28.10.12

Jambo

Trata-se de uma deliciosa fruta com sabor e aroma de rosas. Rosas mesmo! Sensação de rosas, forte e marcante!
Muita gente discorda da palavra "deliciosa"... Ele tem uma polpa carnudinha envolvendo um grande caroço.
Não é ácido, não é suculento, não necessita descascar, não é doce demais. Parece que não se presta a sucos, compotas ou geleias.
O fato de lembrar as rosas é enjoativo? Não para mim.
O jambeiro é uma grande árvore, frondosa, com folhas brilhantes. Os jambos ficam bons de agora até o natal. Não há necessidade de amadurecer muito para comê-los.
Este pé, ninguém da família se lembra quem plantou, e é mais velho que eu. Fica bem na entrada de nosso recanto. Gerou espontaneamente, um filho, que já está frutificando!
Adoro morder uma a uma, estas frutinhas amarelas, do tamanho de meia goiaba, chacoalhar para fora o caroço que está solto lá dentro, e só deixar sobrar a rosinha da ponta. 



27.10.12

Ancestralidade

Quando os pesquisadores nos trazem uma nova suposta espécie de hominídeo, ou nova descoberta relacionada, tentando encontrar o tal "elo perdido" entre símios e humanos, me vem à mente uma deliciosa sopa.
Coloca-se uma lisinha pedra de córrego (paleontologia), dois litros de água deste mesmo córrego preferencialmente límpida (imaginação), fotocópias de escritos bíblicos selecionados, toda a teoria darwinista e temperos fresquinhos (novas descobertas científicas ).
Australopithecus (macaco do sul), paranthropus (com mandíbula robusta e cérebro nem tanto), homo rudolfensis / hábilis (habilidoso, ferramenteiro) / erectus / sapiens (Você é sabido?)...  nada é consensual, tudo fragmentado, e cada degustador encontrará novo sabor para a sopa, segundo suas convicções e ideologias.
Selam
A infanta Selam  reconstituída- Fonte: en.wikipedia.org
Lucy, famosa fêmea adulta de 3,600 milhões de anos, agora tem uma coleguinha: morta aos três aninhos, fossilizada a 3,300 milhões de anos. Devido às duas omoplatas preservadas, Selam subia em árvores tanto quanto andava ereta.
A Lucy faltando partes - Fonte: en.wikipedia.org
A "família" Sediba, adulta de cerca de 30 anos, com adolescente de 10 a 13, caíram num respiradouro de caverna, há quase 2 milhões de anos, morreram  e foram preservados, para nosso deleite, pesquisas e especulações.
Como viviam? Eram parentes?   Fonte: www. history.com
Não é belo romantizar a cena? Mãe e filho caminham em fila, displicentemente, sofrem a queda quando o chão cede sob eles, e se imortalizam, viram celebridades!
Quem descobriu o 1º osso do garotinho acidentado, foi justamente outro garotinho em idade próxima, quando pesquisava com seu pai cientista. 
O cientista mirim - Fonte: pt.wikipédia.org

20.10.12

Parabéns a você!

"Fiotão" completa 27... me deixou reflexiva, melancólica, a semana toda.
Claro que passei por isso 26 vezes antes, contudo agora ele não é mais um mocinho. Um homem de 27!  Há algo diferente no ar...
Fui mãe aos 21 (Esposo com 23). Tudo aconteceu cedo em meu percurso: trabalho aos treze, namoro "firme" aos 16, casamento aos 20.
Considerei muito prazeroso e fácil criá-lo. Mentira: os primeiros quatro meses foram difíceis. Eu "sozinhinha", Esposo sempre trabalhou muito, e a cultura era outra.
Eu tinha medo de tomar banho e deixá-lo, então passava correndo por debaixo do chuveiro. Sonhava com batata frita (coisa que nem ligo mais), tinha medo de precisar pegá-lo e lhe espirrar fritura.
Cambaleante e "bêbada" nas madrugadas! Ficava com ele na cozinha, para não atrapalhar o sono do Esposo (provedor familiar).
Eu fazia crochê "prá fora", enquanto ele mamava no peito, aconchegado na almofada: conversava, cantarolava e ele dava aquelas olhadelas gostosas. Que saudade!
Aos 5 meses, começou a reptar (arrastar-se como réptil). Ficou independente! Nunca teve problemas graves de saúde.
Logo antes dele nascer, deixei um emprego de 6 anos: confecção. Passei quase 4 anos fazendo bicos, e com ele a tiracolo. Isto o deixou tão "senhor de si"!
Construímos (parcialmente) nossa casa atual, nos mudamos (ele tinha 3 anos) e logo voltei a trabalhar. Nunca mais parei.
Nos feriados, brincávamos neste terreno aqui ao lado onde estou (na firma do Esposo). O terreno ainda nem era nosso. Gastei várias colheres fazendo estradinhas e fazendinhas por debaixo dos arbustos. Ainda é meu brinquedo favorito.
Ele trabalha no setor de engenharia da fábrica de aviões, aqui mesmo. Em foto conosco, e com a namorada!


14.10.12

O morro dos ventos uivantes

Ufa! Acabei... livro forte, sombrio, pesado, sem contudo deixar de conter certas levezas relacionas sobretudo à charneca (zona rural da Inglaterra). 
O romance, escrito por uma mulher, remete aos idos de 1800. Permeia a história, diversas mortes prematuras, inclusive por partos.
Uma serviçal narra quase todo o romance, tendo Heathcliff como personagem central: ele vem adotado, sofre perseguições na infância, tem seu amor renegado por dinheiro.
Torna-se adulto vingativo, atormentado, sádico, um caso psiquiátrico. As reticências ocasionadas pela morte antes do amor consumado, o levam à loucura final.
Refleti muito sobre os personagens, inclusive a serviçal: sem família, sem amor, sem vida própria. Passa suavemente pelas vidas dos outros, fazendo destas também a sua.

Curioso que aqui na Cidade há uma rua importante com o nome Heathcliff !

Escolhi português de Portugal. Eis uma canja: 
__Capítulo XVII: Aquela sexta-feira foi o último dia de bom tempo desse mês. Ao anoitecer, o tempo mudou: o vento começou a soprar de sul para nordeste e trouxe consigo a chuva e, depois, granizo e neve. No dia seguinte dificilmente se diria que havíamos tido três semanas de Verão: as buganvílias e os crocos vergavam-se agora às ventanias de Inverno; calaram-se as cotovias, amareleceram e caíram as folhas das árvores temporãs; fria, soturna e sombria, a manhã arrastava-se preguiçosa! O meu patrão não saiu dos seus aposentos. Assenhoreei-me da sala vazia e transformei-a num quarto de bebés. E ali estava eu, sentada, com a bebé chorona ao colo, embalando-a de um lado para o outro e contemplando os flocos de neve que não paravam de cair e se acumulavam no peitoril da janela sem cortinas, quando a porta se abriu e alguém entrou, a rir-se e ofegante. Por momentos a minha fúria suplantou o meu espanto; pensando que. fosse uma das criadas, gritei: Cala-te! Como te atreves a entrar aqui nesse despropósito? Que diria Mr. Linton, se te ouvisse?-- Desculpa -- respondeu uma voz que eu bem conhecia. --Mas sei que o Edgar já está recolhido e não me contive. Dizendo isto, a minha interlocutora aproximou-se do lume, ofegante e com a mão fincada na cintura.-- Vim a correr desde o Alto dos Vendavais... – prosseguiu após uma pausa -- sem contar com as vezes que tropecei e caí; foram tantas que até lhes perdi a conta. Dói-me o corpo todo! Mas não te assustes! Vais ter a explicação logo que eu a possa dar. Por agora, faz-me o favor te ir lá fora mandar preparar a carruagem para me levar a Gimmerton, e diz a uma criada que me arrume algumas roupas. A intrusa era Mrs. Heathcliff. O seu estado não era para risos: o cabelo caía-lhe sobre os ombros, desmanchado e a pingar; trazia o mesmo vestido de rapariga, de sempre, mais adequado à sua idade do que à sua condição de senhora casada; era curto e de mangas igualmente curtas; na cabeça e no pescoço não trazia nada. O vestido era de seda leve e colava-se-lhe ao corpo de tão encharcado que estava. Nos pés, apenas umas chinelas. Um golpe profundo por baixo de uma orelha, que só o frio impedia de sangrar profusamente, um rosto empalidecido, arranhado e ferido, e um corpo que mal se aguentava de pé devido ao cansaço, contribuíam ainda para o seu aspecto lastimoso. Assim, é fácil imaginar que o meu susto não tivesse passado por completo quando tive a oportunidade de a examinar melhor.
LEIA EM E-BOOK, salvando em favoritos (anote a página que parar):   Fonte: esta   

13.10.12

Viajei no tempo: Maria Fumaça!

Fomos a Paulínia (na grande Campinas) comprar tinta pó.  Poderia vir na transportadora, porém decidimos passear.
Embora com diversos (e caros) pedágios, saímos antes das seis. Paulínia é um polo petrolífero: antes de chegar, já se vê as refinarias, com chaminés acesas.
Os inúmeros vagões de trens, formato tanque, trazem o petróleo bruto. Caminhões aguardam nas vias de acesso, em filas de 20, 30, para carregar os subprodutos prontos.
Minhas tias moram em Americana, ali perto. Uma comunidade de americanos lá se instalou a décadas, formando um polo têxtil.
Antes ainda, há Limeira, polo cítrico. Nas margens da rodovia, só laranjais carregados!
Contornamos Campinas: grande demais, me dá claustrofobia, fico tensa. Paramos em Jaguariúna, na antiga estação férrea.
Já passeamos  de Maria Fumaça: entre São João Del Rei e Tiradentes - MG.
Faltava 1 h para a partida: ficamos a ver o museu ferroviário e a feirinha de artesanatos. Pudemos adentrar uma locomotiva, meter a mão na fornalha (apagada).
Na feirinha, comprei bolachinhas caseiras salgadas, temperadas com muito alho e tinindo à pimenta. Pareciam casulos minúsculos. Tentarei fazer.
Não havia a opção de percurso completo (R$ 60,00). O meio percurso não chega a Campinas (R$ 40,00). E às 10 h em ponto, o trenzinho partiu.
Para quem assistiu "Sinhá Moça", é aquele trem a vapor, pois foi filmado ali...
Há um engraçado guia explicando tudo, nomeando os lugares. Sai devagarinho, sobe o viaduto, e desce mais rápido. Ganhamos a zona rural de Jaguariúna a Campinas. 
Vencemos três estações rurais. Na última, o trem espera a chegada do irmãozinho de Campinas, com percurso completo a Jaguariúna.
Desgrudamos da locomotiva, recebemos as outras duas (juntas), pois agora é mais peso. Vamos afastando até acoplarmos aos vagões com os turistas campineiros. 
Nosso vagão foi um dia do Pantanal: Ponta Porã. Pequeno, com banquinhos de madeira. O encosto é reversível: quando voltamos, não precisamos viajar de costas.
Na segunda estação, voltando, um número imenso de turistas no meio do nada. Não dava para ver a estradinha até um hotel fazenda. Dois vagões reservados a eles!
O primeiro vagão é o restaurante. Compramos água e biscoitos de polvilho. As fagulhas fizeram furos nas toalhas das mesas. Queimam até as roupas. 
No lado oposto às estações, a oficina ferroviária: vagões, troles, locomotivas, carro-ambulância, uma imensidão! E os mecânicos trabalhando no restauro. Muita coisa funciona perfeitamente.
Logo mais, o clube de campo deles. E então entra uma bandinha no vagão. Cantaram modinhas antigas e passaram o chapéu: Cantora sexagenária, sanfoneiro, pandeirista e tambor.
Todos trabalhadores homens, de uniformes azuis, com exceção da foguista: longas tranças loiras, suja de fuligem como um tatuzinho. Altiva!

7.10.12

Missão cumprida!

Acabo de chegar da votação. Na seção (de periferia) onde trabalhei, o candidato a prefeito focado na educação ficou em terceiro lugar (e bem atrás dos outros dois).
O candidato a vereador mais votado foi um médico. Caramba! Médicos por aqui têm quatro a cinco empregos...terá tempo?
O dia foi calmo: cheguei às sete e já havia fila na calçada. Meu presidente: eficiente, veterano e líder, estava com a urna montada, afixando a fiação... ficamos quarenta minutos à toa, aguardando o início.
Um show é quando abre-se o portão! Aquela correria atropelada... prá que? Tonteira...
Após emitirmos a zerézima, o primeiro vota e aguarda o segundo terminar. Então é só rotina. 
Há um pequeno degrau nas salas, e sempre aviso aos idosos; todavia, quando estou orientando alguém e não aviso, pronto! Tropesso. E até na saída...
Oriento sobre qual mesário procurar: vá com a moça, seu nome está no primeiro caderno. Aguarde, pois seu nome está no segundo caderno, com o moço de camisa azul...tem gente que inverte tudo, atrasa o processo.
Na urna, os idosos ficam gritando por ajuda, querendo inclusive, o número de seu candidato...é mole?
Lá pelas 14 h, tudo calmo. De repente, um tendel embaixo na sala, no quintal! Uma senhora aos prantos e berros com um casal jovem. Reivindicava algo sobre seu neto...
Parecia ser o pai de seu neto com a atual companheira, cada eleitor ia à janela assistir, e nada de votar... durou meia hora.
Após 16 h, o fluxo aumentou novamente: aguardavam "o sor baxá", justificavam! Cerca de 70 pessoas não compareceram, dentro da média, vários acima dos 70 anos.
Ninguém saiu para almoçar: dois lanches de presunto, dois refris e duas águas ao longo do dia. Cafezinho com bolachas na sala dos professores. Temos R$22,00 para almoço, sobrou.
É muito gratificante, interessante e nada monótono. Adoro participar!
Voto limpo
Fonte:  esta   

6.10.12

Que manhã feliz!

Esta história de blogar tem início, como tudo:  Em agosto de 2010, pesquisando os diversos motivos que colocam a Noruega, um país pequeno, desconhecido por aqui, entre os melhores índices (e quase sempre o melhor) de IDH mundial, encontrei o primeiro blog que passei a seguir.
Eu havia terminado um curso de LINUX (software livre), onde abordava os blogs, que até então nunca tinham me atraído. 
Este blog, narra a história de uma garota como todas nós, porém com sua vida singular, também como todas nós.
Ela saiu da cidade de SP em 2006, para unir-se em matrimônio (uma singela história de amor...), com um norueguês; como muitas mulheres ao longo deste Planeta.
Antes, professora particular de inglês, retomou a vida profissional (rapidinho) como faxineira, em horário parcial, estudando muito.
Com cerca de três anos por lá, já recebeu uma proposta como professora, na ilhazinha bucólica onde viviam.
Eu li o blog, como um livro autobiográfico, me identificava com aquela alma límpida; em alguns posts, relia.
Me apaixonei pelo casal. A escrita dela é matemática, centrada, cuidadosa, delicada, magnífica!
A partir daí, passei a seguir outros blogs, apenas em 2011. Estava "atolada", devido à Especialização na Universidade Federal, e me animava absorvendo a energia da garota guerreira.
Nunca comentei, pois considero complicado aparecer "na casa dos outros" como anônimo.
Fiz planos de iniciar um blog, justamente para isto, interagir!
Em maio último, fim da monografia... acabou o curso. Junho: fechamento de bimestre letivo. Um mês de férias em julho, ajeitando a vida e inciando o bloguinho (magrelo...).
Por que estou tão feliz? A companheirinha de blogagens voltou a postar após quase três meses!
Aprendi tanto com a "Brasiguesa", agradeço imensamente! Ela nos mostra, que qualquer lugar é bom e belo, depende de nós...
Eis um almoço típico norueguês, jamais imaginaria um país frio almoçando sanduíches...
Link: neste blog aqui

5.10.12

Fotografia da infância

Fonte:    esta   
No blog da Beth (vide "Mãe Gaia", aqui ao lado), tem uma ideia adorável para a "Semana da Criança"!
Não posso participar da forma convencional, simplesmente por falta das fotos digitalizadas...
Imagina! O vovô tinha três sitiozinhos, tão pequenos... vivíamos em um deles e de um deles. Tirar retrato era coisa para gente civilizada, da cidade.
A primeira foto, foi a Tia Lucinda (Professora de S. Paulo) que tirou, eu de mãos dadas ao Joãozinho: meu irmão menor que faleceu com 31 anos. Eu tinha 6 aninhos.
A segunda, tiramos na charretinha, quando a mãe foi ao dentista em Poços de Caldas. Sete anos.
A terceira foi na festa junina do terceiro ano... o pai da Professora Maria Angélica tinha o "Foto Ribeiro" - luxo total. Oito prá nove anos.
Depois disso, foi só aquela 3X4, aos 10 anos, para adentrar o ginásio, na Cidade de Águas da Prata.
A semana da criança é sempre bem cuidada na Escola: com antecedência, preparamos eventos diários para nosso miúdos (sabemos que alguns só tem aquela chance).
Um lanche diferenciado a cada dia, saquinho-surpresa na quinta-feira; pipoqueiro, algodão doce feito na hora!
Brinquedos infláveis... cineminha. O que fazemos questão, é de um teatro infantil ou show de mágica.
Na creche, tínhamos passeio de trenzinho. Amo passear de trenzinho (esposo, bobão, tem vergonha).
Pedimos R$ 10,00 (para quem puder contribuir), e levamos um puxão de orelhas dos superiores, salientando que se trata de calendário escolar normal!
Não cancelaremos as aulas, será apenas um recreio maior. Esse povo não teve infância!