28.3.15

Elegância ou prepotência?

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Fato é que virei um personagem. Estou a trotar correr desde o início do ano passado, e de lá para cá, muitos usuários da pista de caminhada aqui da esquina me abordam para elogiar, dizer que me invejam, como se fosse alguma coisa de mais.
Pessoas que encontro em outros locais dizem que me viram à noite, correndo sozinha e que não preciso tanto porque sou magra... Pensam ser sacrifício! Correr é um ato tão banal...
Na verdade, estacionei feio nos 63 kg. Nem por reza braba feita na "incruziada" eu perco os outros dois que desejo. O que me anima é lembrar que estive com 71!
Voltando pro causo: De tanto o povo falar que tenta me imitar e não consegue, que eu corro tão "bunitin", passei a observar outros corredores esporádicos.
Realmente a corrida imprime uma elegância! É a transcendência do caminhar. Numa ilusão de ótica grosseira, a gente ganha leveza, delicadeza, poesia.
Então só agora matei a charada: O simples ato de proceder a um trotezinho funcional nos eleva à condição de superiores perante os "pobres mortais" que se julgam incapazes da "façanha".
O que os bobinhos não sabem é que nesse ritmo, a gente se cansa menos que numa caminhada puxada. Tudo é questão de "balangar" o corpo e deixar fluir.
O motivo de ter me convertido em "personalidade da vila" tem a ver com a determinação: Vou toda noite à pista, e nas madrugadas de sábado. Se estiver chuvisqueiro fraquinho como ontem, vou também. 
Outro motivo é a constância: Evito a intermitência, não mudo para caminhada. Aliás, acho que aí mora o erro. Misturar caminhada com corrida não dá baile - é como misturar valsa com samba.
Ontem, uma moça disse que não consegue correr, começa fazer xixi porque teve um parto normal difícil. Tá. Meus esfincteres não estão perfeitos como antes, mas não cheguei a isto.
Agora cedinho, um casal que me espiava da sacada, desceu e correu. Dali a pouco pararam, esbaforidos. Ao ultrapassá-los disseram ser tão fácil na teoria, enquanto me viam... Também, o povo já quer sair galopando numa ganância de comer a pista! 

4 comentários:

  1. ~
    ~ ~ Olha que coisa interessante!

    ~ ~ Tens todos os requisitos para seres um exemplo.
    ~ ~ Com a tua idade, estás espetacular, um espanto de elegancia!!

    ~ ~ Não precisas de perder mais nada!

    ((que mania!))

    ~ ~ Vai tomando o colagéneo marinho e flocos de levedura de cerveja..

    ~ ~ Ainda vais por S João da Boavista, toda, na pista de corrida.

    ~ ~ ~ ~ Podes crer! ~ ~ ~ ~

    ~~~~Beijos saudáveis e elegantes. ~~~~
    ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

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  2. Por um lado, eu posso mesmo servir de incentivo para o pessoal aqui do bairro. Temos uma pista de 820 metros e eles quase não usam. Por outro lado, essa mania de emagrecer se deu pelo pequeno acúmulo nas férias (que já perdi).
    Uma margenzinha de folga na balança não me faria mal... Entretanto o importante é pelo menos manter o que há. E haja corrida!

    Grata pelos exagerados elogios, beijão!

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  3. Hoje em dia ha cada vez mais gente a correr por todo o lado. Mas penso que o interesse pela corrida também depende do lugar onde se esta e do nível sócio-cultural-desportivo de um povo. Pegando no meu exemplo. Vivi muitos anos numa pequena aldeia e quando comecei a correr, nao me sentia à vontade porque todo o mundo olhava pra mim. Depois quando fui estudar na universidade numa grande cidade fiquei espantado porque via muita gente a correr e de todas as idades. Como disse no inicio, hoje em dia é comum encontrar gente a correr ou a caminhar mas quando eu era mais novo, em Portugal quase ninguém ligava a essas coisas. Pelo contrario em França e outros paises do norte da Europa ja era uma moda.

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  4. Aqui no interior, também virou hábito de duas décadas para cá. Ainda há quem ache perda de tempo.
    Quando eu corro lá na serra, junto aos primos, eles consideram estranho se cansar à toa!
    Eu "lavo o cérebro" enquanto corro. É um momento só meu, de mente aberta, sem o outro e sem passado ou futuro.

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