31.10.15

Soutien


Resultado de imagem para sutiã lista decada de 70

Estava aqui arrumando as lingeries e voltei no tempo... em 1976, lá na sexta-série, eu usava como uniforme uma camisa branca.
Minha mãe, grávida do irmãozinho, foi ao posto de saúde da Cidadezinha e trouxe meu primeiro soutien, daqueles vendidos em bancas, bem fajutinhos.
Era azul claro e eu amei! Fui à aula toda pompa e meio envergonhada por ele se fazer notar sob a camisa escolar.
Acontece que a magreza era tanta, e o busto ainda tão incipiente, que à cada mexidinha com o corpo, a peça íntima deixava de ser íntima e vinha quase ao pescoço.
Gente, que aflição ficar puxando aquilo prá baixo, tentando encaixar na "tábua" do meu peito... eu não sabia se ganhava mais raiva do soutienzinho escorregadio ou da transparência da camisa, que denunciava a gafe.
No natal, meu irmão nasceu e a Tia Cilene, de SP veio conhecê-lo. Trouxe-me um daqueles mais delicados - da Hope, listadinho de azul, rosa e branco, que tinha fecho de "bolinha". 
Quanto eu usei aquela peça... Acho que até desmanchou-se com o tempo.
No meio do ano seguinte, eu passei a trabalhar aos fins de semana e os comprava no mercadão da rodoviária. Eu me acabava naquele "shopping", que misturava roupa com pastel com fruta com sombrinha.
Imagem Google

4 comentários:

  1. Poxa, eu lembrei da propaganda do soutien Hope!
    Aí que linda suas memórias!!!

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  2. Oi Marie!
    O primeiro soutien era um marco da vida de uma púbere. Hoje as menininhas de 7, 8 anos banalizaram este lindo ritual de passagem, infelizmente!

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  3. Por que vc pesa assim?
    As meninas banalizaram esse ritual?
    Nao foram as mães que passaram pela banalizado primeiro, pela sexualização exarcebada do país à lá tchau, funk e o resto?
    Eu nao culparia as meninas, até mesmo por que para esse tal "lindo ritual" acontecer tem de haver poesia, minha mãe nem via e nem era da época do tchãn, nem do funk, nem no nojo do resto, tão pouco viu meus seios tamanho 42 gritando minha puberdade... cadê poesia?
    Cadê ritual?
    Cade?
    Eu não vi, quero dizer, vi sim, na TV da época, com minhas amigas, eu gostaria muito de ter vivido isso que vc descreve, mas não tive culpa e nem culpo as meninas de não terem tido!
    bjs

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  4. Olá, Marie!
    Realmente você tem razão! Falta poesia, falta sonho, falta inspiração.
    Todo um contexto desfavorável tem feito com que as meninas passem por uma infância envolta em erotização e menstruem cada vez antes.
    Elas nem aguardam pelo instante quem que receberão "a mensagem"; assim do nada estão lá chorando de cólicas... Temos visto cada vez mais na escola quadros de puberdade tão precoces.

    Beijos poéticos!

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