25.2.15

Banalidades

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Antigamente tinha-se, com raríssimas excessões, temor ao pecado, obediência às leis de Deus, acato aos conselhos dos idosos. Entretanto esses preceitos esvaem-se lentamente.
Na segunda-feira, um veículo sem freios arrastou um motoqueiro, que morreu na hora. Em segundos, toda a cidade tinha acesso às terríveis fotos do corpo estirado no asfalto. Havia foto inclusive com a bota do policial no canto, denunciando o autor.
Um jornal popular postou em seu site várias dessas fotos, e só as retirou devido aos comentários escritos, contrários às mesmas.
É sempre assim: Alguém se acidenta e os transeuntes vão fazendo fotos, postando, no maior desrespeito à pessoa humana.
A dias estive num velório e presenciei alguns familiares fazendo foto do cadáver, para indignação da mãe que chorava no cantinho.
Casais se separam e um posta fotos indiscretas do outro como forma de vingança, desconsiderando todo o tempo transcorrido em comum.
A insignificância dos sentimentos do outro, o descaso com a vida em comunidade, ganham mais força enquanto o individualismo se sobressai. Não se precisa de ninguém, compra-se com dinheiro tudo que se necessita.
Na minha infância roceira, a ajuda mútua era imprescindível para apagar fogo na serra, limpar anualmente o riacho, consertar a estrada, refazer as cercas de divisa. Criava-se um elo de camaradagem e solidariedade.
Ao matar um porco, separava-se a parte de cada vizinho: Carne nobre, miúdos, retalhos, toucinho. Era um pacto, onde se sabia que a troca ocorreria. Não havia geladeira para armazenamento, não havia açougue para compra em pequena escala. A prática beneficiava a todos.
Mulheres davam à luz ou se adoentavam e logo uma vizinha oferecia ajuda, mandava uma filha para auxiliar. O mesmo ocorria entre os homens na lida rural. Era o cúmulo alguem agir diferente.
Para onde caminha esta geração banalizada?

4 comentários:

  1. Oi, Cristina!
    Essa falta de respeito tem apenas o intuito de se converter em marketing pessoal. Bom senso está ligado às noções de sabedoria e razoabilidade para fazer escolhas, também com a difícil tarefa de se colocar no lugar do outro. A tecnologia está emburrecendo pessoas e anestesiando sentimentos?
    Beijus,

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  2. Oi, Luma!
    Preocupante... Esse "deuzinho" a que todo jovem se agarra até durante o banho, clicando e se alienando...
    Vive conectado com o mundo e desconectado com a realidade à sua volta. Este abismo conduzirá a caminhos que só o futuro mostrará.

    Beijão preocupado

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  3. ~ Olá, Cristina.
    ~ Indigna-me tanto a exposição dos mortos, que já avisei que quero caixão fechado.
    ~ Tens razão em relação às fotos: são realmente indecentes!
    ~ Realmente, vive-se um tempo de insensibilidade.

    ~ ~ ~ Beijo amigo. ~ ~ ~
    ~

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  4. Olá, Majo!
    Também detesto velório: o pessoal ali, rodeando o corpo, bêbados e curiosos saindo e chegando... Clima pesado. Caixão fechado é boa ideia. E sepultamento o mais rápido possível.
    Muita insensibilidade postar fotos assim.

    Beijão amigo de cá

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