A Alfazema me fez lembrar de meus 11, 12 anos... estávamos em meados de 1976, vivia na zona rural e estudava na sexta série na cidade.
A mãe prestes a ter um bebê temporão. Tínhamos rádio a três anos, todavia ela não deixava usar para não gastar pilha (não havia energia), então eu ia à casa da amiga ouvir músicas.
Cesar Sampaio era meu favorito! Ficava ouvindo aquela doce voz e imaginando sua carinha... esta era minha predileta. Eu era tão ingênua que nem de longe imaginava se tratar de uma prostituta; não havia prostituição na roça... e quanto eu sonhei ser aquela "secretária", ajudar a família, sair da pobreza!
A segunda música era esta. Aqui foi quando eu comecei a notar os meninos, a deixar de brincar vergonhosamente escondida com minha fazenda de vaquinhas de cacos e frasquinhos.
De Roberto Carlos eu adorava esta, muito mais pela belíssima mensagem que pelo cantor, pois nunca fui muito fã. Apesar da vida difícil, eu adorava o campo com sua amplitude a explorar, suas colorações, seu cheiro de relva, suas águas cristalinas. Lá eu era livre e solta.
Chegou 1977 e foi a ponte entre a infância e a vida adulta (não existia adolescência). Passei a trabalhar no segundo semestre; fui morar na cidade com o avô; aquele bichinho do mato sumiu no arco-íris, entretanto sempre me tutucava lembrando as origens.
Em 1978 eu já trabalhava dez horas diárias e estudava até 11 horas da noite. Dormia na aula e escutava bronca, ficando roxa de vergonha. Nem sempre tinha companhia para voltar pelas ruas desertas, temerosa. Sorte naquela época não haver tanto perigo.
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ResponderExcluir~ ~ ~ Um longo abraço, muito amigo. ~ ~ ~
Ps ~ De cantores sertanejos, apenas conheço Sérgio Reis da novela Pantanal. Uma pessoa que a Natureza não devia deixar envelhecer.
Também gosto de Sérgio Reis. Vocês curtiram a novela Pantanal? Retrata uma faceta do Brasil que o exterior geralmente não imagina.
ResponderExcluirBeijão
Adoro seus textos... nostálgicos.
ResponderExcluirMas, olha, eu cliquei nas músicas viu! E tá tudo com link da primeira, da secretária. haha
Um abraço, bichinho do mato.
Vou arrumar os links. São músicas de outra época, quando eu morava mesmo no mato.
ResponderExcluirO elogio "bichinho do mato" me cabe perfeitamente
Abraço fraterno