8.7.13

Revolução Constitucionalista

Foi  uma guerra, com duração de 87 dias, que aconteceu em 1932, com intuito de mudar a Constituição Federal.
Ocorreu bem fortemente nesta região, estamos da divisa com Minas Gerais. Amanhã é feriado no estado de SP, por este motivo.
Minha bisavó materna, morava no "Bairro do Óleo" - um arruamento, com alguns pontos comerciais, pertencente à cidade de Andradas - MG. Linda Cidade, cheia de vinícolas, e natureza exuberante.
Ela estava grávida do caçula - Tio Cid. Durante um ataque, as mulheres saíram pelas capoeiras, gritando e chorando, arrastando as crianças.
Deixaram as panelas ao fogo, os pães queimando nos fornos à lenha - um horror.
Minha bisa Manuela, em meio ao som do tiroteio, que o povo da roça temia, iniciou o trabalho de parto prematuramente.
Foi colocada ao pé da frondosa paineira, as outras mulheres rasgaram suas anáguas, fizeram um "ninho", e ali, após horas de pânico e sofrimento mútuo, em reza, ele nasceu.
Lá perto, lecionava a professora chamada Maria Sguassábia. Seus irmãos estavam em combate, as escolas de fronteira foram fechadas. 
Naquela época, as professoras moravam nas fazendas onde lecionavam. Ela tinha 33 anos, era viúva e tinha uma filhinha.
Maria se registrou como Mário e combateu - uma façanha para a época (um de seus irmãos, morreu em combate - perto do Paraná).
Na trincheira, avista-se a Maria, após a dezena de soldados - 4ª Companhia do 1º Batalhão Paulista da Milícia Civil.
 
Meu Nono ( o Bisavô materno), escondeu um jovem soldado na tulha. Era casado, mas não passava de um  garoto apavorado. Ficou lá, todo trêmulo, por três dias e duas noites. 
À tardinha, o Nono deu-lhe mantimentos e indicou o caminho. Fugiu a pé, chorando alto, com roupas da fazenda, o menino-soldado desertor.
Um genro do Nono, fugiu a pé do quartel na capital, levou vários dias. Passou uma década escondido, sem ir à cidade, seus filhos foram registrados em nome de seu irmão. 
Eu cresci em meio a estas histórias, agora relacionado ao "Bairro Cascata", próximo a Poços de Caldas - MG". 
Um senhor morreu de infarto durante o som dos ataques, e as estradas estavam bloqueadas. Tiveram que levá-lo ao cemitério, pela trilha "Três Batalhas".
Eu brincava nas trincheiras perto do sítio de meu avô paterno. Era um rasgo no pasto, longitudinal. Encontrávamos cartuchos detonados, e outros metais. Eu amava ir lá!
À margem do córrego de minha escolinha, havia um amontoado de pedras, onde diziam ter sido enterrado um soldado. Meu pai disse que todos foram removidos - é mito. 
Lá perto, no alto do morro, na "Trilha sete quedas", em Águas da Prata, há uma bandeira de metal, fincada até hoje.
Também há uma fazenda chamada "Santa Rita do Quartel, córregos chamados "polvarinho e quartel", a "Serra do Paiol, "Fonte mineral - Paiol".
Em minha adolescência, ia com as primas, ao túmulo do soldado desconhecido, onde há um capacete de metal, idêntico ao que Maria usa.
Imagine, um único estado da União, contra as tropas ditatoriais de Getúlio. SP perdeu a luta, com cerca de 1000 mortos. Posteriormente, a constituição foi mudada. 
Juramento do Soldado Constitucional
"Juro, pelo amor que tenho á minha mãe, pelo nome que tenho do meu pae; juro pela minha dignidade de homem; juro por Deus, que luctarei até o fim, por São Paulo, pelo Brasil, pela nossa Bandeira! Juro!".

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