22.2.15

Freeganismo

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É um estilo alternativo de vida, boicotando quase totalmente o consumismo. O objetivo é evitar a exploração animal (domesticação e consumo) e humana, minimizando impactos ambientais.
Pode incluir também desobediência ao voto obrigatório e ao serviço militar. 
São pessoas autônomas quanto ao dinheiro e ao sistema, pois vasculham e não compram, nem mendigam. Não são autônomas quanto à sociedade, pois dependem de seu lixo rico e grátis.
Também não trabalham formalmente, mas fazem voluntariado. Moram em locais abandonados ou improvisados, evitando assim aluguel, gastos com água e luz.
Dizendo por alto, seria um veganismo (aqueles que nem se sentam em bancos de couro) adaptado e ao extremo, onde se colhe do lixo de mercados ou caçamba de descarte matéria prima para alimentos e objetos domésticos ou de uso pessoal, atacando o desperdício. 
Uma vertente do movimento mantém uma vida auto sustentável montando comunidades rurais isoladas, com certo componente exotérico ligado à mãe natureza.
Evitam meios de transporte poluentes; exercem trocas entre os membros do grupo e praticam a ajuda mútua;  usam terrenos baldios para hortas comunitárias, privilegiando plantas medicinais e tradicionais.
Nesta "sopa", flutuam ideias comunistas, pacifistas, anti globalização, anti mecanização da agricultura, anti mercantilismo, naturalistas, com um tempero meio hippie ou algo assim.
Não são mendigos; praticam o freeganismo por filosofia de vida, mergulhando nas caçambas das grandes cidades como se mergulhassem numa sociedade podre.
Geralmente possuem escolaridade acima da média e são intelectualizados, trocando discursos transcendentes com transeuntes que os interpelam.
A prática desse garimpo urbano requer imersão em pequenas doses para adquirir a vitamina S (de sujeira), pois as caçambas solicitam anticorpos específicos.
Que alento saber desta possibilidade! Quanta gente se desespera ao perder aquele emprego estável, cogitando até pular da "ponte de arco" por não encontrar solução... Sempre haverá uma tribo alternativa para acolhimento.
Na infância rural, eu já participei de coleta de batatas que ficavam descartadas por imperfeições e pequenas avarias . Já fiz repasse em cafezais, coletando as sobras sob os pés de café: Um montante que no fim de uma tarde era significativo.
A pouco tempo, aproveitei sobras de bananas (verdes e pequeninas) que os compradores dos Primos não levam; na madrugada, os lobos guará vão comê-las. Recolecção em árvores sem donos e de plantas nativas eu faço constantemente.
Certa vez, passei com uma amiga num fim de colheita de abobrinhas. O desperdício era tanto, que levamos  abobrinhas com pequenas falhas para a vizinhança toda. Passamos uma semana comendo o legume em tudo que é receita.
Eu carrego o gene da mulher pré histórica coletora, sempre adorei participar de colheitas e até recolhimento de lenha. Entretanto invadir caçambas contaminadas por ratos e dejetos seria um desafio radical.
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4 comentários:

  1. Que beleza de partilha minha amiga.
    Não conhecia o termo nem o movimento e ou modo de vida.
    Fui ao link da imagem.
    Grato.
    Um carinhoso abraço e uma semana de paz e alegrias.

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    1. Uma semana gloriosa para você também, tonin!

      São tantas tribos alternativas, e nós aqui, atolados nos males do capitalismo selvagem.

      Abraços de cá

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  2. Sempre achei que esse tipo de cultura, afora a do viver em comunidade, fosse uma necessidade calcada na miséria, até que um dia dei de cara com a história do "catador de lixo" de minha rua. Que eu saiba, ele não pega sobras de comidas, ele pega materiais que possa vender e reciclar, daí comprar alimento. Achava que fosse uma lenda urbana, até que num dos meus passeios com o meu cão, criei coragem e lhe perguntei, no que ele confirmou... Abandonou família, uma empresa familiar para ser livre - "para não ser escravo do sistema" - essas foram as palavras dele.
    Saber que existe uma nomenclatura para tal condição foi novidade!
    Quantas pessoas no passado foram tachadas de loucas...
    Boa semana!!
    Beijus,

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    1. E há liberdade maior que se virar por aí, sem patrão, sem hora para acordar, sem segunda-feira, sem acumulações bestas...
      Os freegans geralmente saem de famílias classe média, deixando o conforto pelo idealismo.

      Uma semana tranquila também procê,
      Beijão de cá!

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