19.1.15

Sindicatos

Eu, por trabalhar em dois locais diariamente, convivo com as duas extremidades relacionadas às entidades sindicais.
Na Prefeitura, o sindicato era bem forte a mais de 20 anos, quando ingressei, com foco nos funcionários do Pátio Centralizador de Serviços (pessoal de serviços gerais e afins).
Ao passar dos anos, os serviços gerais foram gradativamente sendo agregados por empresas terceirizadas. Seus funcionários são de terceira classe comparados aos antigos funcionários públicos na mesma função. Até médicos passaram a ser contratados por terceirização.
O tema terceirização merece um post à parte. Trata-se de um problema mundial que cria facções na sociedade. No caso da prefeitura: ela paga caro pelo serviço e o trabalhador possui o mínimo de benefícios
O sindicato? Só não perdeu mais força porque as professoras cobriram parte do rombo acarretado pela terceirização. Agora, são elas quem ditam regras; eu fico no meu canto...
Na oficina, vivencio as inúmeras taxas pagas ao sindicato, obrigatórias para cursos que não são efetivamente oferecidos; taxas extras na contratação e demissão e tal. São descontadas tanto do patrão, quanto dos funcionários.
Aliado às altas taxas de impostos e piso salarial acima da média, empresas de maior porte procuram alternativas. Prova é o deserto em algumas ruas predominadas por barracões no ABC paulista (perto da casa da cunhada).
Está acontecendo com um conglomerado local. A terceira geração de uma empresa que começou com recolecção de sucata, após imenso crescimento, está levando suas duas empresas para Minas Gerais, mantendo aqui apenas a administração.
São numerosas demissões. Certos funcionários-chave estão sendo convidados a migrar, entretanto nem todos aceitam, pela dificuldade em se separar da família ou levá-la consigo.
Um rapaz que gosto muito, trabalhou conosco por três vezes, saiu a um ano para um emprego melhor nessa empresa. Está na rua. Não posso contratá-lo pela quarta vez, optei por um garoto de 18 anos que iniciará amanhã.
Ele reclamou ao colega que está conosco, alegando que seu salário subiu demais devido à intransigência do sindicato. Apertaram demais a empresa e como um parafuso, ela espanou.
Sexta-feira liguei para um motorista de confiança dum dos donos, avisando que a roda estava pronta. Ele me avisou que não trabalha mais lá, se prontificando a avisar o outro motorista que restou. Não tive palavras, apenas um sentimento pontiagudo. Profissional de alto gabarito, quase um guarda-costas. 
Por tantos benefícios acaba ficando inviável um quadro de funcionários numeroso, fazendo com que empresas optem em mecanizar toda a produção. Em países de primeiro mundo não se pensa em abrir empresa justamente pela dificuldade em manter um funcionários frente a tantas exigências.
Obviamente todo funcionário necessita de benefícios, entretanto perder empresas pela inviabilidade deles é prejudicial para toda a região do entorno, inclusive para o próprio sindicato.
Precisa-se achar o fiel da balança nesta questão que se tornou uma faca de dois gumes. Estive no sindicato esta manhã pagando guia e a moça está uma fera com a Dilma, devido  às mudanças trabalhistas.
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