20.4.15

Pratos-coringa

Para quem cozinha e gosta de exercer uma gastronomia pragmática, econômica, saborosa e aproveitando produtos locais, o bom é observar o menu de restaurantes a quilo (triviais).
Para acompanhar o tradicional arroz com feijão / macarrão, eles oferecem pratos básicos como farofas variadas, quibe assado, panqueca, salada maionese / salpicão, omeletes recheadas, lasanha, polenta, pasteizinhos, batata frita.
Tudo vem acompanhado de legumes diversos cozidos, saladas cruas, um arroz mais sofisticado, uma feijoadinha ou outro grão...
Usa-se muita cebola e cheiro verde / outras ervas para dar um visual, salpicando ovinhos de codorna, passas, palmito e azeitonas para incrementar. 
Aqui no interior é difícil encontrar incrementos como cogumelos, alcachofra, alcaparras, algas, damasco ou tâmaras. 
Também é difícil encontrar caldos, sopinhas, que os (muitos) clientes idosos adorariam, sendo pratos super baratos.
Dentre as carnes, costuma haver lagarto bovino ao molho pardo, frango assado em pedaços, almôndegas (atualmente assadas), um peixe, lombo suíno com abacaxi, algum embutido (geralmente linguiça), strogonoff, bife à rolê.

O meu problema na cozinha tem sido a falta de contingente para degustar. O filho almoça na fábrica e volta tão tarde, que já lanchou e raramente janta; aos finais de semana come em eventos, reuniões de amigos. O marido faz um prato cada vez menor a cada ano e prefere um lanchinho no jantar... 
Tenho optado por pratos que possam ser congelados, pois sempre há sobras. Reciclo sobras de legumes para farofas, recheios, sobras de saladas coloco em sanduíches.
Doces de abóbora, goiaba, canjica, certas bolachinhas acabo tendo que levar às colegas do trabalho, pois muitas vezes eles nem experimentam.
É o dilema de famílias tão curtas... eu adoro cozinhar, entretanto detesto fazer tudo a conta-gotas ou observar sobras e mais sobras.
Aproveitando o fim de semana prolongado, fiz língua bovina - um prato exótico e econômico que o marido adora. Doei uma parte para a concunhada, que também é adepta. Filho não gosta nem do cheiro.
Quando faço, uso duas unidades, que cabem direitinho na panela de pressão. Uma eu congelo cozida e limpa, a outra coloco molho de urucum com pimenta sininho e sirvo.
Não posso fazer sempre por conter muita purina - ataca a "gota" dele.
As goiabas remanescentes da recolecção - congeladas.
A compota pronta - congelarei a metade.
Bolachinhas de abóbora com amendoim. Feitas com sal amoníaco e açúcar mascavo. Filho não gostou por ficar pouco doce... Congelarei uma parte e levarei aos meninos da oficina (que comem até pedra com patê).
Bolachinha salgada de aveia e ervas - muito alecrim; também com sal amoníaco. Uso nos lanches da manhã e tarde, congelando uma parte. Os dois enjoados nem tocaram - não gostam de ervas...
Doação para a colega de trabalho, que gosta de pratos estranhos (leia-se com muitas ervas).
Produtos caseiros não podem ser doados a qualquer um, pois o excesso de industrialização, com saborização artificial exacerbada estragou o paladar das pessoas. Aromas suaves e naturais são descartados.

4 comentários:

  1. ~ Não sei o que queres dizer com coringa...

    ~ Gabo-te o gosto de andares a fazer biscoitos e bolachas para ofereceres às colegas. O vício de aproveitar desperdícios?!
    ~ E deixas o teu estudo e intercambio blogosférico abandonado!

    ~ Faz como eu, com todas as sobrinhas de legumes, aproveito para confecionar um magnífico caldo de vegetais que incrementa o meu arroz, feijoadas e outros estufados de leguminosas.

    ~ Vós, brasileiros amantes de feijoada, tendes um sério problema
    com a diabetes, quando 3 colheres de sopa de arroz cozido é a
    quantidade de carboidratos indicada para uma refeição...

    ~ Além disso, os diabéticos devem fazer refeições ligeiras com
    intervalos de 2h - 2/5h, a fim de evitar os picos de insulina.

    ~ Incrementar uma feijoada, alem da tradicional couve ou quiabos estufados - apenas e só - com belas saladas cruas, grelhadas ou escalfadas. Há inúmeras saladas hipocalóricas, cujo colorido conquista qualquer um, por mais avesso que seja.

    ~ Com todo este trabalho só porque não te quero saber viúva...

    ~ De todos os teus assados, os pãezinhos para o par, realmente,
    são os indispensáveis e seriam melhor se levassem farinha de soja...

    ~ Desconfio que ainda não leste as diretivas da «Sociedade Brasileira de Diabetes»... Terias observado que a farinha de soja é a que tem menor índice glicémico, ou seja, que faz subir mais devagar o açucar
    no sangue.
    Há uma receita de pãezinhos de soja, no youtube, com belo aspeto.

    ~ ~ ~ Abraço e beijo. ~ ~ ~
    ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

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  2. Coringa - um prato que nos serve e nos salva sempre.
    Demora um tempão tanta bolacha... entretanto é gratificante.
    Preciso aderir ao caldo de legumes. Sabe que nunca lembro de fazer?
    A glicemia do marido fica entre 110, 120... Devagarinho vou aumentando o número de refeições.
    Deixamos a feijoada só para dias de festa, mas tem que ser aquela tradicional - com partes de porco e feijão preto, senão a vontade não passa.
    A soja do Brasil é transgênica, então evitamos... E aqui no cafundó não se acha fácil essas farinhas especiais. O incremento com aveia, fubá, abóbora e cenoura são a salvação.
    Sabe que ontem comi saladas e pensei em ti? Me custa engolir salada todo dia.
    Estou anotando aqui para aderir ao caldo de legumes, grata pelas dicas!

    Abreijos desta lado também!

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  3. ~ Mas olha que eu não como só saladas de folhas!!
    ~ Faço saladas de arroz, massa, grão, feijão, lentilhas, a russa prefiro com batata doce, a americana e a alemã de batata, mexicana de milho e feijão, portuguesa de feijão frade, saladas brasileiras com manga, as mediterranicas com ovas, polvo ou atum.
    Das maravilhas italianas adiro a «panzanella» que como com ovos..
    Estas saladas são os meus almoços preferidos de verão.
    Tenho de abrir o meu blogue para partilhar as que mais gosto e o meu jeito de confecioná-las.

    ~~~~~~~Beijos aromáticos~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
    .

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  4. Ah, as saladas... Preciso educar meu paladar. Gosto do calorzinho na boca, mesmo no verão - dizem que sou "Yin" (?).
    Adoro a batata doce pura - e morninha.
    Existe salada quente?
    Abra logo o blog, quero conhecer sua fisionomia, amiga!

    beijos impacientes

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