Ganhei várias unidades, e pela promessa de que não me esquecesse dela. Como esquecer? Caminhamos longamente as duas: Na ida e na volta. Conversa boa, de senhora para menina de 12.
Nem sei se caminhamos ou flutuamos, pois passamos tão leves pela estradinha tortuosa em meio às pastagens, cafezal, outras culturas. Voltamos carregadas: de milho e de vida simples, vida plena.
Nossas havaianas empoeiradas, nossas vestes rustidas, rurais. Nós éramos um grão de areia e éramos o mundo... Nem sei porquê fomos sozinhas, visto que ela tinha três meninas abaixo de mim. Foi mágico estarmos sós, estarmos únicas.
Mulher analfabeta, forte, de fibra, inteligentíssima. Fazia à mão roupas para as filhas usarem em casa. Plantava seu próprio amendoim para fazer paçoca. E quanta paçoca! Dividia com tantos... e tão deliciosas.
Lavava em bica d'água as roupas impecáveis. Cozinhava no fogão à lenha um tempero transcendente. Oferecia seus préstimos às vizinhas quando pariam ou adoeciam - e era de coração. Educava com firmeza as sete filhas e um único homem.
A casa desta mulher foi a última casa de chão em terra batida que pisei. O café desta mulher foi meu último café adoçado deliciosamente com rapadura. Os conselhos desta mulher ecoam, ecoam...
Ela vive, e mora aqui perto. Está velhinha, mas lúcida; sempre conversa com minha mãe na igreja. Com certeza esta senhora, sem saber, moldou parte de minha personalidade, consolidou parte de meu alicerce batalhador.
Lavava em bica d'água as roupas impecáveis. Cozinhava no fogão à lenha um tempero transcendente. Oferecia seus préstimos às vizinhas quando pariam ou adoeciam - e era de coração. Educava com firmeza as sete filhas e um único homem.
A casa desta mulher foi a última casa de chão em terra batida que pisei. O café desta mulher foi meu último café adoçado deliciosamente com rapadura. Os conselhos desta mulher ecoam, ecoam...
Ela vive, e mora aqui perto. Está velhinha, mas lúcida; sempre conversa com minha mãe na igreja. Com certeza esta senhora, sem saber, moldou parte de minha personalidade, consolidou parte de meu alicerce batalhador.
C ristina, que lindo texto e recordações que não se apagam! Valeu! Um lindo fds! bjs,chica
ResponderExcluirOlá Chiquinha!
ResponderExcluirO início da adolescência é mesmo uma época marcante. Momentos simples, com pessoas simples, entretanto tão significativos!
Abreijos de cá, e ótimo final de domingo!
~
ResponderExcluir~ ~ Que lindo, Cris.
~ ~ Que bela homenagem a essa amiga e a todos os roceiros que trabalharam chão alheio.
~~~~ Abraço amigo. ~~~~
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Tenho muita saudade da pureza rural, Majo... a cidade é tão complicada!
ExcluirAbreijos
Ah! Que memória boa de ler.
ResponderExcluirÉpoca de puberdade: Muitos sonhos, muito gosto em ouvir histórias antigas, muito interesse pelos conselhos dos mais velhos!
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