31.12.13

Guapé

Aqui, no terraço do restaurante, estamos nos despedindo da cachoeira do lobo.
A paisagem mineira rumo a Guapé, pela estrada de terra.
Em Minas, ainda há várias localidades interligadas por terra, todavia as estradas estão ótimas, neste início de estação chuvosa. 
Sítio típico mineiro: com o curral à entrada da casa. Quando chove, fica terrível devido às fezes molhadas, atraindo insetos.
 Mais vista, com plantações diversificadas. 
A cidade de Guapé, como muitas outras, foi inundada na década de 60, pela cheia da represa. Fizeram outra no alto do morro. 
Chegamos na represa às 16 h 00. Atravessa-se na balsa por R$ 6,00. Delicioso! 
Furnas terceirizou este serviço, que acontece em diversos pontos da represa.
Já estamos no meio da represa, rumo ao outro lado. Várias pessoas estão a pé, não sei como chegaram até a primeira margem...
Um hotelzinho simples bem no centro. Ele forma um bumerangue, com estacionamento atrás, à direita. Diária de R$ 40,00 por pessoa. Café da manhã com vários quitutes, queijo minas e sucos. Sem presunto ou frutas.
 À beira da represa, ao escurecer, vendo as lanchas voltarem. Sossego só. A cidade é minúscula e tranquila, pois não é totalmente turística.
Parte da cidade antiga se encontra aí embaixo.

Rumo à Cachoeira do lobo

A corredeira da foto abaixo, visitamos ao voltar do paraíso. Tirei a foto da rodovia. Fica na parte superior, anexo ao cânion. É também maravilhoso, porém há poucas árvores, devido às pedras.
Dá para se escorregar pelas corredeiras, banhar-se nas piscininhas ao longo do percurso, e para os mais afoitos, subir o riacho o quanto puder. 
Ou se pega sol escaldante, ou chuva. Com sorte, encontra-se tempo nublado, a menos que se vá logo cedo ou à tardinha.
Guarda sol, protetor solar, capa de chuva, chapéu, chinelo e tênis antiderrapante, devem combinar com roupa de banho, toalha e peças de verão.
O segredo da eficácia do protetor solar não está na quantidade, mas na frequência: a cada duas horas, repassar.
Crianças e idosos não são recomendados nestes locais, pois há muito risco de queda. O pessoal leva mesmo assim. Vimos vários idosos aguardando pelo meio do caminho, e gente com criança no colo. Se equilibrar sozinho já é difícil... 
Quando estávamos lá, choveu leve, e todos foram se evadindo.
Nas imediações não há sítios, gado, plantações, apenas indicações do parque nacional da Serra da Canastra (aparentemente na área ainda não desapropriada). 
Aqui é Capitólio: pequenina, com lago artificial e prainha quase abandonada... há muita ribanceira, contudo é singela.
Estamos seguindo por terra rumo à cachoeira do lobo, no município de Guapé. Este monte impressiona.
Aquele ecossistema, parecido a São Tomé das Letras, mudou. Aqui já se vê terra vermelha e barro.
Aliás, toda a natureza impressiona. Aqui, já existe vida rural normal, sem as pedras mineiras em abundância.
Já na trilha cachoeira. Paga-se R$10,00 por pessoa. A infraestrutura é boa: tem restaurante lindo, área de camping, sanitários e pousadas para alugar. Numa pista de motocross, sempre há campeonatos.
Esta frutinha, à borda d'água não sei o nome. Há ingazeiros por estes rios, cujos frutos estarão bons em fevereiro.
O Par subindo a trilha fininha, de meio km até a cachoeira. Há pelotinhas de cimento rústico para pisarmos de vez em quando.

Iremos atrás daquela curva, sempre nas bordinhas secas, pois na água é muito liso. Aqui, as rochas são na maioria ígneas. 
 Atravessando pela pinguela.
 Concentrado nas pisadas. A pinguela lá atrás, e a água cristalina da região.
 Subiremos a escadaria. Veja as grandes rochas ígneas.
A majestosa, com sua deliciosa piscina natural, como toda cachoeira tem. Um cercamento de mata nativa cheirosa.
Mais de perto, há várias pessoas à esquerda. A barulheira dos pássaros é gostosa. Não há pessoas estranhas, suspeitas. São casais e famílias.
Nessas depressões naturais, as índias pilavam grãos e castanhas, pingando água do riacho. Faziam paçoca.
 Segurando no mato para voltar com cuidado.


30.12.13

Perdido, perdi... cadê?

Esta belíssima cachoeira fica perto do cânion, sentido São João Batista do Glória. Está na beirinha da estrada asfáltica e não tem custo.
Bastante frequentada por moradores locais, com suas famílias. Magnífica piscina natural, traga boia.
Pezinho de gabiroba à beira do íngreme triozinho (trilha). É a prima da goiaba.
Outro ângulo da cachoeira no rio "Quebra Anzol". Águas límpidas e frequentadores de todas as gerações.
Aqui, o Paraíso Perdido... foi a frustração ENORME do passeio.
É assim: paga-se R$ 25,00 por pessoa na entrada, após sair do asfalto e percorrer looooongos 5 km.
O porém é que não deixam a gente ver...
A infraestrutura fica nessa corredeira que chamam de cachoeira (mas não é). É bonito, o mesmo ecossistema daquelas grátis.
Chegamos antes do meio dia, contudo havia um fiapinho de nuvem marcando o céu e "pelo risco de enchente", não é permitido fazer a trilha do paraíso!
Concordo com a segurança, contudo deviam fazer uma trilha em terra firme, que excluísse riscos, ou cobrassem R$ 10,00 quando há nuvens.
Há peixinhos minúsculos aí, contudo ficamos só nisso. A piscina natural é imensa, as pedras dão clima, porém é frustrante não poder  subir a trilha. 
Tentamos novamente após o almoço, que é terceirizado; serve comida caseira a ótimo preço. Não é que começou a chover? Desistimos deste pesadelo paraíso perdido...
Aqui, o auge do local: uma corredeira que chamam de cachoeira. Se for lá, vá na seca, de abril a setembro (maio, junho, julho e agosto devem ser gélidos).
Ou então, acampe lá (ou alugue uma mini cabana) e suba bem cedinho, antes de formar nuvens.
 Voltando pela estradinha rumo a Capitólio. E a represa bela lá embaixo.

Cânion

Só eu e o Par, desbravando o cânion que nos deixou boquiabertos, já no município de Capitólio
Estava lá, à beirinha da estrada, com estacionamento grátis, visita grátis, sem incômodos ambulantes, sem pivetes suspeitos, tudo família: idosos, crianças.
O "fundarel" disto beirava trinta metros, todo esculpido preste regato, devagarinho...
Um dedinho da represa invade o cânion. O leito recoberto de pedra mineira lodosa, dá a coloração verde, devido a florestinha submersa.
As lanchas chegam com turistas... muitos deles. Minha máquina retrateira de araque não faz jus à beleza.
As cidadezinhas mineiras são tiquitas, mas seus municípios são imensos espaços de terra rurais, respingados de comunidades contendo cerca de quarenta casas e uma igrejinhas (aqui em SP, chamados de distritos).
"Feiu", né? A vista sobre o longo paredão escarpado, "ca" lancha desligada, só curtindo a transcendência.
 O Par sobre o despenhadeiro, provando a veracidade...
A vegetação foi queimada a pouco. Quase uma monocultura duma planta tipo bromélia, mas não é. Um pedreado só, as arvorezinhas são escassas.
Nesta região, nada de gado, plantações. Colheita? Só de pedra mineira para enfeitar seu quintal, nas diversas pedreiras "presses arto" de serra.
 Ó a carraiada chegando prá curtir a dádiva. E o povo transitando.
 Muitas florzinhas do campo, minúsculas, teimam em permanecer.
Aqui, contornamos e descemos no cânion. Os turistas de cidades grandes estão deslumbrados, se beliscando. Está ouvindo os gritinhos da garota?
 Pense numa água cristalina... multiplique. Mas dentro d'água é liso, viu? 
Rastejamos até lá embaixo, com segurança, que não somos tolos. Aqui não tem infraestrutura, nem recurso.
 Manja o paredão, todo em camadinhas pedrais.
 Piscininhas naturais vão se formando, assim como as cachoeirinhas, degrau a degrau.
Esta arvorezinha está viva. A força da água a tomba nas enchentes. Há outras parecidas.
Uma enchente aqui é devastadora, pois a água não se infiltra. Cuidado com chuvas na cabeceira do regato!

Pedra mineira

O quartzito de origem sedimentar é o segredo de tanta beleza na região de Minas Gerais onde estive. Sedimentos foram sendo depositados pela natureza, formando uma infinda "massa folheada".
Trata-se daquela pedra de borda de piscina, bege amarelada. Imagine toneladas delas aliado a água: forma cachoeiras, corredeiras, cânions, rios e regatos "azulejados". Por esta impermeabilidade, as águas que por ali escorrem são absolutamente cristalinas.
A vegetação sobre essas pedras é geralmente endêmica, pela dificuldade de penetração de raízes. No leito dos rios, forma-se lodo, deixando o local escorregadio e perigoso. A água represada torna-se verde, devido a esta nanofloresta no fundo.
Saímos no domingo, antes das 6. Na foto, estamos passando por São Sebastião do Paraíso - MG, ainda escurinho.
 Lá adiante, as camadas de serras que nos aguardam ansiosas...
Paramos nesta bela paineira, que floresce de fevereiro a abril. Lanchamos amendoins torrados, pizza dormida e frutas. Bebemos água de nosso galão térmico.
No providencial cafezal, com frutos já adolescentes (pois amadurecerão no fim do outono, estando secos no início do inverno), esvaziamos as bexigas.
A primeira visão deslumbrada do Rio Grande, logo abaixo do lago de Furnas, em São José da Barra. Ele está anoréxico, pois as compotas estão quase fechadas. A represa está engravidando. 
Ao pé da compota, uma ilha ao centro do riozão, e a vista tão límpida quanto o ar matinal. 
As construções da usina à direita. A hidrelétrica de Furnas fornece energia aqui prá casa.
Aqui começam as formações rochosas que fazem desta região um paraíso. Veja as escamações características.
Um paredão altíssimo à beira da estrada, todo assentado peça por peça pelo pedreiro "natural".
A barragem e as imensas compotas desta enorme usina, "segurando o leite".
Lá, a usina em si, gerando muita energia.
Ar puro, vista belíssima, preços justos, águas cristalinas e potáveis, trânsito leve e o silêncio de quem puxa o fio do liquidificador em pleno funcionamento... "qué" mais?