30.7.13

Intimidação Cibernética


Amanda ficou olhando para a tela do PC sem entender porque alguém escrevera aquilo. Com que intuito? 
Queria poder entender o que faz uma pessoa ser tão amarga e cruel, para cometer tamanha violência em escrever palavras duras e sem coerência. 
Será que era uma pessoa conhecida ou meramente passara por ali e resolvera descarregar todo seu ódio e dor em uma única pessoa que teve a infelicidade de estar em seu caminho virtual?
Pensou ser uma figura feminina pela maneira de escrever... talvez estivesse enganada. 
Ela e seu único amigo que fizera no curso de psicologia ficavam analisando as pessoas em segredo, não profissionalmente e sim por pura diversão. 
A muito, queria deixar o curso por não se adaptar, não era o que sonhara para sua vida, porém o que queria realmente não importava.
Ter um diploma em mãos seria o maior orgulho para seus tutores. 
Voltou a se fixar na tela, sempre se distraía quando lembrava no quanto estava infeliz, será que a intenção daquela pessoa cruel era acabar ainda mais com seus dias?
Decretou imediatamente adentrar-se ao jogo e correu a denominar-se pela alcunha lhe auferida.
Teatrisou estar "dentro", e perseverou assim até que a brincadeira abortasse toda a graça por parte daquele adolescente portador de necessidades especiais.
E não é que converteram-se em amigos virtuais? Agora dialogam, codnominando-se pelos apelidos escabrosos, tecendo um saudável sadomasoquismo. 
Eureca! Amanda descobriu-se uma bela aspirante a psicóloga: não foi tão ímprobo combater o Syberbullying... 
Este será o escopo de seu TCC, em aparceiramento com os dois soberanos amigos-colaboradores.
Os tios-avós ficarão ufanos e o tema será perscrutido no mestrado. Que injeção de ânimo na nádega esquerda!

28.7.13

Blanche XXXIII

*  Aqui  terá o conto completo!

Na manhã seguinte, Blanche relata a Eric, o plangoriar que sobe a dias, da região onde se encontra a caverna do legendário índio isolado. Tibiriçá, à época da debandada rumo à reserva, alongou-se entre a pedraria.
Obviamente, não é seu nome de batismo. Trata-se de uma alcunha empregada pelos brancos para designá-lo. Ele não trava contato oral com ninguém; apenas ocular, e mesmo assim, a uma distância inteligente. 
Se estivéssemos em tempos modernos, talvez Tibiriçá fosse etiquetado como portador da “Síndrome de Asperger”, ou outro transtorno do espectro autista, pela ausência de interação social, mesmo quando cutucado.
Certamente octogenário, viveu todo esse tempo ermo. É avistado de tempos em tempos, subtraindo víveres nos roçados ou rondando as fazendas, para arrebatar galinhas, ovos ou qualquer outra vitualha que lhe apaziguar o estômago, sempre em deflação.
Blanche havia interpelado Tom durante a semana, contudo o mesmo desconversou camufladamente. Ela instintivamente intui a possibilidade do ancião estar enroscado pela ribanceira; provavelmente já não enxerga a contento.
Desde anteontem o lamento cessou, fato inquietante. Sendo remanescente indígena, Blanche crê ser Tibiriçá taumatúrgico, e não se outorga a omissão ao clamor de um ente quase imaterial. A total contragosto, Eric agiliza a ordenha das cabras e declina com ela rumo ao desfiladeiro.
Na trilha, repentinamente transpõe, estupefato, as ruínas do antigo cotiguaçu, um subsistente local isolado, onde eram enclausuradas as viúvas e crianças órfãs, à época indígena, pois traziam mal presságio, numa época de governantes divinizados.
Este cotiguaçu, pelas dimensões, comportava dezenas de mulheres e crianças. Numa espécie de controle de natalidade, as viúvas nunca mais se casavam. À borda, acima do abismo, há resquícios de roçado, horta, pomar e contenção de animais. 
As cunhãzinhas órfãs, florzinhas campestres ainda em botão delicado, ali perseveravam até lhes serem designados noivos, pelo autocrata Pajé da tribo, `a aguardada puberdade.
Os desgraçados garotos órfãos, aos nove anos, eram retirados para a urticante lida tribal, permanecendo agregados (servos) `as diferenciadas cavernas da elite político-religiosa. 
A monumentalidade da ruína aquilata o olhar. Um avarandado frontal subsiste parcialmente, ornamentado por tabatinga entalhada sobre taipa, aderindo as quatro lapas: lavor feminino meticuloso e estético.
Erigido para manter-se inexpugnável aos entes masculinos, recebeu uma farta muralha em pedras, que resistiu `as intempéries. Sua alma prodigiosa ainda pulsa com vigor, ecoando no escarpado. 
Seguindo a picada fina talhada por animais silvestres, Blanche conserva-se bem à frente (o cotiguaçu é banal para ela), ansia encontrar celeremente pistas do índio eremítico.
Após a curvinha fechada, a leste, avista um grupo de medonhos camirangas. Seu pressentimento indígena concretiza-se: Tibiriçá pereceu. Exora por Eric veementemente!
O escarnecido corpo seco encontra-se dilacerado entre as pedras do despenhadeiro...agora seu sepulcro. Após uma introspectiva prece à longitude, ela e Eric retornam mofinos, arrastando um vazio  tão pesado.

Baixas temperaturas

Imagem: http://curtindomeusdevaneios.blogspot.com.br
Estamos `a borda da Serra da Mantiqueira, e com esta frente fria... terça, quarta e quinta-feira choveu, chuviscou, garoou o tempo todo. 
Nestes casos, a sensação térmica faz com que sintamos mais frio, devido à alta umidade. Após o tempo limpar, o frio maior é pela manhã (mais que de madrugada).
Segundo o "Climatempo", a temperatura de manhãzinha gira na casa dos 7 a 10 graus na Cidade. Nos morros rurais, uns quatro graus a menos.
Quando estamos na casa dos 12 graus, passamos de clima ameno para frio. Aí necessitamos de medidas extras, pois as  residências não são adequadas:
Aquecer as extremidades (principalmente as inferiores). Dois pares de meias, duas calças (ceroula), polaina (corte uma legging velha). Luvas, gorro e cachecol apenas nas temperaturas abaixo dos 8 graus, pois aquecendo pés e pernas, o resto esquenta.
Improvise na higiene pessoal. Lenços umedecidos, baciinha com água quente (aqueça a água no micro-ondas, num pote de sorvete e despeje na baciinha própria), chuveirinho, banho após o almoço (vestir-se no banheiro), usar "xampu a seco" ou passar um pouquinho de talco no alto da cabeça para estender o tempo de lavagem dos cabelos ( para quem tem cabelo longo e passa o dia todo trabalhando), caminhada antes do banho.
Torneira elétrica. Para quem não possui, aqueça uma vasinha com água no micro-ondas, ensaboe toda a louça. Deixe uma chaleira aquecendo a água no fogo. Peça a alguém que despeje lentamente a água da chaleira para você enxaguar a louça.
Aquecer a cama. Coloque um edredom embaixo e outro em cima (envelope). Ligue o secador potente, após estar deitado. Substitua os cobertores por edredons. Durma parcialmente vestido para o trabalho, caso tenha que acordar de madrugada. Evite quebrar a rotina no horário de acordar. Faça o mesmo com as crianças.
Alimentos quentes. Substitua as saladas por refogados e molhos. Abuse das sopas, chás e mingaus. O mingau de fubá, amido e aveia (flocos finos), podem ser tanto doces quanto salgados. Bons antes de enfrentar a rua gelada. Alimentos com muito caldo ajudam a hidratar, visto que a ingestão de água diminui. Evite bebida alcoólica, que desidrata ainda mais.
Ah, lagartear-se ao sol também ajuda. Aqui dizemos "Quentá sor". E lembre-se: em dez dias, tudo passa!

25.7.13

Blogagem coletiva

Conheci o blog da Verinha justamente com uma blogagem coletiva. O tema foi "Assexualidade". Não participei, mas li os blogs que participaram e aprendi muito sobre este tema pouco comentado, mas de grande relevância.
Agora participarei desta. Quem quiser conhecer uma moradora da região Norte do Brasil, que vive numa ilha, é só adicionar o endereço dela: http://eternamentevv.blogspot.com.br/
Vale muito a pena interagir com uma pessoa interessante, moradora da Amazônia, autêntica, que escreve muito bem, e cheia de vida!
Abaixo, o texto dela: Prestigiem a Verinha..., desde já, agradeço.


O assunto da blogagem é CONTINUE A ESTÓRIA, Colocarei o inicio do texto e cada um criará um meio e fim de seu gosto, poderá ser de terror, romântica, suspense ou qualquer outro gênero. Tudo dependerá de sua capacidade criadora. Será do dia 30 jul a 1° ago.


O texto:

Amanda ficou olhando para a tela de seu PC sem entender o porquê alguém escrevera aquilo, com que intuito? Queria poder entender o que faz uma pessoa ser tão amarga e cruel cometer tamanha violência em escrever palavras tão duras e sem coerência. Será que era uma pessoa conhecida ou meramente passara por ali e resolvera descarregar todo seu ódio e dor em uma única pessoa que teve a infelicidade de estar em seu caminho virtual. Pensou ser uma figura feminina pela maneira de escrever talvez estivesse enganada. Ela e seu único amigo que fizera no curso de psicologia ficavam analisando as pessoas em segredo, não profissionalmente e sim por pura diversão. A muito queria deixar o curso por não se adaptar, não era o que sonhara para sua vida, porem o que queria realmente não importava. ter um diploma em mãos seria o maior orgulho para seus tutores. Voltou a se fixar na tela, sempre se distraia quando lembrava no quanto estava infeliz, será que a intenção daquela pessoa cruel era acabar ainda mais com seus dias?
Resolveu...
Ps: quem quiser pode elaborar seu próprio Titulo, acho ser o mais correto.

21.7.13

Blanche XXXII

*  Aqui  terá o conto completo!

Após boatos com o traumático falecimento da meretriz, na pensão, a pradaria se encontra em apreensivo suspense. Sobreveio a sôfrega hora de Sara.
Alexia, sua sogra (com óbito semelhante à cortesã), foi rememorada veementemente pela caseira Colen, a sós com Peter, em total vulnerabilidade.
Após semanas em “contrações de treinamento”, não tão indolores assim, estrearam enfim as secretas e verdadeiras escravas da dilatação, numa gélida tarde de terça-feira. 
Noite de padecidos agachamentos, plangores e caminhadas solitárias ao redor da vigilante cabana, sob uma lua anoréxica, à procura das melhores posições rogadas pelo corpo.
Por companhia, o horripilante trinar proferido pelo pássaro urutau (ave fantasma em linguagem indígena), que chacoalha o fundinho da alma, nos intervalos contracionais, ancorado ao topo do mourão de cerca.
A presença da ave estrambótica, de estética excêntrica, globo ocular colossalmente desproporcional, potencializa o insólito das madrugadas rurais, de negro cheio e oco.
A parturição acocorada, vezo regional herdado das indígenas, com ajoelhamentos intermitentes, transcorreu metodicamente, com um aflito período expulsivo de poucas horas. 
Em força descomunal, grudada à barra de madeira da parede, supervisionando seu próprio parto em detalhes, Sara mordia um nó, plangia, e apostava no sucesso da labuta do filhotinho.
Corpo cândido escalvado, cabelo em coque desgrenhado,  suor hidratando as ruguinhas do rosto, pés descalços com os dedos alavancados no rodapé e rústicos calcanhares suspensos...
Quando ele escorregou num estouro, apoiado pela gravidade e amparado por Colen, ambas se viram apalermadas. 
Ao crepúsculo assomou Isaac, um pequenino garoto transparente, de olhinhos vidrados a fitar a mãe, como se já a conhecesse a muito.
Após o desprendimento, a caseira fez-lhe a assepsia e o enrolou em algodão cru. Fragilizada, Sara clamou ao esposo Peter, e às crianças, que adentrassem o recinto para apreciar o bebê.
Logo após a mamagem do colostro, Colen irrompeu ao salão, apresentando o novo (e choroso) ente familiar ao grupo que aguardara o desfecho em tentativas de orações.
Finda aqui a infância de Bencio. Será o pagem durante e após o puerpério da parturiente. Por quarenta dias cravados, a genitora não se banha, alimenta-se com caldos, permanece ao escuro. Visitas são proibidas, por aduzirem mal agouro.
Os alimentos reimosos são terminantemente proibidos na dieta (quarentena): peixes e afins, carne de caça ou suíno, cítricos, tomate, pepino, ovos, pimenta, pois são considerados tóxicos: causam prurido e dificultam a cicatrização do parto. O inhame deve ser ingerido uma vez ao dia, para purificar o sangue. 
Enfim, com a bonanza, Eric alça-se à montanha. Irradia Blanche com o nascimento do neto de olhinhos que riem, todavia noticia também a morte da rameira. Edith e Judith, identiquinhas, foram adotadas por Helen (supõe-se que não para fins comerciais).

17.7.13

Vale do Silício Brasileiro

A cidade de Campinas e sua região metropolitana, com excelente infraestrutura e sistema logístico, é considerada  um dos "Vales do Silício Brasileiros", devido às indústrias de alta tecnologia.
Diversas empresas righ tech foram se estabelecendo na região com a fundação da UNICAMP (Universidade de Campinas), da alta disponibilidade de investidores de qualidade, engenheiros e estudantes focados em exatas.
A filosofia aberta da mundialmente prestigiada UNICAMP, de colaboração com o setor privado (até então, inédito no Brasil),  preparou o caminho para uma sinergia única entre  indústria e universidade.
Campinas e região, tem vários institutos de pesquisa e excelentes universidades (públicas e privadas) na área de TI, com incubadoras de negócios. É um celeiro de mão-de-obra de alto nível. 
A região campineira também possui infra-estrutura completa em setores essenciais, relativos a transportes e fornecedores de insumos. 
O fato de estar a uma hora da grande São Paulo e contar com bons acessos para o Rio de Janeiro, também facilita muito.
A qualidade de vida interiorana conta com natureza exuberante, menor criminalidade e menos engarrafamentos  que nas capitais.
A cidade de São Carlos também se destaca no interior paulista, com a criação de um polo industrial de ponta e investimentos em pesquisas nas duas universidades públicas locais: UNESP(Universidade de São Paulo) e Universidade Federal de São Carlos.
São Carlos é uma das cidades brasileiras onde há mais doutores per capta (terra do doutor-empreendedor).  É lá que o governo federal faz maciços investimentos para o pré-sal (PETROBRÁS).
As regiões do Vale do Paraíba e Ribeirão Preto também são reconhecidas e conceituadas neste quesito.
Cerca de 1/4 de toda produção científica do país está sendo produzida pelo interior de SP, que contém 19 cidades com mais de 200.000 habitantes, sendo o maior mercado consumidor brasileiro per capta ( IBGE 2012).
O interior de paulista é o grande indutor do desenvolvimento espacial e da aviação no Brasil, através de polos espalhados pelo Estado. São Carlos é um dos maiores centros tecnológicos de aviação do mundo (meu filho aposta em  São José dos Campos).
São José dos Campos possui um Parque Tecnológico voltado exclusivamente para o setor, com a matriz da EMBRAER (Empresa Brasileira de Aeronáutica), que sediou a feira "Expo Aero Brasil" no último fim de semana, onde meu filho trabalhou.  
A empresa de aviação onde ele trabalha, deslocou-se de Campinas para o nosso pequeno município, devido aos atraentes incentivos fiscais municipais.
O que falta urgentemente ao interior de SP, é investimentos em vias férreas interligadas entre si e à capital, tanto para ampliar o transporte de carga, quanto para retomar o transporte de passageiros com trens rápidos, na velocidade média de 120 km/h.

Fonte de apoio: Wikipédia.

Rodovia Anhanguera na região de Ribeirão Preto, cercada por canaviais.
Fica claro que o Brasil não é somente Rio de Janeiro (com mulheres seminuas, samba, alegria e futebol), nem tampouco apenas Floresta Amazônica (com indígenas selvagens) ou região nordeste (com pobreza, prostituição e lindas praias). 
Neste Brasil quase continental, além do interior paulista, temos outros polos equiparados ao primeiro mundo, para você que faz doutorado, e pretende ascender economicamente através do empreendedorismo!

14.7.13

Rio Sagrado

Eis o nosso amado rio "Jaguari Mirim", crucial para a região. Jaguari, na linguagem indígena, significa: onde o jaguar vem beber (ou algo assim).
Trata-se do maior felino da região: onça parda, suçuarana, jaguar, leão baio, pumã. Compreensível a preocupação indígena para com ele.
É de sua água que bebemos. Meu irmão trabalha a 15 anos na SABESP e afirma que nesta região montanhosa e sem muitas indústrias, podemos beber água da torneira sem medo. 
A flecha vermelha indica que estamos na famosa "Rota das Capelas", que segue até a cidade de Santa Rita de Caldas - MG. Grupos de cavaleiros seguem por aqui.
 Xandi erguendo a cerca de arame farpado para Maria pular.
Adentramos o pasto.
 Árvore quase arrastada pelo poderoso rio.
 Almofariz. Os indígenas aproveitavam a erosão e usavam para pilar grãos, umectados à água.
Antes abundantes nesta região, foram dizimados pela colonização branca, todavia as beiras de rios daqui são coalhadas destes almofarizes. 
 Ponto de lazer. O som da cachoeira é um estrondo relaxante.
Estamos na estação seca. Em época das águas, não se vê estas pedras.
 Cocô de cavalo em bolinhos. Não pisei.
 Alga excêntrica num dos canais.
 Esta é uma de suas poucas corredeiras.
O Jaguari não galopa, serpenteia!
 A água escorre em canais, formando ilhas.
 Planta abundante à beira do rio.
 Enchentes trazem paus.
 Mata ciliar. Macaubeira ao longe.
 Frutinhas para pássaros.
 Orquídea comum na região.
A flor surge num belo pendão rosáceo.
 Os  diversos cipós entrelaçam os troncos.
 O "Par" desafogou um banco.
 
 Vasta vegetação e pedras. Faz espumas.
 
 Tempo chuvoso a sudoeste.
 Vista panorâmica; famílias desfrutando a água gelada. 
  Marco divisório (S. Paulo - Minas Gerais).
Há diversos nestas fronteiras.

Tapera

Esta tapera já foi uma movimentada casa de fazendeiros. Pela sofisticação, sabe-se que não era para colonos. Eu nutro fascinação por ela, desde a primeira vez que a vi.
Fico imaginando a vida à época, tempestades, os partos que aqui foram feitos, os terços religiosos. Na revolução de 1932, a casa assistiu algumas batalhas de camarote...
Ela ainda está em Minas Gerais, mas à borda da divisa com o estado de São Paulo, à direita. Fica a 2 km do sítio da Avó.
Minha mãe diz que quando era moça, e descia por aqui para fazer compras no Óleo, moravam aí umas irmãs solteironas.
O casarão foi feito neste espigão e a água desce atrás, abaixo do cafezal à direita. Era difícil baldear tanta água morro acima (não era encanada). 
 Tinha esta varanda  com vidraça, à esquerda - luxo só.
 Ó o piso da varanda, em ladrilhos - o máximo à época (a porta tombou).
 Sala de estar com assoalho. Ao pisar, range como na casa do sítio.
 Tem até corredor, coisa rara. 
 O teto não era forrado. Há quatro quartos com janelinhas de pau e tramela.
 O fogão à lenha foi reformado. Andarilhos dormiram aqui, de vez em quando. Há uma dispensa ao lado da cozinha (à direita), que podia formar o 5º quarto.
 Não há banheiro. Era hábito usar o bananal e os penicos de ferragati (ferro ágate) .Todos os quartos tinham.
 Este quarto escuro, fica entre as salas de estar e jantar, atrás do corredor. Andarilhos improvisaram uma cama. 
 O pilar da varanda. Houveram namoros aqui?
 Vista ao sul, partindo da varanda. Que jardim!
 Está chovendo adiante, para aguar este imenso jardim.
 Chegamos ao Mamonal. Estou colhendo abacates à beira da estada.
São do primo Chico.

Estradas rurais

Após um almoço de reis, fomos riscar as estradinhas. Estas são primaveras (em pleno inverno). 
 Sortudos os moradores deste paraíso campestre!
 Em meio ao cafezal - estrada poeirenta. E que venha a chuva! 
 Veja a nossa Serra da Mantiqueira adiante, ela é a paixão regional - muitos empreendimentos levam o nome "Mantiqueira". Aqui ela só está se iniciando...
Em linguagem indígena significa algo como "a serra que chora".
Além das chuvas abundantes, nascentes são comuns à borda da serra.
 Bananal para fins comerciais, a perder de vista.
 Adoro estes varais com roupas esvoaçando...
 Chegando ao "Bairro do Óleo" - MG, cercado por natureza.
O asfalto é só neste pedaço.
 Veja que bucólico arruadinho! A mãe de minha Bisavó morava bem lá no fim, a cem anos. Praticamente não mudou.
  Estrada antiga, ela era alta, rente às bananeiras.
Com o tempo, a erosão fez os barrancos.
Muita subida do Óleo até o sítio da Avó.
Pela ribanceira, a colossal paisagem a leste de onde vivo.
É bonito, é bonito e é bonito...
Contemplando a magnitude de Minas Gerais, renovei as energias...


"Tuia Véia"

Este é o nome caipira de um restaurante rural aqui das redondezas (Tulha Velha). Fomos almoçar lá, com os vizinhos Xandi e Maria.
Há vários destes na região, mas gosto de visitar de vez em quando, para não perder a paixão. 
Nesta foto, carneirinhos pastando ao lado das mesas. Veja a trilha deles!
Alguns clientes vieram com duas charretes. Chique no "úrtimo."
 Há cavalo para as crianças montarem.
 Lindeza até onde a vista "arcança."
 A entrada do restaurante. 
É no estilo self service, onde se paga um valor fixo por cabeça, comendo-se à vontade. A bebida é à parte.
 Mais de 20 pratos quentes - primeiro petiscamos. Não fotografei os pratos frios, havia também cerca de 20.  
Não cliquei nossos pratos - montanhas! O "Par" fez três viagens ao fogão.
Havia leitoa pururuca, frango caipira (com sabor de frango - não de isopor), couve refogada, jiló, charuto de repolho, quiabo...
Estes são torresmo, polenta frita, mandioca frita, filé de frango à milanesa, quibe, feijoada atrás...
Quem deixar muita coisa no prato, desperdiçando, paga uma taxa extra.
Sobremesa inclusa no preço (com café): arroz doce (que não peguei), manjar, doces de abóbora, de leite cremoso e de cidra - este verdinho - o que mais amo!
 O local é todo decorado com máquinas antigas. Esta é uma debulhadeira de milho - usei muito na infância: coloca-se a espiga acima, gira-se a manivela e os grãos caem abaixo.
 Um rebanho de carneiros no quintal. Ó a vista! 
 
O "Par" e Maria embarcando - vamos percorrer estradinhas rurais a esmo.