23.7.12

A Massai Branca

Ela e a filha do casal atualmente.
O filme.
O casal real.
A residência.



                                                               



Fonte das imagens: Google Imagens.




O livro autobiográfico de Corinne Hofman narra sua saga pelo interior do Quênia, após apaixonar-se quase irracionalmente por um guerreiro Massai. 
A barreira cultural, parcialmente transponível; os riscos reais de uma região civilizada de forma heterodoxa, dão ao livro um fascínio peculiar.
Neste montículo-corredor onde posa Lketinga, ela morou por mais de um ano com ele, a sogra e uma sobrinha dele. 
Imperdível: faz-se uma análise antropológica, sociológica, preconceituosa, naturalista, ou simplesmente se curte uma história verídica, visceral, contagiante, e pulsante.
Antes de ler o livro, vá aos anexos (final) e veja fotos e mapa!
Leia em e-book, acessando pt.scribd.com/doc/
Entre em qualquer documento, apague a numeração do cabeçalho e acrescente:
60824468/Corinne-Hofman-A-Massai-Branca-
Deixe o filme a posteriori.
A autora é xará de minha genitora (Corina). Pelas fotos, percebe-se que não foram felizes para sempre...

Mamonal

Temos um cantinho a 15 km da Cidade, com a casa de campo da Avó. Fiz meu "Resort" numa edícula aos fundos, onde havia a antiga queijeira e quartinho de ferramentas. É menos que uma cabana, mas eu e o Esposo dormimos lá cerca de uma vez por mês, para recarregar as energias.
Acordando costumeiramente às cinco, temos noite muito fechada nesta época do ano; nem dá para nos levantarmos e fazer caminhada. As galinhas iniciam os saltos do limoeiro às seis e quinze, quando passa a se delinear o horizonte lá sobre a mata "do Tio Jhoany".
As estradinhas morro acima/abaixo, são uma invasão de cores, sons e formas: há pássaro de todo tamanho, cor, burburinho, arisquez. As pedras são entidades à parte, de minúsculas a enormes, com líquens, musgos ou peladas mesmo, nos transmitindo misticismo e ideia de permanência.
A vegetação, tão verde na virada do ano, e gulosa a tapar os olhares, pela exuberância e abundância de moitas, assume tons terrosos e pastéis, se escasseia e nos dá a oportunidade de enxergar lá longe, por frestinhas entre silhuetas magrelas em seus dourados. 
Os animais silvestre nem sempre são vistos, todavia a um ano encontramos um macaco bugio quando passamos de jipe numa trilha remota: era todo negro e enorme! Fofo, parecia adolescente! Ficou lá à beira do barranco sem ação. Tinha saído da mata nativa para adentrar o "calipiá" (plantação de eucaliptos); assustou-se e retornou à mata. Estávamos em dois casais e no êxtase não tiramos fotos (contudo está fotografado no cérebro).
Numa descida do "Pico do Gavião" em meio à mata, para brincar de cruzar o córrego sem ponte, um veado atravessou nossa frente e sumiu pela pastagem. Estávamos numa caminhonete cheia, eu e outros na caçamba, foi emoção à flor da pele, contudo não podíamos gritar (respeito ao bicho).
Meus primos da roça vêem de vez em quando, pegadas e a própria suçuarana. Lobo guará é de praxe, vêm se alimentar dos restos de bananas que o comprador descarta. O lagarto teiú é comum, e permanece lagarteando ao sol até nos aproximarmos a uma distância segura, então dança o rabo e foge "voando".
No meu "condin" moram algumas lagartixas de cerca de 15 cm; quando chego de "viagem", se retiram medrosas. Há aranha pretas com pintinhas amarelas no traseiro, não são corriqueiras como as geométricas, e pelo amarelo que bandeireiam, devem ser venenosas! Fico longe. Suas teias são lindas cortinas!
E o luar? Seguindo o caminho do sol, logo à noitinha vem despontando no "morro do Armando", rasga um vãozinho na capoeira e desponta, acendendo as nuvens em volta. Os pontinhos de estrelas surgem tímidos, poucos em poucos a criar um tecido poá no céu negro. A ausência de lâmpadas impõe força e vigor a esses entes misteriosos, que desenham o caminho de santiago sem pressa.

12.7.12

Geofanismo

Localização de São João da Boa Vista
Geofanismo é o ufanismo aplicado à geografia: Comportamento de quem se vangloria em demasia de sua região, seu país ou do Planeta Terra em si. Um bairrismo, o fato de arrogar méritos extraordinários a seu mundo. 
Quanto a este "continente" chamado Brasil, imagino que as generalizações possam confundir até mesmo quem vive aqui, quanto mais pessoas de fora...
Brasil não se resume ao Rio de Janeiro (com mulheres seminuas, samba e futebol), nem apenas à Floresta Amazônica (com indígenas selvagens e isolados) ou região nordeste (com pobreza, prostituição, lindas praias e alegria espontânea). 
Parte das brasileiras exibem as nádegas (num "fio dental" minúsculo), mas o topless é um grande tabu. Sauna mista? Jamais... Nu em sauna sexista? Não! Trocar de roupa em público ou fazer xixi a portas abertas em banheiro público? Nem pensar.
Não temos o hábito de estar em trajes de banho, a tomar sol numa praça pública, por exemplo. Temos sim a indecência, mas temos também o recato. 
O interior paulista é um canto privilegiado do Brasil, com pontos tecnológicos denominados "Vales do Silício Brasileiros", com excelente infraestrutura, logística, acesso a insumos e educação superior de qualidade.
Não estamos muito ao sul nem muito ao norte - nem muito calor, nem frio excessivo. Ficamos no lado leste, voltados para o mar, embora eu mesma esteja uns 300 km distante da praia mais próxima. 
Por ser interior e por estar na divisa com o sul de Minas, no meu canto, temos natureza exuberante bem na extremidade da Serra da Mantiqueira. Temos um pouco de mata atlântica, um pouco de serrado, campos de altitude. Temos rios de médio porte, chuva e bastante sol quase todo o ano.
O mês mais chuvoso é janeiro, onde embora no verão, a temperatura cai, devido à chuva fininha o dia todo. O mês mais seco e ventoso é agosto, que embora em pleno inverno, aumenta a temperatura no período da tarde, devido ao sol escaldante, num céu pelado. 
Temos criminalidade moderada aqui nesta região, devido ao fato das cidades serem pequenas, e mais fáceis de se administrar, temos educação razoável em todos os níveis e bom funcionamento do SUS. 
Apenas como exemplo, minha casa fica entre quatro creches: três públicas e uma filantrópica - todas numa distância máxima de 600 metros, e não se paga nada - em certos países europeus, a creche pública custa caro. 
A cidade mineira de Poços de Caldas, aqui próxima, tem um dos maiores índices de IDH do Estado. 
O rico sul de Minas (não só no sentido financeiro), nos abre asas para estudarmos em suas Universidades Federais. É comum ter na família um paulista formado em Minas (eu mesma fiz duas especializações no estado mineiro)! 
Ótimo conhecer outras realidades através de brasileiros em tantos países, e compreender que o Planeta Terra em si é todo maravilha, problemas e soluções há em qualquer lugar que se disponha a viver; e gente é gente em todo canto, tudo é tão diferente e no fundo tão igual... 
Para usufruir do local em que vivemos, além da nossa emoção necessitar ser ponderada e saudável, a razão requer dois conceitos matemáticos imprescindíveis: planejamento e organização (a área da matemática onde as mulheres são ótimas). 
Se planejarmos eficientemente nossa vida e nos organizarmos, estabelecendo uma rotina disciplinada, viveremos bem com nosso salário (seja ele qual for), usufruindo do que há ao redor, seja público ou privado. 
É claro que em certos países da África e Ásia, a mulher ainda não atingiu o básico em direitos, todavia a mulher americana quase se equipara à europeia neste quesito. Embora a América (o novo mundo) tenha sido colonizada e modernizada a pouco tempo, os direitos humanos não são tão primitivos.

No blog, explanarei sobre o cotidiano em minha região, dentre tantos outros temas.