1.5.15

Dia do Trabalhador!

Resultado de imagem para carregando feixe de lenha
Eu, que trabalho desde os 13 anos ( digo trabalho pesado, de sol a sol), me lembro dos trabalhinhos infantis e do quanto eram bons!
Antes daquela história de "criança não trabalha, criança dá trabalho" a gente podia ajudar a família. E o trabalho rural das crianças era animado. Criança sempre inventa um jeito de trabalhar brincando.
Eu adorava ir à beira do corguinho  regato buscar matinhos suculentos para alimentar os porcos do mangueiro: caruru, erva de fazendeiro, trapoeraba, beldroega - esses que ingiro hoje no suco verde. 
A diferença entre mangueiro e chiqueiro é que aquele é tipo um curral amplo e aberto para "a porcaiada" crescer, este é uma casinha justa para que o porco não se movimente e engorde pro abate. 
Outra tarefa era varrer o terreiro aos sábados. Terreiro é um quintal de terra - todo aquele espaço em volta da casa, cheio de folhas secas cansativo e entediante eu detestava tanto que certa vez arrebentei meu havaianas "no muque" para extravasar.
Colher era comigo mesmo, desde que não fosse milho. Ah, palha de milho me dava (dá) arrepio, uma aspereza incomodativa. Colhia frutas, chuchu, o que fosse - adorava (adoro).
Outro trabalho supimpa era catar fazer a recolecção de lenha nas capoeiras. Era assim: A gente pegava uma corda e seguia por um triozinho uma trilha. Se achasse lenha na ida, separava os montinhos e dispunha-os ali para serem colhidos na volta.
Chegando à capoeira, abríamos a corda, quebrávamos os galhos secos e íamos juntando até formar um feixe com peso suficiente para carregar.
Amarrávamos a corda, pegávamos um graveto firme e íamos acochando, torcendo. Então enroscávamos o graveto entre a lenha e colocávamos o feixe às costas para voltar.
Bom mesmo era em agosto / setembro, quando as lixas abriam exuberantes florzinhas brancas. Um perfume que nenhum chanel chega aos pés.
E ariar os trens na bica (lavar louça)? O alumínio ficava parecendo espelho; íamos lavando com sabão caseiro e acondicionando numa imensa bacia para escorrer e secar ao sol.
A faxina da casa era fácil: Não havia banheiro para lavar, vidro para limpar, cimento para encerar, azulejo para desencardir, fogão a gás para polir, geladeira para descongelar.
Jogava-se uma água pura no piso de tijolos aos sábados e tirava-se as teias de aranha do teto.  O pai caiava a casinha todo fim de ano, então não precisava limpar parede.
Mais trabalho? Mexer tacho... de sabão, de toucinho, de goiabada. E virar o torrador de café ou socar algo no pilão. E moer café para pó e descascar milho prás galinhas e porcos.
Também tirar sementinhas das painas de vez em quando - esse ruim, pois coçava o nariz. Ah, olhar criança: Primos, vizinhos. Criança sempre cuidava de criança.

Imagem daqui. Foi difícil achar imagem de alguém feliz carregando lenha, mas é como academia ao ar livre - libara endorfinas e dá sensação de empoderamento.

2 comentários:

  1. ~~ Merecias um grande prémio, estimada amiga!
    ~~ Pelo que trabalhaste, pelo que superaste, pelo que conseguiste
    e, sobretudo, pala tua maravilhosa humildade e franqueza.
    ~~ Parabéns, com a minha admiração e respeito.

    ~~~~~ Grande e sincero abraço. ~~~~~
    ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

    ResponderExcluir
  2. Parabéns a nós duas, pois o cargo de professor é suado em qualquer parte do Planeta.
    Grata pelo apoio!

    Abração apertado de cá

    ResponderExcluir

Desativado

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.