Escorregadas

Ai-ai! Eu detesto ir ao mercado, pois sei que na volta haverá descontrole, por menor que seja.

Ontem, logo na saída da escola, já passei no mercado com a lista pronta, estômago forrado, e determinação em não levar nada doce. Nadinha...

Cumpri bonitinho a determinação, mas de que valeu? 

Sabendo que não tenho mais margarina ou manteiga em casa a tempos, e sabendo que "Fiotão" me pediu torradas "não peladas" como tenho feito... Ele quer lambuzadinhas de margarina antes de assar,  então comprei "prá ele", um pacote pronto na padaria do mercado, daqueles com orégano.

Quem comeu? 

Guardava a compra e mascava, mascava e guardava mais um pouco... Foi assim até sumirem todas as mais torradinhas e depois aquelas com mais orégano e depois as com mais margarina. Exauriu-se quase meio pacote... 

E a culpa recai sobre o "Fiotão"!

Estranha essa nossa atitude quase irracional: Eu ingeria toda aquela farinha branca, toda aquela margarina, e tentava contrabalancear inutilmente com as benécias do pobre e escasso orégano.

A "cratérica"  bocona arreganhada e os fortíssimos dedos em pinça, feito "pás-carregadeiras" cooperando numa sincronia de ginástica rítmica, contra nosso cerebrozinho, que nesta hora se encolhe assustado... medroso,  passivo.

Nunca devemos criticar os bêbados, os drogados, os ninfomaníacos, os jogadores compulsivos. A diferença é que no nosso caso, logo "o bixo sai" e voltamos à sanidade, para reiniciar as refeições saudáveis.