15.12.14

Medicina

argentina
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Consultei com a Maylen, "minha" médica cubana. Só faltei pedir exame de próstata, já explicando que nunca tive sequer uma dor de cabeça - sou aparentemente saudável.
Obviamente eu preferiria um viking norueguês todo loiro e com olhos azuis, contudo descobri que os noruegueses não estão muito a fim de serem médicos... Ser caminhoneiro ou trabalhar no petróleo oferece quase os mesmos rendimentos - país socialmente correto e tal.
Então na Noruega muitos médicos são estrangeiros? É. Não sei se são indianos e paquistaneses como nas redondezas do Reino Unido. Talvez "primos pobres" da própria Escandinávia. 
Voltando: Ela fala português - com sotaque, claro. Lê e escreve em português. Aprovou meu escalda-pés de "sal amargo" para o Par, frisando que o exame de ácido úrico deve ser semestral e não bienal como o médico anterior ditava. Explicou que não posso ter tantas esperanças com esporão, é uma calcificação complicada de se dissolver (eu sabia, mas...).
Questionei os funcionários do SUS sobre as novas colegas cubanas: Um  rapaz acha ótimo, o povo é olhado no olho e elas cumprem horário o dia todo (cochichou: os outros deveriam fazer 4 h 00 e fazem quarenta minutos). Isso eu constato - sou vizinha a 26 anos.
A outra disse que parou de ser xingada: O que os doentes não tinham coragem de dizer na cara do médico "atencioso", descarregavam nela. 
A terceira reclamou que o público aumentou, nem tem mais tempo para um lanchinho - está estafada e pensa em reclamar. Antigamente só havia público de manhã (claro, em quarenta minutos não tinha mais médico).
Questionei os doentes: Dizem que elas são boazinhas, dão exames que precisam, não carece esperar semanas para a consulta. Não querem mais passar com os médicos antigos que desfaziam deles. Mas amavam o Dr. tal (um que se aposentou).
Encontrei este site. Ele não explica que "certos" médicos brasileiros atuam no consultório particular no horário em que ainda deveriam estar no SUS e possuem em média de três a quatro empregos, emperrando a qualidade.
Também não entendi sobre o exame "Revalida": Em 2012, 92% dos médicos foram reprovados. Eram brasileiros com curso de medicina feito no exterior ou pessoas estrangeiras querendo trabalhar aqui? Não são deste projeto, visto que não requer o exame... 
Oferece R$ 10.000,00 para o médico estrangeiro ou ao país de origem dele? É verídico que Cuba (ou ONG) repassa só 10% para seus médicos? Isso é no mínimo complicado...
O Brasil compara o número ideal de médicos ao Reino Unido (2,7 / 1000- incluindo aqueles indianos e paquistaneses), mas não leva em conta que nossos 1,8 por mil habitantes estão maciçamente na rede privada, com uma passadinha no SUS.
E eu não imaginava que há tantos médicos bolivianos aqui... Mas não há indianos e paquistaneses.
Achei os argumentos dos médicos e do governo fracos. São inúmeras medidas a serem tomadas pelo governo, entretanto não custaria nada nossos médicos serem um tiquinho mais humanistas no SUS. 
Eu que tenho seguro saúde e transito nas duas esferas sinto na pele a diferença entre consultório, ambulatório do seguro  e SUS.
Meu seguro é da Santa Casa e olha, o ambulatório deles tem cada médico péssimo... Meu Par levou uns pontos e ficou hora e meia aguardando. Foi tão mal atendido que tirou os pontos sozinho em casa. Antes tivesse ido ao Pronto Socorro do SUS.
E a qualidade de médicos cubanos, bolivianos, indianos e paquistaneses seria assim tão inferior à brasileira? Vê-se tanto erro médico entre os nossos também. O site fala em avaliação, treinamento e supervisão de estrangeiros... Como seria?
Na verdade, o que eu sonho mesmo é com o empoderamento dos enfermeiros que possuem um bom curso universitário, fazem especialização e são relegados a segundo plano. Há tantos procedimentos feitos por enfermeiros lá pelas bandas da Europa... 
E historicamente o Brasil recebe mão de obra estrangeira, desde a escravidão. Se fossem professores cubanos para a educação básica haveria tanta polêmica? Qual o grilo da coexistência? Para os pacientes, quanto mais opções, melhor.
Aqui há maiores explicações. Quem tem dúvidas, é só marcar uma consulta no SUS mais próximo e especular a todos os envolvidos, constantando in loco.

Verão? Cadê?

Temos tido ótimas precipitações chuvosas desde novembro, mantendo a temperatura excelente - temperadinha.
Neste final de semana, entretanto, devido à garoa permanente na sexta e no sábado, o clima ficou invernal - 20 graus.
O "Fiotão", no sábado à noitinha pediu-me ajuda para encontrar "aquela calça segunda pele"...
Eu fiquei boquiaberta: Duas calças em pleno dezembro? É que ele estava indo a Poços de Caldas, aqui próximo. Tá bem, lá é frio, mas duas calças em pleno dezembro, a poucos dias do verão!
Me explicou que quase "encarangou" na sexta à noite usando apenas o jeans em São Carlos, onde estuda. Friorento igualzinho ao meu falecido pai, imagine se ele morasse no hemisfério norte... 

12.12.14

Obesidade de Deus

Eu sou um esculacho para religião. Tive criação católica sem beatice e na adolescência segui com mais afinco, fui até auxiliar de catequese. Após o casamento mantive aqueles contatos esporádicos com a igreja: casamentos, missas de sétimo dia, batizados, festas sacras.
Uma coisa que sempre me encantou desde a infância roceira foi a devoção aos santos. Parece que o povo rural adorava mais às imagens de seus santinhos de devoção que propriamente a Deus. 
As histórias de vidas martirizadas dessas pessoas santificadas, sempre tão sofridas e magrinhas fisicamente e tão obesas de Deus me encantavam. Ainda me encantam, independentemente da parcela de realidade e de ideologia contidas.
Quase num sincretismo com o aspecto cultural, também fui elegendo as minhas: Nossa Senhora do Perpétuo Socorro devido à crença de minha tia em sua infinita proteção. Era a coisa mais linda do mundo aquela mulher pobre com TREZE filhos, entregando cada desespero aos pés da imagem de sua santinha. A igreja mais imponente de minha cidade é em devoção a ela e eu nasci a 200 metros dali.
Santa Rita também é minha santa de adoração, pois há uma cidadezinha bucólica aqui próxima, onde a festa da padroeira agita a população todo mês de abril. Sua imagem em cera, réplica do original corpinho mumificado, é exposta aos devotos dentro da igrejinha encantadora. 
Há um caminho em terra batida denominado "Rota das Capelas" com menos de 100 km. Ele corta seis municípios passando por aqui até esta Santa, cruzando cerca de trinta capelinhas "abandonadas" à beira da estrada. Erguer uma dessas capelinhas num local de morte é cultura antiga na região.
Meu pai dizia que nem sempre era consequência dum acidente (queda de cavalo, raio, picada de cobra). Podiam estar vindo com o moribundo à cidade em busca de socorro e naquele ponto ele piorava. Parado ali, o cortejo familiar se despedia do ente e então erguia a capelinha para proteger sua alma.
Outra santinha querida é Santa Luzia, com paróquia rural aqui próximo, num município vizinho, também lindinho, com centenários casarões tombados.
Na terça-feira à noite, fui em romaria com a mãe e sua vizinha Ni até a igreja de Santa Luzia. Era vez da paróquia do meu bairro fazer a novena (nove noites de missa), pois amanhã é seu dia.
Antes de sair, a mãe "benze que benze" a casa, depois benze a si própria, num ritual espontâneo que soaria estranho a um transeunte desavisado. 

Aqui, a lateral da igreja do meu bairro, no momento de pegar o ônibus para a romaria.
Já no bairro rural de Santa Luzia. Ao redor da igreja forma-se um verdadeiro shopping popular nesses nove dias. Vende-se panelas, ferramentas (que meu Par adora), vestuário, quinquilharia, alimentação.
Excrutinei os barraqueiros: Vão de festa em festa por uma extensa região, com pequenas paradas em casa - em cidades distantes daqui. Dormem e cozinham improvisadamente no chão da barraca.
Mãe (de verde) e Ni posando embaixo de garoa enquanto a noite cai.
A igrejinha de Santa Luzia. Ao lado, há um barracão onde os festeiros fazem bingo, rifam prendas doadas (roscas, frango assado, doces) e vendem porções. Logo à sua volta há cafezais e abaixo, algumas casas do outro lado da estrada.
Aqui, há uma imagem externa da Santa e uma água (encanada) que jorra duma nascente. É hábito recolhê-la e lavá-la à missa. No final, o padre faz o benzimento.
No resto do ano, isto é um deserto. Adoro vir aqui também quando tudo hiberna... serenidade só! Pessoas aparecem apenas para pegar a preciosa água sagrada.
Interior da bucólica igreja: Pintura em técnica aparentemente naif, belo lustre, regida por um povo fervoroso - humilde e predominantemente rural; famílias inteiras em devoção. Uma aura de paz celestial.
E para comer? após a missa, tínhamos uma hora para perambular antes da saída do ônibus. Mãe e Ni duvidavam entre comer pastéis e o tradicionalíssimo lanche de pernil. Nada disso me apetece desde sempre; procurei a cozinha alternativa e comprei uma refeição (arroz com feijão e bife acebolado) servida ao pessoal que trabalha. Senti falta de couve refogada.

Outro antônimo para a palavra feliz...


Eu não estou triste, contudo sinto algo assim contrária à alegria... uma alegria esfiapada, encardida.
Esta manhã foi maravilhosa, sossegada (dentro do possível) com minhas vinte e duas ternurinhas. Meu último dia com elas para todo o sempre. No ano que vem elas pertencerão à outra e se afastarão paulatinamente. 
Fiz café da manhã - piquenique no parque: leite fermentado (garrafinhas), pão integral com requeijão ou manteiga, pera e banana, bolacha maizena. 
Uma aluna que tem padaria trouxe dois tipos de torradas e dois tipos de biscoito de polvilho (biscoitão assado na hora) com margarina e geleia.
Para sobremesa, uma bala de hortelã - mais saudável que aquelas com aroma artificial que grudam na boca. Brincamos a cansar. Foram ao recreio e depois li livrinhos e fizemos máscaras. 
E é o fim! Semana que vem tenho médico, exames e preparação de apostilas para 2015. Sexta feira entro em recesso; janeiro férias. Volto no primeiro dia útil de fevereiro com um montão de bebês a chorar atormentadamente.

11.12.14

Casa Geraldo

Minha região é cercada por belas cidades, e entre elas há uma área rural com montanhas, campos, boas águas e rodovias pavimentadas.
Andradas, a cidade vizinha, é um polo de vitivinicultura que obteve seu auge em meados da década de 50, sofreu queda e agora vem se reerguendo.
Naquela época, as uvas eram produzidas nas imediações e a bebida preparada artesanalmente. Com a ampliação da malha viária, passou-se a comprar grande parte das uvas diretamente do Rio Grande do Sul.
Casa Geraldo, anteriormente "Vinhos Campino" vem empreendendo e se reinventando, a ponto de se destacar das demais ao modernizar a produção e agregar um restaurante enogastronômico.
É um local agradável e badalado, famoso em toda a região. Recebe turistas até de regiões mais distantes, que chegam por vezes, em ônibus lotado.
Hoje, a vinícola produz duas linhas de vinhos: O Campino, mais popular e preferido em toda a região, e os vinhos finos "Casa Geraldo" - para quem sabe apreciar.
Eu visito o Campino desde que era bem simples. Íamos em grupo com as crianças pequenas para degustar (no meu caso) deliciosos sucos de uva numa portinha improvisada ao lado da produção das bebidas.
Tenho saudade daquela época, e mato-a seguindo mais adiante na rota do vinho (e também "Caminho da Fé") até a Vinícola Bertolo, mais artesanal impossível: Um barracão à beira dum regato cristalino, onde se passa o mesmo copo de mão em mão enquanto o garrafão o reabastece.
Na Casa Geraldo, iniciamos pela degustação gratuita, seguimos para o almoço domingueiro self service com guarnição diferenciada (os jantares são mais sofisticados).
Após o almoço, há horários para visita guiada, iniciando pelas parreiras, onde o guia explica sobre a utilidade das roseiras à volta do parreiral, a importância da parreira "sofrer" no inverno para produzir raízes profundas e uva de melhor qualidade, e as variedades vinícolas mais populares ou finas.
Passamos então ao barracão de produção e ao subsolo escuro e gelado, onde atingimos os vinhos  finos que repousam maturam.
Há várias paradas para degustação gratuita e aulas sobre a história da vinícola, os vinhos premiados, a linha popular e o público que consome a bebida. Na região, os vinhos finos ainda são pouco apreciados.
Ai! eu não gostei dos premiados!!! Entretanto ele disse que eu tenho salvação: Pode-se treinar educar o paladar em cerca de um mês,degustando com afinco cotidianamente. Os vinhos que gosto - jovens, não são considerados propriamente vinhos.
Em outubro comemoramos lá o aniversário do "Fiotão". Eis umas fotos:
A mãe de lencinho branco (evitando sol) na cabeça e a vizinha Ni com blusa quadriculada, aprendendo sobre as "lágrimas densas" do vinho.
As "lágrimas" possuem relevância na classificação do vinho. Causam aquele escorridinho à volta da taça ao balançá-la.  Menor o teor alcoólico, mais densas as lágrimas e custarão a escorrer .
Vinhos encorpados possuem muitas lágrimas que deslizarão rápido; os leves terão poucas lágrimas a escorrer lentamente.
 O Par ao fundo, eu de verde, o aniversariante, a namorada e pai dela (metade do grupo).
 Aves à solta enfeitando a propriedade.
 O Par apontando a área antiga e a Mantiqueira ao fundo.
Pelos corredores da fábrica de vinhos - imenso! E há também máquinas antigas em exposição - um museu está em projeto.
Aprendi que ruídos podem maltratar o vinho...
Ao longe o elefante deitado - a famosa pedra do elefante. A parte esbranquiçada é sua orelha e tromba, ele de bumbum para cá. Nestas rochas gigantescas os índios, abundantes outrora, faziam rituais.
O Par desinquieto na caminhonete, buzinando a cada dois minutos para irmos embora... É uma tarde domingueira muito ensolarada, seca e quente. As águas ainda não haviam chegado. Observe a grama.

8.12.14

Que são as amizades?

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Todo fim de ano, saem professoras, estagiários e até funcionários de uma escola para outra. Com a nossa não é diferente.
Uns querem ir para mais perto de casa, outros conseguiram cargo melhor e outros perderam a vaga por diminuição de alunos, restando a periferia; estagiários com contrato vencido são obrigados a parar o trabalho.
Fico pensando de convivi nestes meus 50 anos com tanta gente. Há apegos curtos, há longas convivências superficiais, há casos a se manter uma distância inteligente (pessoas duvidosas, chefes, pais de alunos).
Quantas grandes amigas, parceiras de um ano todo que hoje viraram apenas velhas conhecidas! Quanta gente ali do nosso lado a anos, que nem sabemos o nome da mãe (vizinhos, determinados colegas de trabalho).
E aquele amigo esquisitão e transparente, que a gente pode xingar, pedir comida, adotar como um ente familiar. Aquele que até solta flatulências em nossa presença. 
E as amizades unilaterais, onde alguém valoriza tanto o outro, prezando pela amizade e não é correspondido à altura. Mas só ele não vê! 
E aquelas duplas inseparáveis, quase siamesas,  que se isolam do restante do grupo e levam a amizade hermética para a vida pessoal...
E aquelas pessoas populares, que se dão bem com todos e de longe marcam presença. São os palhaços do grupo, ou os políticos ou os gurus.
E aquela pessoa que está lá no canto, independente e reservada, que entretanto podemos confiar, pedir apoio e desabafar, mas que jamais dará um passo em falso.
E os falsos amigos, que tentam manipular este ou aquele, que  procuram impor sua vontade pelas entrelinhas, que se fazem de bonzinhos e estão sempre tentando levar vantagem.
E os puxa-sacos de plantão, que levam e trazem fofocas, criam polêmicas, que tentar arrancar a opinião alheia para distorcê-la no grupão e possuem os chefes como melhores amigos.
Fico imaginando quem não tem família e se depara com estas questões existenciais justamente nesta época delicada (e até perversa) do ano... 

7.12.14

Azeites... Será?

azeite produzido na serra da mantiqueira tem qualidade similar aos melhores do mundo 300x225 Azeite produzido na Serra da Mantiqueira tem qualidade similar aos melhores do mundo
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É terrível não poder confiar no rótulo do que há nas gôndolas dos mercados. Eu estava utilizando o azeite extra virgem "Gallo" importado de Portugal (confirmado pela numeração do código de barras). Sempre imaginei que fosse de qualidade e confiável, é tão antigo por aqui...
Não é barato; cerca de R$ 9,00 a latinha de 200 m. Por estar acabando, vim pesquisar o custo-benefício e encontrei neste site uma avaliação da "Proteste", uma associação de consumidores que não sei se é idônea. Já recebi material impresso gratuito deles sem problemas.
Decepção: é azeite virgem, não extra. Entretanto, neste site da Associação de Defesa do Consumidor de Portugal, o "Gallo" foi considerado de excelente qualidade. Será que exportam o pior para o Brasil? 
Mas se até em Portugal há problemas com  azeite... E encontrei também esta notícia sobre fraude nos Estados Unidos.
Há uma gama de fraudes envolvendo azeite; pelo que pesquisei o "Lisboa",  envasado no Brasil é um dos que recebem muitas reclamações. Fui ao mercado e verifiquei: Seu preço é muito inferior, mas vem numa imponente garrafa. Indica procedência portuguesa, porém o código de barras tem prefixo 789 (produto do Brasil).  
Voltei de mãos abanando... Não havia muita opção no mercado aqui perto. O jeito é continuar colocando um pedacinho de abacate  no meu suco verde para aquelas vitaminas solúveis em gordura e esperar pelas oliveiras aqui da Serra da Mantiqueira, as belíssimas árvores azuis.

Vitamina de banana com casca

Por quê com casca? Este post explica.

Ingredientes:
1 banana nanica de casca bonita, orgânica de preferência
1 banana prata idem
5 cubos de gelo
10 gotas de limão
1 copo de leite gelado
1 copo de água gelada 

Modo de fazer:
Lave bem as bananas, descarte as extremidades, corte em cubos e liquidifique bem com o gelo, o limão e o leite. Acrescente a água aos poucos, até obter a textura desejada.
É importante uma banana de cada qualidade, pois a doçura e consistência se complementarão.

Segredos:
1 = Deixe tudo preparado de antemão para que seja ingerido imediatamente, pois a nódoa da casca escurece rápido. As gotas de limão amenizam o processo de escurecimento.
2 = Não conte a nenhum dos degustadores que há casca envolvida, pois o povo é muito preconceituoso. O sabor é tão bom que ninguém da família percebe que ingeriu cascas.

Obs.: para a farinha de cascas, vá juntando-as. Congele limpas e sem bordas. Ao conseguir cerca de dez, espalhe-as em assadeiras e deixe por uma semana secando ao sol. Recolha à noite devido ao sereno. Triture e peneire. Serve para compor muitos pratos.
Visto que em química os opostos se atraem, é um excelente desintoxicante.

6.12.14

Reta final

Mais duas semanas de aula, sendo que na última as crianças minguam. Raras vezes eu fui sorteada com uma turminha tão perfeita. Coração apertadinho... Melancólica...
Antigamente tínhamos mais de 30 alunos em sala - literalmente um depósito de crianças. Em 2011 tive 29 num 2º ano, sendo que dois eram T. D. O. e passavam o tempo todo atormentando os demais (e a mim).
Abaixo, parte da minha turminha de 22 alunos num jogo com dados. No curso do MEC fomos orientadas a bagunçar as bolinhas do dado, mudando a marcação clássica, onde o resultado era decorado. A turma tem um probleminha a mais.
Um trabalho em quarteto. Grupos maiores assim devem ser explorados apenas antes do recreio, senão vira bagunça e o serviço não rende.
Na maior parte do tempo, trabalho com duplas produtivas, onde ambos possuem algo a contribuir entre si. É um excelente arranjo para esta faixa etária.
A garotinha da mesa branca é portadora de nanismo: 88 cm de estatura. Cheia de personalidade, vaidosa, brava e inteligente. É a mascote da escola toda - paparicada...
Adaptamos tudo para ela: esta carteira menor; sua sacolinha no varal mais baixo (veja lá no fim, letra V); vaso sanitário infantil; uma torneira mais longa no bebedouro.
Evitamos ajudá-la além do necessário, porém ontem fomos no quintal ver a lua branca e estava grama alta. A peguei no colo e uma funcionária viu; ele sentiu vergonha e me admoestou severamente - não gosta de parecer criancinha.
Esses três aí da frente e mais dois que faltaram ainda não se encontram totalmente alfabetizados. Todo ano alguns vão mais devagar, apesar dos esforços: atenção especial, local privilegiado, reforço no horário oposto, momentos de atenção individual.
Das cinco crianças, duas tiveram quase 25% de ausências! Como podem acompanhar a turma com tanta falta de comprometimento familiar?
Dois deles dominavam o nome completo e agora não conseguem. Acontece sempre: eles decoram o nome e depois, quando avançam e escrevem com reflexão, apresentam esta aparente retrocesso.
Por exemplo: o sobrenome "Gonçalves" - a criança passou a grafar assim : GO SA V. Trata-se de uma escrita na sua fase silábico-alfabética. É difícil explicar aos pais que esta mudança é um avanço e não regressão, pois agora eles entendem o que escrevem, mesmo que ainda não convencionalmente.
É um trabalho muito emotivo: envolve doação, compaixão, reversibilidade de pensamento (se colocar no lugar da criança) trocas de aprendizagem, compreensão das individualidades, visão além do básico, paciência, paciência, paciência...
Devemos estudar sempre, pensar e executar a preparação de atividades semanais mesmo fora da escola, ter agilidade global para fazer, pensar e coordenar diversas tarefas ao mesmo tempo enquanto a turma se agita.
Precisamos ter jogo de cintura para conviver entre 45 funcionários, repartir a sala com a professora do período oposto sem invadir seu espaço, conviver com pais de alunos que detém visão de mundo variada.
Vira e mexe alguém me aborda dizendo que foi meu aluno no ano tal e sente saudade daquela época. Gratificante lapidar personalidades e inteligências, fazer minha pequena parte junto à comunidade.
Fácil? Se fosse, nem teria graça...

5.12.14

Desperdício

O lixo orgânico do Brasil é considerado um dos maiores do mundo: são cascas, talos, folhas, sementes repletos de nutrientes, que poderiam compor pratos nutritivos, saborosos, baratos e magros. 
Pesquisando sobre cascas, encontrei  esta dissertação de mestrado, provando justamente o valor nutricional deste amplo material descartado.
As robustas cascas de banana contém mais fibra, vitamina C e o dobro do potássio das polpas. Possuem também luteína, antioxidante protetor dos olhos contra raios ultravioleta, evitando catarata.
casca de manga contém cálcio, ferro, cobre, magnésio, potássio e zinco. Pois a casca possui 20% mais antioxidante que a polpa, além de fibras; e ajuda a baixar o colesterol.
Receitas não faltam na Net, basta usar a criatividade e cuidar bem da higiene dos produtos. Os orgânicos obviamente são preferíveis,  porém aqueles com agrotóxicos não segregam as toxinas apenas nas cascas, elas penetram no produto como um todo.
No caso dos orgânicos, por serem mais preciosos e geralmente caros, devem ser aproveitados por inteiro. Nesta farta época de mangas, eu ganho bastante. Aqui no interior, há mangueiras carregadas por toda parte, basta fazer a recolecção.
Minha aluna trouxe estes mangotins orgânicos do seu quintal. Lavo bem, aproveito a poupa e reservo as cascas para meu suco verde.
Outra aluna me presenteou com estas Haden. Estou ingerindo com casca e tudo.
Tenho outro aluno que toda segunda-feira me traz algumas do sítio onde a avó mora.
Possui betacaroteno, vitaminas A, B, C, magnésio, fósforo, potássio, sódio, cálcio, ferro, manganês, selênio e zinco.

Toda terça-feira, às 6h00 vou à feira livre aqui na esquina. Procuro os moradores de zona rural que trazem muita coisa excedente de seu próprio uso.
Mangas, abóbora madura e verde, couve, alface, berinjelas, mais mangas, duas variedades de bananas, chuchu, cebola, pepinos, pimenta doce, cenouras, queijo frescal, limões, tomates.
Todos estes cajus comprei por R$ 1,00. Ela traz somente para mim, pois não há comércio e a produção é de um único cajueiro no pomar.
Abaixo, à direita, o meu trio querido: salsa, manjericão e hortelã. Tudo amarradinho com imbira de bananeira, colhido na horta da Zelinda. Três maços por R$ 2,00.
Abaixo, o sopão que cubro com filme plástico e congelo para a semana toda. Legumes, verduras, ervas, feijão batido e grão de bico. Lombo suíno para completar. Almoço quentinho e saboroso; saudável e magro.
E as saladas cruas com cenoura, tomate, cebola, couve fininha, alface, ervas, limão e manga ficam para o jantar. O talo da couve vai em farofa ou cozido no arroz.

Comparando rótulos

Marquei consulta com a Dr. Maylen, a cubana, para dia 15 no postinho aqui da esquina. Eu e o Par em horários seguidos, assim entraremos juntos. 
Preciso pedir uma batelada de exames, pois completei 50 anos. Quero orientações sobre o sal amargo, visto que comprei esta outra marca na farmácia e fiz a comparação (e comprarei outras).
Ambos são sulfatos, pois embora não esteja escrito no condimento (abaixo), pela fórmula lá exposta pude comprovar. O medicamento não traz a fórmula, contudo está escrito "sulfato de Magnésio".
Pelo código de barras, constatei que o da farmácia é nacional e o outro é oriundo dalguma mina no Equador. A validade é a mesma: Três anos. Ambos são industrializados / embalados no interior de São Paulo.
O remédio vem em pó seco bem branco; parece ter sido refinado e se espalha. O condimento vem em cristais úmidos, amarelado, parecido ao de minha infância. 
O condimento, à esquerda, fica amontoadinho, tem aparência mais integral, natural e saudável que o medicamento e dissolve melhor em água, embora o sabor seja idêntico. 
No medicamento há indicação "via oral"; no condimento nada consta, todavia por ser condimento subentende-se que também possa ser ingerido.
O da farmácia vem numa caixinha, pesa 25 g e custa R$2,10. O condimento não tem a caixa sobre o saquinho e pesa 100 g, custando R$1,00. 
Ambos são baratíssimos pelos benefícios a que propõem, entretanto a diferença monetária... O da farmácia custa 8,4 centavos por grama. O condimento custa 1 centavo o grama. 
E a qualidade? Aquele da farmácia possui 99% de pureza; a pureza do condimento é de 95%. Quero conferir com a Dra. Maylen se esses 4% acarretam diferença significativa, se o condimento pode também ser ingerido sem risco. Espero que em Cuba, pela carestia, o sal amargo seja popular e a Dra. tenha afinidade com ele. 
Por que? Ora, se o esporão do Par realmente regredir, vou alardear para os quatro pontos cardeais, e quero dar informações corretas às pessoas. 
Qual seria o risco? Por ser  mineral, o magnésio não é puro. Vem acompanhado de metais pesados como alumínio e arsênico ( metaloide trióxido de arsênio), dentre outros, dependendo do local da mina. Preciso me certificar de qual porcentagem é segura para ingestão. 
Como já citei, dependendo do local, a própria água mineral, o arroz integral e tantos outros produtos naturais agregam outros minérios.  
Encontrei aqui um magnésio com 91% de pureza e os outros metais agregados - mas é para alimentação animal.
Existem potencializadores de Magnésio: São o mineral Boro (ajuda também no cálcio, vit. D e testosterona) encontrado na banana, certas hortaliças, leguminosas e oleaginosas (suco verde com casca de banana). E o aminoácido Taurina, contida em peixe, carne vermelha, frutos do mar, beterraba, leguminosas.
Aliás, a vitamina D está mais para hormônio que para vitamina em si...

2.12.14

Sal amargo prevenção


Eu comprei Magnésio (sal de Epsom) para Marido fazer escalda pés (banho morno) pois é bom para dissolver esporão e gota. 
O sal amargo é um produto de minha infância, muito utilizado via oral na zona rural como depurativo do sangue, para má digestão, como purgante, sonífero. Para dores musculares, faziam com ele escalda pés.   
Naquela época vinha em pacotão direto da mina e possivelmente com bastante impurezas como arsênico e alumínio em altas concentrações. 
Resta lembrar que até água mineral e arroz integral possuem essas impurezas; o importante é observar a porcentagem.
O sal de cozinha consumido em minha infância era rico em magnésio: na estação chuvosa ficava úmido, feinho, pois o magnésio "puxa" umidade. Para ficar mais "estético", retiraram do sal esse mineral e o supervalorizaram separadamente. A opção é consumirmos sal marinho integral grosso.
Após os 40 anos e culminando aos 55, passamos a não mais armazenar Magnésio no organismo e com a ingestão de produtos industrializados / refinados aliado a estresse, que "chupam" magnésio, podemos ficar com falta (deplação).
Sua falta acarreta baixa imunidade, dores articulares (artrite / artrose), calcificação (gota, esporão, bico de papagaio), osteoporose, cristais (cálculo renal), cãibras, formigamentos, pressão alta, fadiga / fraqueza, fibromialgia, insônia e melancolia, dentre outros. 
Atualmente há nas farmácias em forma de óxido, cloreto, sulfeto, sulfato, hidróxido (leite) fluoreto, brometo, quelato, óxido, dimalato. Ufa!  Tudo para encarecer o produto.
Todos são chiques e o preço é absurdamente maior daquele comprado na gôndola de condimentos do mercado e mesmo assim são baratos.
O do mercado aponta o mínimo de 95% de pureza - magnésio integral, bruto, tosco, rústico, com todos esses ingredientes acima num só produto. Vem em forma de cristais e não é tão amargo ou ruim. A dose ideal para consumo preventivo via oral (cloreto) é uma colherinha de café à noite, para já melhorar o sono. Quem tem gastrite,deve dividir em duas doses (cedo e à tarde). 
Precisamos de 350 mg por dia. Seria um terço de 1 grama? Numa dieta calórica, a absorção é maior; em dietas magras a absorção é de 30%. Mesmo o magnésio presente nos alimentos (o preferível) é absorvido nestas porcentagens.
Além do sal marinho, podemos obtê-lo em castanhas, farelo fibra de cereais, certas frutas e folhas escuras, feijões, peixes marinhos (visto que a água do mar é rica em magnésio). A semente de abóbora é campeã, todavia não se pode exagerar no consumo, pois  possui antinutrientes.
O suco verde (rico em clorofila) é uma boa fonte de magnésio.
Ele é um "faxineiro" que organiza todos os outros minerais, principalmente o cálcio e açúcar do sangue: retira-o onde há excesso e coloca onde há falta.
Se ingerirmos sem precisar, o excesso será eliminado pelos rins, pois é um mineral natural. Pessoas com problemas renais não devem utilizar o produto.
Gastrite pode ocorrer em dosagens maiores. Pessoas com inflamação intestinal de qualquer ordem devem abster-se. Quanto às grávidas, nem pensar! 
É tão importante que o sangue é o último a estar deficiente, e aí já há sintomas...
Prefiro a Cubana do SUS, no postinho aqui da esquina, pois se voltar ao plantão do plano de saúde e cair com aquele médico novamente, dirá que estou com leucemia...
Quer um sono pesado e sensação de felicidade? Quer evitar a proliferação celular (câncer)? Quer ficar longe da demência? Fale sobre o sal amargo com seu médico! Eu não aconselho a ingestão daquele da gôndola de condimentos por ser menos puro que o da farmácia.