28.9.14

Gravidez na adolescência

Eu lido com crianças de baixa renda a mais de 20 anos e noto o quanto casos de gravidez na adolescência acometem uma localidade.
A vulnerabilidade dessas crianças, que vão reproduzindo o padrão - usam entorpecentes na adolescência e engravidam - o bebê apresenta sequelas e cresce, usa entorpecentes e engravida também. 
O número dessas crianças concebidas acidentalmente tem aumentado na sala de aula, pois casais numa estrutura familiar estável já não engravidam.
Boa parte dos concebidos acidentalmente traz sequelas emocionais decorrentes desse quadro. E inclusive podem vir a aumentar o epidêmico quadro de violência.
Daqui da oficina, observo meninas grávidas que estudaram na escola onde atuo, subindo para fazer pré-natal no postinho de saúde (na esquina): tão jovens, sozinhas subindo o morro! O que aconteceu ao método contraceptivo, se é que houve algum? A maioria está em vulnerabilidade social e não teria como criar convenientemente um bebê.
O que o poder público tem feito para que métodos sejam mais eficazes, sobretudo para adolescentes? Sabemos que para elas, pílula tomada religiosamente todo dia não funciona; preservativo menos ainda... Implante subcutâneo? Briguei tanto por ele na década de 1990, no cargo de conselheira tutelar.
É terrível a gente ver adolescentes usuárias prestes a engravidar e não ter ação, não ter forma de brecar algo que incidirá negativamente em toda a comunidade e sobretudo no bebê vindouro. Este quadro está diretamente ligado à onda de criminalidade que assola a periferia de grandes (e pequenas) cidades.
Conquanto, qualquer cidadão em vida sexual ativa pode ser vítima de um método contraceptivo; quase nenhum é totalmente seguro. Como proceder diante de tais riscos? Quem paga pelas consequências?
A projeção populacional mundial para 2050 pode variar drasticamente de acordo com a conduta seguida por políticas públicas vindouras. Apimentando a polêmica, este texto nos faz divagar.
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