acolheu, nenhum guia nos abordou...
A cascatinha das fadas fica na trilha  subindo o regato e a pousada é na estradinha (não dá para vê-la).
Antigo moinho de fubá próximo à cascata, movido à água do regato.
Vista interna - restauração. Na infância, frequentei um moinho assim onde levava milho para trocar por fubá. Era uma barganha simples e funcional.
O fubá sai meio granulado, tipo mini-canjiquinha e a polenta demora a cozinhar e dar ponto. O sabor não se compara a esse pó que compramos no mercado.
Além da pousada da associação, há outras escondidas pelo caminho. São spas, casas de recolhimento e afins. Eu gostaria mesmo é de me hospedar na casa dum caboclo tradicional, dos empregados das pousadas.

4 comentários:

  1. Esses lugares assim me lembrar minha cidade natal... Roça também! Ou mais ou menos. (Roça, mas sem as coisas boas da roça - queijo caseiro, agricultura própria...)

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  2. A cultura rural em Minas ainda é mantida. No Matutu há um esforço em prol. Por outro lado, muitos spas lá instalados, aplicam terapia indiana, chinesa, que me deixam encucada.

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  3. ~ ~ Uma reportagem completa e bela. ~ ~

    ~ Sente-se o pulsar dum coração sertanejo, pleno de romantismo.

    ~ ~ ~ ~ Abraço, amiga. ~ ~ ~ ~
    .

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  4. Haja coração sertanejo para apreciar esse Brasil caboclo!

    Abreijos

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