25.3.16

Sexta-feira Santa e jejum


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Para além do jejum de cunho religioso com o qual eu convivia na infância rural particularmente na quaresma,  hoje me interesso pela prática para melhora metabólica. 
Ainda guardo o ranço daquele jejum penitente, forçado e difícil a que minha avó paterna se submetia mais como forma de agradar a Deus que em nome da elevação espiritual.
As quartas e sextas-feiras da quaresma eram os dias mais visados pelo jejum, em prol da remissão de pecados ou pagamento das promessas - e não exatamente como autorreflexão.
Eu achava lindo a perseverança, o cumprimento à risca, o respeito pelos dias de jejum, a "gran vitória" no final do ciclo. Em certos dias da quaresma, minha avó ingeria uma fina fatia de pão caseiro ao amanhecer e ao escurecer, e água à vontade.
Me lembro também de famílias onde todos os membros eram submetidos forçosamente ao jejum na Sexta-feira Santa. Preparavam de véspera umas pequenas broas de batata para servir uma unidade por pessoa no café, almoço e jantar. E só.
Dia de todos os santos e finados também eram dedicados ao jejum em prol dos antepassados, assim como data de morte de um ente querido.
Terapeuticamente, usava-se na zona rural a monodieta em vez do jejum - caldos vegetais para doentes, canja de galinha para parturientes (durante 40 dias).
Focando: no início de minha reeducação fiz estranhamente seis refeições diárias, em média a cada três horas, como prezam certas nutricionistas, evitando picos de fome e gula excessiva. Valeu muito!
Após um tempo, senti falta justamente daquele intervalo maior onde se abre brecha à fome que realmente revela o estômago "nas costas". 
No cotidiano, aparecia uma fominha, dá-lhe comidinha... ficou aquela coisa "maquiada", aquele limbo que com o tempo deixa um certo marasmo, uma rotina amornada.
Nada de mal na estabilidade e saciedade, acontece que por qualquer motivo, eu precisava de emoção alimentar: Impacto, fome intensa, quebra de rotina.
Passei a vida toda com grandes intervalos vazios. Jantava 18 h 00 e só comia novamente ao almoço. Sempre saí muito cedo e afobada para trabalhar, não tinha fome. Bateu saudade daquela salivação intensa ao sentir o aroma da comida. 
Venho estudando o jejum desde meados de 2013; implantei-o todo domingo para segunda-feira. Nada drástico, apenas um espaço de 24 horas entre o almoço de domingo e o almoço na segunda. Ingiro meu suco verde pela manhã (coado) e vou tomando água de hora em hora. 
Nem é o único caso do efeito desintoxicante do jejum intermitente ou talvez a perda de peso (que possivelmente nem ocorra); ele traz um empoderamento. 
Sei do risco ocasional de compulsão alimentar ou desregulagem hormonal, então estipulei uma única vez na semana para que o efeito de intermitência não cesse.
Li um livro certa vez sobre monges que se alimentam todo dia às 6 h 00 e 18 h 00 (por razões espirituais). São saudáveis, com inteligência acima da média, baixo índice de demência e longevos. Sua base alimentar é vegetais, usando a carne como um temperinho ocasional.
Por hora, vou estudando melhor o tema e comendo certinho durante os outros seis dias da semana. Não quero misturar ansiedade ou preocupação em me nutrir com a fome genuína.

* Pessoas com histórico de problemas hormonais ou distúrbios alimentares (propensas a tal) devem evitar qualquer tipo de variação na dieta básica. O jejum terapêutico é indicado a pessoas saudáveis e em equilíbrio, preferencialmente com supervisão médica.
A prática semanal de jejum depura o sangue, eleva marcadores de saúde e evita a intoxicação cumulativa do organismo. Nos tempos atuais, a comida está carregada de venenos artificiais.

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