26.8.16

Lower Carb

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A alimentação "Lower Carb" é bem parecida com a "Slow Carb", embora não sejam gêmeas.
O que as diferem da tradicional "Low Carb, é que ambas preconizam um médio teor de carboidratos.
A "Slow Carb" é cria do americano Timothy Ferriss e encontra-se detalhada no livro "Quatro horas para o corpo". Ela tem um foco bem forte nas leguminosas - amendoim, fava, todos os modelos de feijões, grão de bico, ervilha, lentilha (que devem ser demolhadas por 16 horas em água com vinagre antes de cozer).
A alimentação "Lower Carb" amplia um pouco mais este leque, aceitando um médio teor de todos os carboidratos naturais de lenta absorção (complexos): muitas frutas, milho cozido e tubérculos.
Numa alimentação diária focada na carbo-ciclagem, a junção destas duas vertentes é perfeita para o jantar.
No desjejum tem-se uma dieta cetogênica (ou "Very Low Carb); alimentação "Low Carb" comum ao almoço; empurrando os carboidratos para a última refeição. Assim, a regulação hormonal, o trânsito intestinal e o período de sono não ficam prejudicados. 
Importante frisar que seja ela Lower ou Slow, essa forma de alimentação ainda é bem mais restrita em carboidratos que a dieta ocidental padrão (pirâmide alimentar). Continuam restritos todos os farináceos (as massas em geral), arroz, batata inglesa e açúcares (permite-se o mel de vez em quando).
Simplificando: é sempre a ingesta de comida de verdade, com ingredientes o mais naturais possível, focada majoritariamente em vegetais de baixo amido, proteínas e gorduras de bichos criados soltos.

25.8.16

FODMAPs

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FODMAPs: sigla em inglês que significa oligossacarídeos, dissacarídeos, monossacarídeos e poliois fermentáveis. Há uma lista de vários tipos de carboidratos que, para pessoas sensíveis, podem ser de difícil digestão.
São grandes grupos de carboidratos, onde cada um tem subgrupos. Tornam-se problemáticos só aqueles com açúcares fermentáveis. Alguns sintomas são gases, distensão abdominal, cólicas, constipação ou diarreia.
Os mais comuns são:
Frutas: maçã, abacate, cereja, manga, pêssego, pera, melancia; também suco de fruta e fruta desidratada.

Vegetais: cebola, alho, aspargo, alcachofra, cogumelo e todas as brássicas - repolho, brócolis, couve-de-Bruxelas,  couve-flor...
Laticínios: leite, iogurte, queijos moles.
Outros: álcoois de açúcar - qualquer adoçante que termina em "OL", também mel, agave.
Trigo e centeio já são prejudiciais de outras formas, potencializando os sintomas da sensibilidade.
A lactose (o açúcar encontrado no leite) é o único dissacarídeo nessa categoria fermentável e a frutose (o açúcar encontrado em frutas) é o único monossacarídeo.
Uma das razões pelas quais todos esses diferentes tipos de carboidratos são prejudiciais é que eles não são completamente digeridos quando chegam no intestino grosso por falta das enzimas corretas que os “quebra” em açúcares individuais.
A amilase é a principal enzima responsável pela digestão do amido, mas não a única.
Pessoas que reagem à lactose têm deficiência da enzima lactase.
Todo mundo reage mal à rafinose (açúcar complexo dos feijões, brássicas) porque os seres humanos simplesmente não possuem a enzima para “quebrá-la” completamente... E os casos de flatulência são corriqueiros.
A frutose já é um açúcar simples, mas pode causar os mesmos sintomas por ser de difícil absorção.
Os carboidratos do tipo FODMAPs causam problemas porque ficam intactos no intestino em vez de ser digeridos, passar pela parede intestinal e ser absorvidos pela corrente sanguínea.
No intestino grosso, a flora intestinal (boa e ruim) usa-os como alimento, fermentando-os e gerando gases, além de criar superpopulação bacteriana pelo excesso de comida disponível.
Há também a atração de água para o intestino. Essa osmose causa distensão abdominal e diarreia, pois faz com que a parede intestinal se inche.
Observando o que causa flatulências e outros desarranjos, podemos diminuir a ingesta de certos carboidratos menos toleráveis.

23.8.16

Você já acordou com a ruim sensação de queda livre?

Acordamos assustados, com sesnsação de abandono, pequenez, aquele "cocô de mosquito" no meio do grandioso universo...
Essa sensação estranha de queda livre que nos acomete em sono profundo vez ou outra tem as mais diversas explicações.
Na roça, diziam que a alma sai do corpo durante o sono e vaga absorta; ao retornar, de vez em quando ela capota, volta de mal jeito!
Muita gente relata maior prevalência da ocorrência em alcoolismo, sonos agitados ou fora de hora, cochilos em locais agitados...
O nome científico é espasmo hípnico ou “puxão mioclônico”. É uma contração involuntária dos músculos que nos desperta violentamente.
Teorias são muitas e apostam que há um certo conflito na comunicação entre corpo e cérebro ao "desligar" para dormir. O misticismo diz que a pessoa está numa fase vulnerável, ansiosa, desprotegida.
Pelo método junguiano, pode haver medo da desejada liberdade ou do fracasso embutido no sucesso - insegurança de crescer em qualquer aspecto.
Uma teoria que acho bastante plausível e interessante é que o "homem das cavernas", nosso ancestral, não tinha caverna à vontade e dormia sobre as árvores. Então, temos esta herança evolutiva impregnada em nosso DNA.
Dormindo em árvores, o relaxamento dos músculos podia significar uma queda real lá do alto; esse toque "fique esperto" é uma salvaguarda. 
Daí também a necessidade de uma boa siesta (soninho após o almoço). Era quando o homem primitivo dormia tranquilamente à sombra e no chão, por turnos, com vigias à espreita de predadores.

20.8.16

Alimentos facilitadores

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Uma alimentação de alta densidade nutricional nos deixa saciados sem a necessidade de comer seis vezes ao dia. Pelo contrário, podemos programar jejuns de purificação (do corpo e da alma sempre).
Lembrando do caminho do meio, devemos dosar os três macronutrientes - proteína, gordura natural e carboidrato. Esse consumo absurdo de carboidrato refinado na alimentação atual causa inflamações.
Dosar também as fibras - nem deficiente, nem em excesso para não arranhar as delicadas paredes intestinais. Mesclar fibras solúveis com insolúveis.
Ingerir todo o espectro de vitaminas em vegetais naturais variados, obtendo também o maior número possível de minerais, inclusive nas proteínas e gorduras de bichos criados soltos (e derivados).
As vitaminas A, C e D, as proteínas e gorduras naturais, são chamados de alimentos facilitadores por ajudar o organismo a absorver melhor os outros nutrientes.
Nenhum alimento é completo, mas a possibilidade de  "sinergia alimentar" faz com que um potencialize as propriedades do outro.
É importante que os alimentos de uma mesma refeição sejam o mais sinérgicos possível, pois ingerir e digerir são duas etapas importantes do processo alimentar. Não somos o que comemos, mas sim o que conseguimos digerir (assimilar), pois nem tudo que degustamos se converte em nutriente para o organismo.
O maior vilão de uma alimentação saudável é o "alimento" ultraprocessado pela indústria alimentícia. Deve ser ingerido com moderação e em ocasiões esporádicas.
O kefir e outros probióticos presentes em alimentos fermentados, assim como os prebióticos, melhoram a saúde intestinal e facilitam em muito a absorção adequada dos nutrientes ingeridos. As últimas pesquisas dão conta de que temos a mesma quantia de células e micro-organismos intestinais. 
Não basta ingerirmos uma variedade aleatória de alimentos, mantendo um prato colorido. Um ingrediente pode prejudicar a absorção do outro, devido a antinutrientes / antimetabólitos. Demolhar grãos por 16 horas em água com vinagre antes de cozer, refogar levemente certas hortaliças, variar ao máximo a ingesta de vegetais, deixa a refeição equilibrada.

19.8.16

Frutas ou frutos?

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Sabe aquela máxima de que devemos ingerir seis porções de frutas por dia? Se ampliarmos o conceito para "frutos", bateremos a meta facilmente e de quebra, não ingerimos tanta frutose (engordativa).

Frutos incluem aqueles vegetais conhecidos como legumes. Os mais comuns são pepino, abóbora, chuchu (primos da melancia e melão), tomate, pimentão, pimenta, berinjela, jiló, quiabo, maxixe, vagem, milho verde.

Desses, o pepino e tomate podem ser ingeridos crus.
Há também os tubérculos que podem atuar como "frutos" e serem comidos sem cozer: cenoura, beterraba, nabo, rabanete, batata yakon.

Legumes, na verdade são as leguminosas: feijão de todo modelo, fava, ervilha, grão de bico, lentilha, amendoim.

Assista esta aula de dois médicos de vanguarda sobre uma vida saudável.

18.8.16

Insulina de ação pulsátil

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A endocrinologia é o estudo dos hormônios e suas comunicações químicas interatuando com o sistema nervoso, imunitário e outros reguladores funcionais. Nenhum hormônio é produzido constantemente ao longo do dia (apenas a insulina para aqueles comedores constantes).
Há um ritmo circadiano bem definido. Às vezes, certos níveis de hormônios estão muito altos em certo momento do dia, e em outros momentos, eles são praticamente indetectáveis, como a melatonina à luz do dia. 
É esta natureza muito pulsátil que impede o desenvolvimento de tolerância (resistência). Sempre que o corpo é exposto a um estímulo constante, torna-se aclimatado a ele.
O hormônio insulina serve sobretudo para "poupar" - converter açúcar em gordura para tempos difíceis. Foi crucial em nossa evolução. Hoje, porém, comendo a cada três horas, estamos "bilionários" em adiposidade.
A função pulsátil da insulina deixa de ser exercida com o advento da geladeira e nossa vida urbana cheia de guloseimas. A insulina deixa de ser intermitente e passa à constância: sempre ricos em insulina = sempre gordos.
Insulina cronicamente alta no sangue = resistência insulínica = diabetes tipo II. 
Períodos sem ingesta alimentar limpam o sangue do excesso de insulina e evitam a catástrofe. Daí a eficácia do Jejum Intermitente (vide  Dr Jason Fung).
Se puxamos demais um elástico, ele laceia; se apertamos demais um parafuso, ele espana; se pegamos no pé do namorado constantemente, ele "vaza".
Se comemos o tempo todo carboidratos refinados (insulinogênicos e desnecessários, calorias vazias), ficamos diabéticos - é a adaptação contrária. Para tudo é necessário um tempo de descanso - férias.
Muitos remédios de uso contínuo perdem a eficácia e requerem doses cada vez maiores...
O jejum esgota o glicogênio do fígado com regularidade - glicogênio é a maneira do fígado armazenar glicose. A resistência vem pelo estoque constante.  A célula saturada ignora o chamado da insulina e fica resistente.
É como esgotar o óleo do carro de tempos e tempos e colocar estoque novo. Portanto, três refeições num espaço de 8 horas diárias e 16 horas "esgotando", é salutar. Não somos ruminantes para pastar o tempo todo.
Sabe aquele conto de fadas "O Rei está nu"? Então, qualquer criança sabe que comer mais vezes leva à obesidade a longo prazo, pois aos poucos, as porções vão ficando maiores e o conteúdo menos lapidado. 
Maximizar a densidade nutricional e minimizar o impacto glicêmico dos alimentos faz com que estejamos melhor nutridos e não necessitemos comer tanto ou à toda hora. 
Não existem ensaios clínicos randomozados provando a eficácia de comer a cada 3 horas e há vários em favor do jejum (confira todas as referências no rodapé daquele texto).

6.8.16

Panelinha

Já se encontra no canal  "Panelinha" do Youtube, todas as 10 aulas que a apresentadora de programa culinário "Rita Lobo" realizou em parceria com a USP.
Os agradáveis filminhos contam com a presença ilustre do próprio Dr. Monteiro, coordenador geral do Guia Alimentar para a População Brasileira.

Dez passos para uma alimentação adequada e saudável:

1) Fazer de alimentos in natura ou minimamente processados a base da alimentação;
2) Utilizar óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao temperar e cozinhar alimentos e criar preparações culinárias (a gordura natural dos alimentos saudáveis não conta aqui);
3) Limitar o consumo de alimentos processados;
4) Evitar o consumo de alimentos ultraprocessados;
5) Comer com regularidade e atenção, em ambientes apropriados e, sempre que possível, com companhia;
6) Fazer compras em locais que ofertem variedades de alimentos in natura ou minimamente processados;
7) Desenvolver, exercitar e partilhar habilidades culinárias;
8) Planejar o uso do tempo para dar à alimentação o espaço que ela merece;
9) Dar preferência, quando fora de casa, a locais que servem refeições feitas na hora e com ingredientes naturais (nada de pré preparo); 
10) Ser crítico quanto a informações, orientações e mensagens sobre alimentação veiculadas em propagandas comerciais.

Alimentos ultraprocessados: são formulações industriais (imitação de comida), com pouco ou nenhum alimento inteiro. Contém aditivos artificiais. Ex: salsichas, biscoitos, geleias, sorvetes, chocolates, molhos, misturas para bolo, “barras energéticas”, sopas, macarrão e temperos “instantâneos”, “chips”, refrigerantes, produtos congelados e prontos para aquecimento como massas, pizzas, hambúrgueres e nuggets.

Lipoproteínas de Baixa Densidade

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Colesterol LDL é a sigla para "Low Density Lipoproteins", que significa lipoproteínas de baixa densidade, também chamado (nem sempre de forma correta) de "mau colesterol". Ele transporta o colesterol fabricado no fígado até às células dos tecidos. 
Sim, se você não consome colesterol, o fígado é obrigado a fabricá-lo, pois é fundamental para o organismo. Se o consumo aumenta, o fígado trabalha menos, equilibrando a balança.

Gorduras saturadas de fontes naturais (saudáveis) mudam o colesterol LDL de partículas pequenas e densas para "gotas" grandes e flutuantes, associadas a um risco reduzido de doença cardíaca. Existem dois tipos de LDL; isso tem a ver com o tamanho dessas partículas.


Há "gotículas" de LDL pequenas e densas (oxidadas)  e grandes e flutuantes (íntegras).


Mesmo se as gorduras saturadas de fontes naturais (saudáveis) elevarem ligeiramente o colesterol LDL em algumas pessoas, essas partículas de LDL mudam de pequenas e densas para grandes e flutuantes… o que é uma coisa muito boa para o sistema cardiovascular.

Consuma ovos e frangos caipiras, gado  e laticínios integrais, suíno e peixe não confinados (com a sua gordura natural ômega 3) para  mudar o padrão das "gotículas" de LDL de pequenas e densas (oxidadas - do mal) para grandes e flutuantes (íntegras - do bem). Cozinhe com banha de porco (caseira) sem excesso.
Não esquecendo de intercalar as oleaginosas todas, amendoim / abacates, nacos de coco, azeitonas (3 frutas gordas), sementes de abóbora, gergelim, girassol...

O que oxida as gotículas e as diminui de tamanho?
Óleos industrializados (artificiais e super refinados) - canola, soja, girassol, milho e afins cheios de ômega 6; margarinas (mude para manteiga); gordura hidrogenada. Também os farináceos refinados e açúcares (aqueles carboidratos que elevam os triglicerídeos). Excesso de frituras em qualquer ácido graxo.

Reduza os industrializados que forem ultraprocessados e aumente o consumo de comida de verdade caseira - vá prá cozinha e faça uma omelete com verdura / um saladão com queijos, abacate e azeitonas / um ensopado com carne / um assado com vegetais!

Em vez de se preocupar tanto com o LDL, não deixe seu triglicerídeo passar de 150. Esse sim é o vilão do coração... O que o desencadeia é excesso de carboidratos (açúcares e farináceos).

1.8.16

Mulher - fábrica de habitantes

Eu imagino que até a presente data, nenhuma mulher tenha, conscientemente, se prestado ao papel de "fazedora de população" para países com crescimento demográfico negativo.
Cada vez mais surge na mídia, machetes (algumas sensacionalista) assim:

"País sem filhos"; "População continua diminuindo"; "Cada vez mais, homens de tal país têm medo de constituir família"; "População tal pode cair a tanto até 2050"; "Governos cogitam auxílio natalidade e outros benefícios"; "Envelhecimento populacional e emigração de jovens preocupa tal país"; "Queda na natalidade agravada por crise e insegurança financeira"; "Envelhecimento demográfico em tal região"; "Um país pode morrer?"; "Crise na previdência se agravará..."; "Fertilidade de país tal abaixo da taxa de reposição".

Quando temos acesso aos comentários de manchetes deste nível, vemos que a população não pensa em pagar o pato individualmente para uma questão coletiva.
Trocando em miúdos: ninguém quer sustentar (a duras penas) a criação dos filhos dos outros "apenas" para equilibrar a demografia.
Também não querem tornar-se minoria étnica, aceitando imigração em massa. Outros apelam para a ecologia - a vantagem para o Planeta da diminuição populacional; há quem pregue a fusão de países para equilibrar a população e $...

Na outra ponta, outros temem o colapso de um país idoso no que tange à saúde e cuidados básicos; debatem o risco de ataque estrangeiro e perda de território; cogitam a fragilidade de um país tomado por velhinhos sem poder de barganha; a tão falada previdência social...

Aqui no interior, há um ditado que diz:

"Com o andar da carroça, as abóboras se ajeitam!"

Obviamente, no sacolejar da viagem, algumas abóboras mais frágeis serão literalmente esmagadas por outras mais resistentes; e assim, a carga se nivelará...