Longa vida ou longa morte?

(Texto de estudo)
Agora, nesta tardinha chuvosa, me deu uma vontade de tomar uma xícara de leite! Nada mais saudável e natural, não é mesmo?

Eu também tinha esse pensamento cartesiano até pouco tempo: empurrava litros e mais livros goela a dentro do "Fiotão" (porque eu mesma não sou muito de líquidos além da água).

Eu fui criada na roça, proprietária de algumas vaquinhas caipiras que produziam cerca de quatro litros por dia durante apenas alguns meses após o parto.

Elas eram completamente naturais, o pasto era natural, assim como a ordenha. O leite era fervido para matar bactérias e consumido no mesmo dia, senão azedava e coalhava (não havia geladeira). 

A forma de salvar a produção era fazer queijo frescal. Quem tinha muitas vacas, podia vender queijos ou o próprio leite in natura em latões, que um caminhão da cidade buscava todas as manhãs.

Agora leio aqui: Embalagem "longa vida"... Ora bolas, se um leite fica quatro meses fora da geladeira sem estragar, onde está a vida? Nenhum lactobacilo se salvou da pasteurização. 

E este aqui veio do R. G. do Sul... Há quatro estabilizantes de nomes estranhos. Uma tarja na base fala sobre infecções e alergias; contraindicando o produto para crianças com menos de um ano.

E o marketing: Produzido com muito carinho desde 1912... Em 1912 o moço passava com a vaca e a gente comprava na hora, direto da teta. Onde há carinho numa produção em massa em que a vaca "leiteira especial" vive eternamente grávida, liberando hormônios maléficos?

E os antibióticos para manter saudável uma mama que é sugada por máquina três vezes ao dia, quase ininterruptamente? E carrapaticidas /bernicidas? E agrotóxicos da pastagem?

E essa gordura 3%? Na verdade quase 25% da massa do leite integral (excluindo-se a água) é gordura, para que o bezerro dobre de tamanho em pouco tempo. O leite de vaca é mesmo ótimo (para bezerros).

Na tabela nutricional consta que um copo de 200 ml contém 18% de nossas necessidades diárias de gordura (saturada).
Sem contar que populações com menor consumo de leite  não sofrem mais de osteoporose. Cálcio demais (com magnésio de menos) pode causar infarto, pois se deposita nas artérias. A 500 anos, praticamente não havia vacas no Brasil.
O que mais causa osteoporose é álcool, tabaco, açúcar, anorexia, hipertiroidismo, metais pesados, remédios, laqueadura, cafeína, flúor, inatividade física, falta de vitamina D3 - pouco sol.
Dez minutos de sol a pino nas partes com menos melanina, duas vezes na semana, ajuda a prevenir osteoporose. Os raios perpendiculares surtem um efeito muito maior.
Ademais, a menor ingestão de proteínas na terceira idade parece amenizar a perda óssea, já que metabolizam menos e o organismo rouba cálcio para regular esse excesso de ácido proteico.
O leite de cabra é mais próximo do humano, mas onde achar uma cabrita prenha? Se continuarmos no de vaca, o ideal é consumi-lo puro e sozinho, nada de complementos.
Uma fonte de cálcio é a casca de ovo, explorada pela Pastoral da Criança (pesquise). A casca do ovo que foi cozido já está esterilizada. Deve ser seca ao forno ou ao sol, triturada, moída até virar um "talco" e coada para não sobrar grãozinhos. Bebe-se uma colherinha de café ao dia (o excesso causa pedras nos rins).
Ai,ai! Agora vou tomar esta gostosa xícara de leite fervendo, contendo uma pitada de canela em pó, duas pitadas de açúcar mascavo, uma pitadinha de café solúvel, 1/3 de xícara de leite integral (pois ninguém merece o desnatado) e 1/4 de xícara de água. Sim, ponho água no leite...  E bebo tão de vez em quando!